São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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Estado de Massa é grave e estável, dizem médicos

Piloto passaria noite em coma induzido, mas amigos mantêm discurso otimista

Ecclestone, Barrichello, Galvão, Burti, curiosos e torcedores movimentam hospital tido pela FIA como dos melhores da Europa

DA ENVIADA A BUDAPESTE

Estado grave, porém estável. Este foi o diagnóstico dos médicos que operaram Felipe Massa no Hospital Militar de Budapeste, na tarde de ontem.
"Ele sofreu fratura no crânio e teve um ligeiro dano cerebral", afirmou Peter Gazsò, chefe de cirurgia. "Felipe agora está em coma induzido e respirando por aparelhos, não porque seu estado exigisse, mas porque está mantido sedado."
De acordo com o médico, Massa chegou ao hospital acordado, falando e consciente do que acontecia. Ele não sofreu nenhum tipo de lesão nas mãos, pernas, pés e olhos.
"Ainda não sabemos se haverá algum tipo de consequência. Só saberemos depois que fizermos os exames pela manhã", disse Gazsò, ladeado pelo coronel Tajos Zsivos, ortopedista que também participou da cirurgia, e do general Andor Gròsz, diretor do hospital.
Durante a operação, que durou cerca de uma hora, não houve necessidade de fazer descompressão do cérebro.
Mas até que o diagnóstico fosse dado, no início da noite de ontem, houve uma série de informações desencontradas.
No hospital, os atendentes se recusavam a falar inglês e só respondiam às questões da imprensa em húngaro. Conforme a noite caía, torcedores com camisetas da Ferrari surgiram no local, além dos curiosos que paravam ao ver a movimentação.
Entre eles, Telmo Borges, pentatleta brasileiro, com uma caixa de pizza na mão, que tentava entender o que acontecia.
"Estou aqui treinando para a Copa do Mundo de Londres, que começa dia 13, e vi na internet que o Massa tinha tido um acidente", explicou Borges.
"Vim comer uma pizza aqui e acabei descobrindo que o hospital era aqui perto", falou ele, que no meio da confusão, foi pedir informações ao locutor da TV Globo, Galvão Bueno.
Bastante emocionado, Rubens Barrichello chegou ao hospital por volta das 20h15. Ficou cerca de 40 minutos lá dentro, mas não viu o amigo.
"Conversei muito com o Gerard [Saillant, presidente do Instituto FIA e responsável por operar o atacante Ronaldo], que disse que ele está com o olho preto, como se tivesse levado uma pancada mesmo."
"Eles esperam que a situação não piore à noite e que se estiver na mesma amanhã [hoje] já será um progresso", concluiu.
Outro que esteve no Hospital Militar foi Luciano Burti, que em 2001 sofreu acidente grave em Spa-Francorchamps.
"Os médicos disseram que foi parecido com o que aconteceu comigo, mas lesão cerebral varia muito de pessoa para pessoa", disse o ex-piloto de F-1.
Burti sofreu hemorragia no cérebro e ficou 48 horas em coma induzido. Depois de uma semana no hospital, foi liberado. "Demorei uns quatro meses pra ficar OK depois", afirmou Burti, hoje na Stock Car.
No fim da noite foi a vez de Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F-1, visitar Massa. "É preocupante, mas os médicos me disseram que o Felipe está estável."
Gary Harstein, médico da FIA que atendeu o piloto na pista, também foi ao hospital, ao qual classificou de um dos melhores e mais modernos da Europa. (TATIANA CUNHA)


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