São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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Técnico do Avaí "antecipa" volta do Corinthians

Com seu time invicto e em 2º lugar, ex-meia Silas, que não perde há 18 jogos na carreira, vê rival à parte na disputa

"O Corinthians, por ser um time de povão, de briga, que consegue tudo na raça, está totalmente adaptado à Série B", afirma treinador

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é só o Corinthians que vive bom momento na Série B. Sem tantos holofotes sobre si, o Avaí, vice-líder e também invicto, apresenta-se, por enquanto, como o rival mais capaz na tentativa de desbancar o "intruso" vindo da elite.
O time, aliás, embarca na onda de seu técnico, o ex-meia do São Paulo Silas, 42, que vive fase tão encantada como a dos corintianos. Há 18 jogos invicto na carreira de treinador, ele tenta levar o Avaí pela primeira vez à Série A. Mas já avisa: só há três vagas. "É consenso que o Corinthians vai subir."

 

FOLHA - Como é estar invicto, num trabalho em início de carreira?
SILAS -
Num mundo em que técnico perde e já fica balançado, é muito bom. Mas a questão de ganhar e perder, se você tiver cem anos de estrada, vai para a rua. Se tiver dois dias, vai também. É a cultura no Brasil.

FOLHA - Esperava ficar invicto?
SILAS -
Não. A minha intenção quando cheguei aqui era fazer um bom trabalho. Eu acho que, quando a gente vai trilhando o caminho, vai ficando mais fácil.

FOLHA - O Avaí pode ser considerado uma surpresa?
SILAS -
Para muita gente o Avaí não é um provável candidato à Série A. Então, você precisa jogar contra muita coisa. E essa idéia, de que ninguém vai dar nada para a gente, eu tento fixar na cabeça dos meus atletas.

FOLHA - O Avaí é páreo para enfrentar o Corinthians?
SILAS -
Difícil dizer. A gente está bem forte. E o Corinthians também, mas com força muito maior, o que é normal. O Corinthians é consenso que vai subir. Não interessa para ninguém que ele fique na Série B.

FOLHA - O Corinthians já subiu?
SILAS -
Eu acredito que sim. Dificilmente não vai conseguir o acesso, até com certa facilidade. Se fosse o São Paulo, por exemplo, eu não veria tanta facilidade em subir. O Corinthians, por ser um time de povão, de briga, que consegue tudo na raça, está totalmente adaptado à Série B.

FOLHA - Mas só a raça tem ajudado o Corinthians?
SILAS -
Eu acho que ajudou bastante. Mas o fato de terem levado o Mano [Menezes] para lá também. É um treinador que já tem experiência no Grêmio na Série B, que também é time de massa no Sul. Tudo isso tem facilitado muito para o Corinthians na segunda divisão.

FOLHA - A Série B é tão diferente assim da Série A?
SILAS -
Eu acho. Existe atleta de Série B e de A. Um é diferente do outro. Na B, não precisa ser técnico. Tem que ser batalhador, agüentar pressão de jogar fora, ter força mental muito grande. Mais do que ser habilidoso. Quando se consegue juntar as duas coisas, melhor.

FOLHA - O fato de treinar na Série B é melhor para início de carreira?
SILAS -
Aconteceu, não foi planejado. Se eu quisesse ter treinado na Série A logo de cara, aceitaria o convite do Paraná, em 2007, depois que o Zetti saiu. Mas não estava no momento de assumir o clube. O Dunga, por exemplo, foi à seleção sem ter sido treinador antes. Acho que não é o ideal.


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