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Estado de Massa é grave e estável, dizem médicos
Piloto passaria noite em coma induzido, mas amigos mantêm discurso otimista
Ecclestone, Barrichello, Galvão, Burti, curiosos e torcedores movimentam hospital tido pela FIA como dos melhores da Europa
DA ENVIADA A BUDAPESTE
Estado grave, porém estável.
Este foi o diagnóstico dos médicos que operaram Felipe Massa
no Hospital Militar de Budapeste, na tarde de ontem.
"Ele sofreu fratura no crânio
e teve um ligeiro dano cerebral", afirmou Peter Gazsò,
chefe de cirurgia. "Felipe agora
está em coma induzido e respirando por aparelhos, não porque seu estado exigisse, mas
porque está mantido sedado."
De acordo com o médico,
Massa chegou ao hospital acordado, falando e consciente do
que acontecia. Ele não sofreu
nenhum tipo de lesão nas
mãos, pernas, pés e olhos.
"Ainda não sabemos se haverá algum tipo de consequência.
Só saberemos depois que fizermos os exames pela manhã",
disse Gazsò, ladeado pelo coronel Tajos Zsivos, ortopedista
que também participou da cirurgia, e do general Andor
Gròsz, diretor do hospital.
Durante a operação, que durou cerca de uma hora, não
houve necessidade de fazer
descompressão do cérebro.
Mas até que o diagnóstico
fosse dado, no início da noite de
ontem, houve uma série de informações desencontradas.
No hospital, os atendentes se
recusavam a falar inglês e só
respondiam às questões da imprensa em húngaro. Conforme
a noite caía, torcedores com camisetas da Ferrari surgiram no
local, além dos curiosos que paravam ao ver a movimentação.
Entre eles, Telmo Borges,
pentatleta brasileiro, com uma
caixa de pizza na mão, que tentava entender o que acontecia.
"Estou aqui treinando para a
Copa do Mundo de Londres,
que começa dia 13, e vi na internet que o Massa tinha tido um
acidente", explicou Borges.
"Vim comer uma pizza aqui e
acabei descobrindo que o hospital era aqui perto", falou ele,
que no meio da confusão, foi
pedir informações ao locutor
da TV Globo, Galvão Bueno.
Bastante emocionado, Rubens Barrichello chegou ao
hospital por volta das 20h15.
Ficou cerca de 40 minutos lá
dentro, mas não viu o amigo.
"Conversei muito com o Gerard [Saillant, presidente do
Instituto FIA e responsável por
operar o atacante Ronaldo],
que disse que ele está com o
olho preto, como se tivesse levado uma pancada mesmo."
"Eles esperam que a situação
não piore à noite e que se estiver na mesma amanhã [hoje] já
será um progresso", concluiu.
Outro que esteve no Hospital
Militar foi Luciano Burti, que
em 2001 sofreu acidente grave
em Spa-Francorchamps.
"Os médicos disseram que foi
parecido com o que aconteceu
comigo, mas lesão cerebral varia muito de pessoa para pessoa", disse o ex-piloto de F-1.
Burti sofreu hemorragia no
cérebro e ficou 48 horas em coma induzido. Depois de uma
semana no hospital, foi liberado. "Demorei uns quatro meses
pra ficar OK depois", afirmou
Burti, hoje na Stock Car.
No fim da noite foi a vez de
Bernie Ecclestone, detentor
dos direitos comerciais da F-1,
visitar Massa. "É preocupante,
mas os médicos me disseram
que o Felipe está estável."
Gary Harstein, médico da
FIA que atendeu o piloto na
pista, também foi ao hospital,
ao qual classificou de um dos
melhores e mais modernos da
Europa.
(TATIANA CUNHA)
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