São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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alívio

Corinthians volta para a Série A

Time bate Ceará, vê Paraná ganhar do Barueri e comemora acesso 6 rodadas antes do fim da Série B

Corinthians 2
Ceará 0


JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

A dor acabou. Não durou nem um ano, mas doeu demais.
Começou a acabar aos 8min, quando Douglas pegou o rebote de uma bola no travessão do Ceará mandada por Herrera. Continuou a ir embora dois minutos depois, quando o Paraná abriu o placar em Barueri.
A dor que humilhou também retemperou.
Uma dor que ainda não se sabe se, de fato, ensinou.
Porque, se foi didática, deixou como lição que os fins não justificam os meios.
Mas a hora é de festejar.
Festejar a energia que pairou sobre o Pacaembu.
A energia que o Morumbi conheceu em 13 de outubro de 1977, na noite de Basílio e do fim de 22 anos de jejum.
Que foi apresentada ao Maracanã em 5 de dezembro de 1976, quando a Fiel invadiu o Rio e dividiu o estádio com a torcida do Fluminense. Maracanã que a reviu em 14 de janeiro de 2000, quando se comemorou a conquista do primeiro Mundial de Clubes da Fifa.
E que o Pacaembu conhece desde 6 de fevereiro de 1955, quando da conquista do título do IV Centenário de São Paulo.
A mesma, veja só, que também deu o ar de sua graça não faz tanto tempo, em 6 de abril de 2005, quando o Corinthians goleou o pobre Cianorte por 5 a 1 pela Copa do Brasil, igual àquela de 6 de março de 1968, quando Flávio e Paulo Borges puseram fim à escrita de 11 anos sem vencer o Santos.
Esta estranha energia corintiana que fica no ar, invade a cidade e toma conta dos corações e mentes corintianos, invariavelmente em ocasiões impontantes, mas não só.
E a vítima, desta vez, foi o Ceará, que, diga-se, enriqueceu sua história ao ser coadjuvante da tarde que marcou a volta do Corinthians à divisão principal do futebol brasileiro, divisão que sentiu a falta do Timão nesta temporada como já havia sentido a de Fluminense, Palmeiras, Grêmio, Botafogo, Galo, Coritiba e como ainda sentirá a do Bahia.
Divisão que também volta à elite do futebol brasileiro em 2009, porque perdeu tanto ou mais que o Corinthians em 2008, pelo menos na parcialíssima visão dos... corintianos.
Para melhorar a vida alvinegra neste 25 de outubro, o Palmeiras levou três do Fluminense, motivo também de festa para 35 mil fiéis no estádio e mais de 30 milhões pelo país afora.
Porque aos 4min, Chicão pegou o rebote de falta batida por Cristian, e fez 2 a 0, para que todas as atenções se voltassem apenas para Barueri, onde o jogo estava sete minutos adiante.
O Barueri era uma pressão só. Era um tal de bola salva em cima da linha, mão na bola, ou bola na mão não marcada na área do Paraná Clube, mas o 1 a 1 que subia o Timão com seis rodadas de antecipação permanecia firme no marcador. Até que aos 33min, 26min no Pacaembu, Fabrício fez, de pênalti, 2 a 1 para o time paranaense.
Era a senha.
Então, o Pacaembu não parou mais de cantar. E cantará, cantará, para sempre, até mais não poder, porque esta paixão não sabe o que é morrer. É nóis!


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