São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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PÓLO

Final faz treinador largar até o cigarro

Vitória emocionante sobre o Canadá põe país na decisão

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Preciso dizer que fiz uma promessa. Como ganhamos o jogo de hoje [ontem], não fumo nem bebo mais", disse o técnico Bárbaro Díaz, cubano naturalizado brasileiro, na entrevista coletiva após a semifinal do pólo aquático masculino.
Num jogo emocionante, cheio de reviravoltas, o Brasil derrotou o Canadá por 10 a 6 no pólo aquático e hoje, às 19h30, decide o ouro contra os EUA, francos favoritos no esporte. É de se imaginar que promessa o treinador vai fazer.
"Vou conversar com os meus jogadores e, depois, decido. Amanhã [hoje] é um outro dia", declarou Díaz.
No mínimo, o time assegurou a medalha de prata, obtida também em Santo Domingo.
A vitória de ontem, porém, demorou a ser alcançada. Depois de deixar a equipe canadense virar o jogo para 6 a 5 no fim do segundo quarto, o Brasil voltou com muita disciplina tática. Bem armado na defesa e bastante efetivo nos ataques, o time comandado por Díaz não tomou nenhum gol na segunda metade da partida de ontem.
Méritos de um time que fez um duelo acirrado e considerado bastante viril pelo contato físico. Como exemplo, o atleta Gabriel exibia marcas de dois socos que levou ao sair da piscina do Complexo do Maracanã.
"Não aproveitamos nossas chances e deixamos que o Brasil fizesse os gols. Quando o jogo estava 6 a 6, tivemos duas oportunidades de sair para o desempate. É a velha regra do esporte", disse o técnico da seleção do Canadá, Dragan Jovanovic, doido para dizer que quem não faz leva.
Mesmo antes de começar a semifinal entre EUA e Cuba -que terminou em goleada retumbante de 15 a 4 para os americanos-, os brasileiros já davam os americanos como adversários na final do torneio.
Reconhecendo a superioridade dos rivais, os anfitriões falaram em fazer o "jogo de suas vidas" hoje no Júlio de Lamare, no Maracanã.
"Temos que jogar assim. Na defesa, evitando a bola pingada e obrigando-os a chutar de longe", disse o goleiro Pará. "Estamos jogando diante de uma torcida maravilhosa."
De fato, animação não falta nas arquibancadas, sempre bastante cheias nos jogos do pólo aquático brasileiro, tanto no masculino quanto no feminino, que perdeu a medalha de bronze para Cuba.
O campeão do Pan estará automaticamente classificado para os Jogos de Pequim. Embora saibam que vencer os EUA é tarefa dificílima, os jogadores não deixam de ter um certo otimismo. "Sonhar é de graça", afirmou o artilheiro Felipe.
Diferentemente do primeiro jogo, os EUA devem mandar à piscina o capitão Tony Azevedo, nascido no Rio, que não atuou nos primeiros jogos devido à recuperação de uma lesão no ombro. Com um mês de idade, ele se mudou com a família para os EUA e hoje é considerado um dos melhores jogadores de pólo aquático da atualidade.


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