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Tática corintiana abre "sacola"
Diante de buraco no meio causado pelo 3-4-3, goleiro prevê o pior, e time sucumbe ante vice-líder
Corinthians 0
Cruzeiro 3
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Gustavo Nery lamenta marcação do árbitro no Pacaembu, onde o Corinthians foi derrotado ontem |
DA REPORTAGEM LOCAL
O jogo estava no intervalo. O
Corinthians perdia por 1 a 0, o
esquema tático de Paulo César
Carpegiani não funcionava, e o
goleiro Felipe, irritado, fez o
alerta: "Se nosso meio-campo
continuar com esse buraco, vamos sair daqui com uma sacola
[de gols] do tamanho do mundo", reclamou o goleiro.
Ele estava certo. No final, os 3
a 0 para o Cruzeiro ficaram de
bom tamanho para um Corinthians frágil na defesa e quase
inexistente no ataque. O sistema com três zagueiros e três
atacantes deixou os volantes
corintianos à mercê de um adversário que atacava em bloco.
"Ô, ô, ô, queremos treinador"
e "Carpegiani c... / Pede demissão" foram os gritos de protesto
dos corintianos, que exigiram
mais "vontade" dos jogadores.
Sobrou para Carpegiani, que
teve a cabeça pedida pela torcida -ele entregou o cargo em rápido anúncio após a partida.
Somente Felipe e Vampeta
foram poupados pelos torcedores. Com a derrota, o Corinthians caiu para a 13ª posição,
com 27 pontos. O Cruzeiro, que
devolveu os 3 a 0 que levou do
adversário no primeiro turno,
chegou aos 38 pontos e está a
apenas três do líder São Paulo,
que enfrenta hoje o Náutico.
Mesmo com a formação com
três atacantes, o Corinthians
não tomava a iniciativa do jogo.
Era facilmente marcado pelos
defensores cruzeirenses.
Os mineiros tocavam a bola
com eficiência, envolviam a defesa corintiana e pressionavam
o time de Carpegiani. Em dez
minutos, o goleiro Felipe já havia feito três defesas difíceis.
A marcação do Cruzeiro, que
começava no campo de defesa
rival, dificultava a saída de bola
do Corinthians, que, por sua
vez, esperava os contra-ataques, que não vieram. Tragédia
anunciada para os anfitriões.
Em bela jogada pela direita, a
bola chegou ao atacante Alecsandro, que girou e, com categoria, fez 1 a 0, aos 28min.
O esquema de Carpegiani,
com três zagueiros e dois volantes, mostrava-se ineficiente.
Vampeta e Ricardinho não conseguiam nem marcar nem distribuir o jogo. O resultado foi
que Felipe ainda salvou o gol
mais algumas vezes.
O Corinthians se lançou de
forma desesperada ao ataque,
sempre com cruzamentos na
área. Em vão. Mas Carpegiani
não alterou seu esquema tático
na segunda etapa. E a torcida
elegeu o lateral Edson e o atacante Wilson como vilões.
Quando chegava à frente, o
Corinthians desperdiçava. Então Carpegiani se rendeu aos
apelos dos torcedores. Sacou
Wilson e pôs Bruno Bonfim.
Manteve, porém, sua opção tática. O Cruzeiro agradeceu e,
sem dificuldade, fez o segundo
gol. Jonathan avançou livre,
passou com facilidade por Arce
e chutou. A bola desviou em Ricardinho e encobriu Felipe.
O então técnico corintiano
ainda tentou fechar a "sacola".
Tirou Edson e colocou o volante Moradei. Tirou também Arce, que saiu aplaudido, e colocou Everton Santos. Mas havia
espaço para mais um na "sacola" corintiana. De novo com
Alecssandro, em rebote de Felipe.0
(EDUARDO ARRUDA)
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