São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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nocaute

Corinthians leva três, e Carpegiani cai

Em seu segundo dia como vice de futebol, Antoine Gebran demite técnico após derrota no Pacaembu para o Cruzeiro

Cartola diz que não precisou consultar o presidente em exercício do clube, Clodomil Orsi, e que time é bom, mas tem faltado "alguma coisa"

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico do Corinthians, Paulo César Carpegiani, não resistiu aos 3 a 0 para o Cruzeiro e foi demitido nos vestiários do Pacaembu, ontem à noite.
"O vice de futebol [Antoine Gebran] me ponderou, e chega alguns momentos que não dá mais. Estou de saída e só tenho a agradecer à torcida e a esse grande clube. Não sou homem de abandonar, mas infelizmente não deu para continuar o trabalho", disse o técnico, que já vinha sendo questionado.
Em 23 jogos no comando do time alvinegro, Carpegiani venceu seis partidas, empatou nove e perdeu oito vezes.
"Eu não esperava que meu primeiro ato fosse esse, mas era uma situação irremediável", disse Antoine Gebran, que assumiu o cargo anteontem a pedido do próprio Carpegiani. "Sofremos mais uma derrota e nós não estamos acostumados com derrota. Eu tomei essa decisão por livre e espontânea vontade e nem consultei o presidente [Clodomil Orsi]."
O vice de futebol disse que não sabe se Carpegiani era o principal responsável pela má campanha do time. "Olha, não sei se é isso, mas eu achei que precisava mudar. Perdemos duas partidas seguidas e tinha que mudar", falou o cartola.
Segundo ele, a equipe do Corinthians tem bons jogadores, mas está "faltando alguma coisa". "Procuramos mesclar experiência e juventude. Mas, como torcedor, acho que está faltando um pouco de garra."
Ele disse não ter um nome para o cargo, mas descartou Mário Sérgio e Gallo. "O técnico tem que ser inovador, vencedor, de criatividade", falou.
"Com ou sem Carpegiani eu vou tentar ajudar esse grupo. Ele estava há quatro meses e teve tempo de mostrar seu trabalho ", declarou Vampeta.
Carpegiani deixa o comando do futebol do Corinthians quando começava a ganhar espaço no departamento. Desde a saída de Rubens Gomes, ex-vice de futebol, ele vinha sendo ouvido por Orsi, presidente em exercício, e ganhou poder de vetar e avalizar reforços.
No início da semana, chegou a pedir a Orsi a chegada de um dirigente para o futebol. Dizia estar desconfortável com a situação de não ter um cartola respondendo pela delegação.
Logo após o pedido, a diretoria convidou Gebran para chefiar a delegação no jogo de quarta passada contra o Botafogo, no Rio, pela Copa Sul-Americana -derrota por 3 a 1.
Dois dias depois, Gebran aceitou o cargo no departamento de futebol e, com o novo revés, pôs fim à gestão do treinador, que já chegara a pedir demissão nos vestiários do Morumbi após um 3 a 0 para o Náutico. À época, Gomes, ainda no cargo, o convenceu a ficar.
Depois, Carpegiani cogitou se demitir após a saída de Gomes e do gerente Ilton José da Costa, mas desistiu ao vencer o Grêmio. Ontem, o técnico deixou o estádio escoltado pela polícia e xingado por torcedores.

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