São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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Corinthians revela Ronaldo altruísta

Atacante troca liderança na artilharia de torneios por títulos e, além de fazer gols, é um dos maiores garçons da equipe

Dono de passe com média de 85% de sucesso, atacante ostenta a segunda melhor média de assistências no time, uma a cada dois jogos

DA REPORTAGEM LOCAL

No Corinthians, Ronaldo diz ter readquirido a disposição de jogar futebol em nível competitivo. Considera ter dado mais uma volta por cima. No entanto, no caminho que tem percorrido desde sua estreia pelo clube paulista até agora, o Fenômeno trocou as glórias pessoais pela comemoração coletiva.
Em três competições disputadas, o atacante corintiano já venceu duas (Copa do Brasil e Paulista), e sua equipe é uma das favoritas à luta pelo título brasileiro -antes do início desta rodada, o Corinthians ocupava o quarto lugar na tabela.
Em contrapartida, o letal goleador não chegou à ponta da artilharia em nenhuma delas.
No Nacional, ele já marcou seis vezes, três a menos que Val Baiano, o artilheiro do Barueri e da competição. No Paulista, chegou aos oito gols, mas ficou bem atrás de Pedrão, do Barueri, que alcançou os 16. Na Copa do Brasil, Taison, do Inter, foi o artilheiro com sete gols, quatro a mais do que Ronaldo.
Mas, a despeito de sua principal função em campo ser a de empurrar as bolas para as redes adversárias, o camisa 9 do Corinthians tem desenvolvido outras virtudes pouco comuns num artilheiro, que costuma ser mais "fominha" do que solidário com os colegas.
No Brasileiro, Ronaldo tem feito as vezes de armador e até de defensor. E com eficiência.
Com aproveitamento alto nos passes (85,3%), tem se mostrado um bom criador de jogadas. No Nacional, tem média de uma assistência a cada dois jogos, a segunda melhor do time nesse fundamento.
Prova disso são as duas últimas partidas do Corinthians. Os gols que abriram os placares diante de Cruzeiro e Vitória foram anotados, respectivamente, por Dentinho e Jorge Henrique. Os dois atacantes que jogam pelas laterais, para teoricamente acionar Ronaldo, foram servidos por ele, que se aproveita do espaço deixado entre zagueiros e volantes adversários para recuar e lançar seus companheiros sem marcação.
Apenas Douglas, cuja função principal é exatamente a de abastecer o ataque, supera o Fenômeno. O camisa 10, que está prestes a deixar o clube, dá 1,4 assistência por jogo.
Mas o maior artilheiro da história das Copas do Mundo (15 gols) também tem se mostrado um bom defensor na hora da emergência. Único corintiano liberado das obrigações de defender, Ronaldo procura auxiliar com roubadas de bola. Faz 2,1 desarmes por partida.
E não se furta de parar jogadas dos adversários. Comete uma falta por duelo. (MARTÍN FERNANDEZ E PAULO GALDIERI)


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