São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Tática corintiana abre "sacola"

Diante de buraco no meio causado pelo 3-4-3, goleiro prevê o pior, e time sucumbe ante vice-líder

Corinthians 0
Cruzeiro 3

Fernando Donasci/Folha Imagem
Gustavo Nery lamenta marcação do árbitro no Pacaembu, onde o Corinthians foi derrotado ontem


DA REPORTAGEM LOCAL

O jogo estava no intervalo. O Corinthians perdia por 1 a 0, o esquema tático de Paulo César Carpegiani não funcionava, e o goleiro Felipe, irritado, fez o alerta: "Se nosso meio-campo continuar com esse buraco, vamos sair daqui com uma sacola [de gols] do tamanho do mundo", reclamou o goleiro.
Ele estava certo. No final, os 3 a 0 para o Cruzeiro ficaram de bom tamanho para um Corinthians frágil na defesa e quase inexistente no ataque. O sistema com três zagueiros e três atacantes deixou os volantes corintianos à mercê de um adversário que atacava em bloco.
"Ô, ô, ô, queremos treinador" e "Carpegiani c... / Pede demissão" foram os gritos de protesto dos corintianos, que exigiram mais "vontade" dos jogadores.
Sobrou para Carpegiani, que teve a cabeça pedida pela torcida -ele entregou o cargo em rápido anúncio após a partida.
Somente Felipe e Vampeta foram poupados pelos torcedores. Com a derrota, o Corinthians caiu para a 13ª posição, com 27 pontos. O Cruzeiro, que devolveu os 3 a 0 que levou do adversário no primeiro turno, chegou aos 38 pontos e está a apenas três do líder São Paulo, que enfrenta hoje o Náutico.
Mesmo com a formação com três atacantes, o Corinthians não tomava a iniciativa do jogo. Era facilmente marcado pelos defensores cruzeirenses.
Os mineiros tocavam a bola com eficiência, envolviam a defesa corintiana e pressionavam o time de Carpegiani. Em dez minutos, o goleiro Felipe já havia feito três defesas difíceis.
A marcação do Cruzeiro, que começava no campo de defesa rival, dificultava a saída de bola do Corinthians, que, por sua vez, esperava os contra-ataques, que não vieram. Tragédia anunciada para os anfitriões.
Em bela jogada pela direita, a bola chegou ao atacante Alecsandro, que girou e, com categoria, fez 1 a 0, aos 28min.
O esquema de Carpegiani, com três zagueiros e dois volantes, mostrava-se ineficiente. Vampeta e Ricardinho não conseguiam nem marcar nem distribuir o jogo. O resultado foi que Felipe ainda salvou o gol mais algumas vezes.
O Corinthians se lançou de forma desesperada ao ataque, sempre com cruzamentos na área. Em vão. Mas Carpegiani não alterou seu esquema tático na segunda etapa. E a torcida elegeu o lateral Edson e o atacante Wilson como vilões.
Quando chegava à frente, o Corinthians desperdiçava. Então Carpegiani se rendeu aos apelos dos torcedores. Sacou Wilson e pôs Bruno Bonfim. Manteve, porém, sua opção tática. O Cruzeiro agradeceu e, sem dificuldade, fez o segundo gol. Jonathan avançou livre, passou com facilidade por Arce e chutou. A bola desviou em Ricardinho e encobriu Felipe.
O então técnico corintiano ainda tentou fechar a "sacola". Tirou Edson e colocou o volante Moradei. Tirou também Arce, que saiu aplaudido, e colocou Everton Santos. Mas havia espaço para mais um na "sacola" corintiana. De novo com Alecssandro, em rebote de Felipe.0 (EDUARDO ARRUDA)

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