São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009

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Bola parada define San-São eletrizante e forrado de gols

Cinco gols surgiram de jogadas ensaiadas na partida que deixou o São Paulo a 2 pontos do líder e na luta pelo título

Santos 3
São Paulo 4


CAROLINA ARAÚJO
RODRIGO BUENO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTOS

Sete gols na Vila Belmiro. Parecia a década de 60, mas sem Pelé. E com Felipe Azevedo. Dos sete tentos, cinco foram de bola parada. Sinal dos tempos.
O Brasileiro dos pontos corridos viu um de seus jogos mais movimentados. Isso na reta final da disputa e com um dos times em campo, o Santos, praticamente sem ambição.
O São Paulo, que entrou ameaçado de sair da zona da Libertadores, conseguiu uma sobrevida na luta pelo título. Está a dois pontos do Palmeiras e faz dois jogos seguidos em casa.
O primeiro tempo foi pior que o segundo, mas teve mais gols. Foram quatro de bola parada, parte mérito de quem balançou a rede e, em boa parte, demérito de quem sofreu.
"A falha foi de todos. Após o primeiro gol, conversamos, mas tomamos um gol praticamente igual, com um desvio no primeiro pau", lamentou o zagueiro André Dias, que voltou ontem ao time são-paulino.
"É uma jogada treinada. O Vanderlei [Luxemburgo] pede sempre que eu fique ali [primeira trave]. Deu resultado", falou o santista Rodrigo Souto.
O primeiro gol foi santista e saiu de escanteio da direita do ataque. Rodrigo Souto tocou para o segundo pau, e André, jovem substituto de Kléber Pereira, marcou de cabeça.
Eram só seis minutos de partida. E mal deu tempo de comemoração. Hernanes, seis minutos depois, anotou um golaço. Como? De falta, direta, no ângulo esquerdo de Felipe.
Com a bola rolando, estava difícil. Sobraram chutões. Com a bola parada, tudo estava bem ensaiado. Ou não.
Escanteio pela direita do ataque santista. Rodrigo Souto desvia no primeiro pau, mas para o gol. Parecia a repetição de um filme de terror para o tricampeão brasileiro que, com Muricy Ramalho, tinha defesa firme nas bolas paradas.
Mas o futebol oferece escanteios para os dois lados. No fim da etapa inicial, o São Paulo teve dois. No primeiro, bola desviada no primeiro pau, e Washington tocou meio sem jeito, bem ao seu estilo, e marcou. Felipe, infeliz na partida, aceitou.
O segundo tempo começou com mais velocidade, com a bola mais no chão.
Jorge Wagner invadiu a área e bateu forte. Quase. Ele mesmo ficou na área e chutou de direita um cruzamento que veio da direita. Tudo torto para Jorge Wagner, mas ele marcou.
"O campeão voltou" reapareceu na arquibancada, com a torcida são-paulina. Quase silenciou quando Triguinho foi à linha de fundo e serviu com maestria Robson, que anotou o terceiro gol santista de cabeça.
Rogério mal pegou a bola na rede e estava no ataque batendo falta. Nunca havia marcado na Vila, mas, depois de Ronaldo no primeiro semestre, foi a vez de o ídolo tricolor inscrever seu nome no palco do "Rei".
Bateu falta rasteira no canto de Felipe, que levou seu quarto gol -em pelo menos dois deles, poderia ter feito algo melhor.
Nos anos 60, 4 a 3 tinha o maior de todos os artilheiros e tabelas. Agora, 4 a 3 tem bola parada e o goleiro-goleador.


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