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PÓLO
Final faz treinador largar até o cigarro
Vitória emocionante sobre o Canadá põe país na decisão
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
"Preciso dizer que fiz uma
promessa. Como ganhamos o
jogo de hoje [ontem], não fumo
nem bebo mais", disse o técnico
Bárbaro Díaz, cubano naturalizado brasileiro, na entrevista
coletiva após a semifinal do pólo aquático masculino.
Num jogo emocionante,
cheio de reviravoltas, o Brasil
derrotou o Canadá por 10 a 6 no
pólo aquático e hoje, às 19h30,
decide o ouro contra os EUA,
francos favoritos no esporte. É
de se imaginar que promessa o
treinador vai fazer.
"Vou conversar com os meus
jogadores e, depois, decido.
Amanhã [hoje] é um outro dia",
declarou Díaz.
No mínimo, o time assegurou
a medalha de prata, obtida também em Santo Domingo.
A vitória de ontem, porém,
demorou a ser alcançada. Depois de deixar a equipe canadense virar o jogo para 6 a 5 no
fim do segundo quarto, o Brasil
voltou com muita disciplina tática. Bem armado na defesa e
bastante efetivo nos ataques, o
time comandado por Díaz não
tomou nenhum gol na segunda
metade da partida de ontem.
Méritos de um time que fez
um duelo acirrado e considerado bastante viril pelo contato
físico. Como exemplo, o atleta
Gabriel exibia marcas de dois
socos que levou ao sair da piscina do Complexo do Maracanã.
"Não aproveitamos nossas
chances e deixamos que o Brasil fizesse os gols. Quando o jogo estava 6 a 6, tivemos duas
oportunidades de sair para o
desempate. É a velha regra do
esporte", disse o técnico da seleção do Canadá, Dragan Jovanovic, doido para dizer que
quem não faz leva.
Mesmo antes de começar a
semifinal entre EUA e Cuba
-que terminou em goleada retumbante de 15 a 4 para os americanos-, os brasileiros já davam os americanos como adversários na final do torneio.
Reconhecendo a superioridade dos rivais, os anfitriões falaram em fazer o "jogo de suas
vidas" hoje no Júlio de Lamare,
no Maracanã.
"Temos que jogar assim. Na
defesa, evitando a bola pingada
e obrigando-os a chutar de longe", disse o goleiro Pará. "Estamos jogando diante de uma
torcida maravilhosa."
De fato, animação não falta
nas arquibancadas, sempre
bastante cheias nos jogos do
pólo aquático brasileiro, tanto
no masculino quanto no feminino, que perdeu a medalha de
bronze para Cuba.
O campeão do Pan estará automaticamente classificado para os Jogos de Pequim. Embora
saibam que vencer os EUA é tarefa dificílima, os jogadores não
deixam de ter um certo otimismo. "Sonhar é de graça", afirmou o artilheiro Felipe.
Diferentemente do primeiro
jogo, os EUA devem mandar à
piscina o capitão Tony Azevedo, nascido no Rio, que não
atuou nos primeiros jogos devido à recuperação de uma lesão
no ombro. Com um mês de idade, ele se mudou com a família
para os EUA e hoje é considerado um dos melhores jogadores
de pólo aquático da atualidade.
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