DO ENVIADO A ATENAS

A brasileira Roseane Santos, a Rosinha, bateu o recorde mundial no lançamento de disco, mas ficou fora do pódio na Paraolimpíada de Atenas. Sua compatriota Suely Guimarães ganhou o ouro, o nono do Brasil na Grécia.
A prova reuniu atletas, que competem sentadas, de três classes distintas: F56, F57 e F58. Quanto menor o número de classificação, mais comprometida é a competidora. Para tentar equilibrar a disputa, há um coeficiente de classificação para cada classe.
Amputada da perna esquerda, Rosinha, 32, é F58 e foi uma das estrelas em Sydney, quando conquistou dois ouros (disco e arremesso de peso), com dois recordes mundiais. Ontem, ela melhorou a marca de Sydney (31m58) ao alcançar 31m73.
Mas, por causa do quociente (0,0310) de sua classe, acumulou 1.023 pontos e ficou na sexta colocação. "Não tô triste, tô feliz. Bati o recorde mundial. Tô com a medalha de ouro no peito e no meu coração", disse Rosinha.
Suely Guimarães, amputada das duas pernas, conseguiu o ouro mesmo lançando quase sete metros a menos do que Rosinha.
A pernambucana de 46 anos -atleta mais velha da delegação brasileira- foi reclassificada como F56 pouco antes dos Jogos. Ela marcou 24m30 e fez 1.138 pontos -coeficiente de 0,0213.
"Não esperava o primeiro lugar", disse ela, que afirmou discordar do novo sistema de classificação. "A nova regra não tá clara. Não gostaria de bater o recorde mundial e ficar em sexto."
Ontem, o Brasil garantiu a prata no futebol de 7 (para paralisados cerebrais) ao vencer a Argentina por 4 a 1. Amanhã enfrenta a Ucrânia na final. O Brasil, bronze em Sydney, jogará desfalcado de Marinho, Pereira e Rocha, expulsos ao se envolverem em um tumulto com os argentinos.
Antonio Delfino, que tem parte do braço direito amputada e já havia ganho ouro nas corridas de 200 m e 400 m, queimou a segunda largada dos 100 m e foi desclassificado na final de ontem.