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alívio
Corinthians volta para a Série A
Time bate Ceará, vê Paraná ganhar do Barueri e comemora acesso 6 rodadas antes do fim da Série B
Corinthians 2
Ceará 0
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
A dor acabou. Não durou
nem um ano, mas doeu demais.
Começou a acabar aos 8min,
quando Douglas pegou o rebote
de uma bola no travessão do
Ceará mandada por Herrera.
Continuou a ir embora dois minutos depois, quando o Paraná
abriu o placar em Barueri.
A dor que humilhou também
retemperou.
Uma dor que ainda não se sabe se, de fato, ensinou.
Porque, se foi didática, deixou como lição que os fins não
justificam os meios.
Mas a hora é de festejar.
Festejar a energia que pairou
sobre o Pacaembu.
A energia que o Morumbi conheceu em 13 de outubro de
1977, na noite de Basílio e do
fim de 22 anos de jejum.
Que foi apresentada ao Maracanã em 5 de dezembro de
1976, quando a Fiel invadiu o
Rio e dividiu o estádio com a
torcida do Fluminense. Maracanã que a reviu em 14 de janeiro de 2000, quando se comemorou a conquista do primeiro
Mundial de Clubes da Fifa.
E que o Pacaembu conhece
desde 6 de fevereiro de 1955,
quando da conquista do título
do IV Centenário de São Paulo.
A mesma, veja só, que também deu o ar de sua graça não
faz tanto tempo, em 6 de abril
de 2005, quando o Corinthians
goleou o pobre Cianorte por 5 a
1 pela Copa do Brasil, igual
àquela de 6 de março de 1968,
quando Flávio e Paulo Borges
puseram fim à escrita de 11
anos sem vencer o Santos.
Esta estranha energia corintiana que fica no ar, invade a cidade e toma conta dos corações
e mentes corintianos, invariavelmente em ocasiões impontantes, mas não só.
E a vítima, desta vez, foi o
Ceará, que, diga-se, enriqueceu
sua história ao ser coadjuvante
da tarde que marcou a volta do
Corinthians à divisão principal
do futebol brasileiro, divisão
que sentiu a falta do Timão nesta temporada como já havia
sentido a de Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Botafogo, Galo, Coritiba e como ainda sentirá a do Bahia.
Divisão que também volta à
elite do futebol brasileiro em
2009, porque perdeu tanto ou
mais que o Corinthians em
2008, pelo menos na parcialíssima visão dos... corintianos.
Para melhorar a vida alvinegra neste 25 de outubro, o Palmeiras levou três do Fluminense, motivo também de festa para 35 mil fiéis no estádio e mais
de 30 milhões pelo país afora.
Porque aos 4min, Chicão pegou o rebote de falta batida por
Cristian, e fez 2 a 0, para que todas as atenções se voltassem
apenas para Barueri, onde o jogo estava sete minutos adiante.
O Barueri era uma pressão
só. Era um tal de bola salva em
cima da linha, mão na bola, ou
bola na mão não marcada na
área do Paraná Clube, mas o 1 a
1 que subia o Timão com seis
rodadas de antecipação permanecia firme no marcador. Até
que aos 33min, 26min no Pacaembu, Fabrício fez, de pênalti, 2 a 1 para o time paranaense.
Era a senha.
Então, o Pacaembu não parou mais de cantar. E cantará,
cantará, para sempre, até mais
não poder, porque esta paixão
não sabe o que é morrer. É nóis!
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