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Bola parada define San-São eletrizante e forrado de gols
Cinco gols surgiram de jogadas ensaiadas na partida que deixou o São Paulo a 2 pontos do líder e na luta pelo título
Santos 3
São Paulo 4
CAROLINA ARAÚJO
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS
Sete gols na Vila Belmiro. Parecia a década de 60, mas sem
Pelé. E com Felipe Azevedo.
Dos sete tentos, cinco foram de
bola parada. Sinal dos tempos.
O Brasileiro dos pontos corridos viu um de seus jogos mais
movimentados. Isso na reta final da disputa e com um dos times em campo, o Santos, praticamente sem ambição.
O São Paulo, que entrou
ameaçado de sair da zona da Libertadores, conseguiu uma sobrevida na luta pelo título. Está
a dois pontos do Palmeiras e faz
dois jogos seguidos em casa.
O primeiro tempo foi pior
que o segundo, mas teve mais
gols. Foram quatro de bola parada, parte mérito de quem balançou a rede e, em boa parte,
demérito de quem sofreu.
"A falha foi de todos. Após o
primeiro gol, conversamos,
mas tomamos um gol praticamente igual, com um desvio no
primeiro pau", lamentou o zagueiro André Dias, que voltou
ontem ao time são-paulino.
"É uma jogada treinada. O
Vanderlei [Luxemburgo] pede
sempre que eu fique ali [primeira trave]. Deu resultado",
falou o santista Rodrigo Souto.
O primeiro gol foi santista e
saiu de escanteio da direita do
ataque. Rodrigo Souto tocou
para o segundo pau, e André, jovem substituto de Kléber Pereira, marcou de cabeça.
Eram só seis minutos de partida. E mal deu tempo de comemoração. Hernanes, seis minutos depois, anotou um golaço.
Como? De falta, direta, no ângulo esquerdo de Felipe.
Com a bola rolando, estava
difícil. Sobraram chutões. Com
a bola parada, tudo estava bem
ensaiado. Ou não.
Escanteio pela direita do ataque santista. Rodrigo Souto
desvia no primeiro pau, mas
para o gol. Parecia a repetição
de um filme de terror para o tricampeão brasileiro que, com
Muricy Ramalho, tinha defesa
firme nas bolas paradas.
Mas o futebol oferece escanteios para os dois lados. No fim
da etapa inicial, o São Paulo teve dois. No primeiro, bola desviada no primeiro pau, e Washington tocou meio sem jeito,
bem ao seu estilo, e marcou. Felipe, infeliz na partida, aceitou.
O segundo tempo começou
com mais velocidade, com a bola mais no chão.
Jorge Wagner invadiu a área
e bateu forte. Quase. Ele mesmo ficou na área e chutou de direita um cruzamento que veio
da direita. Tudo torto para Jorge Wagner, mas ele marcou.
"O campeão voltou" reapareceu na arquibancada, com a
torcida são-paulina. Quase silenciou quando Triguinho foi à
linha de fundo e serviu com
maestria Robson, que anotou o
terceiro gol santista de cabeça.
Rogério mal pegou a bola na
rede e estava no ataque batendo falta. Nunca havia marcado
na Vila, mas, depois de Ronaldo
no primeiro semestre, foi a vez
de o ídolo tricolor inscrever seu
nome no palco do "Rei".
Bateu falta rasteira no canto
de Felipe, que levou seu quarto
gol -em pelo menos dois deles,
poderia ter feito algo melhor.
Nos anos 60, 4 a 3 tinha o
maior de todos os artilheiros e
tabelas. Agora, 4 a 3 tem bola
parada e o goleiro-goleador.
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