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FUTEBOL
A última polêmica do centenário
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Você pensa que o ano do centenário da Fifa já acabou e
que as polêmicas envolvendo os
festejos da entidade também acabaram? Estátua! Literalmente.
A obra de arte criada para eternizar os cem anos da Fifa é conhecida ainda por pouca gente e tem
tudo para gerar polêmica pelos
próximos cem anos. Lembra da
criticada lista elaborada com a
ajuda de Pelé dos que seriam os
cem mais "representativos" jogadores da história? Pois bem, a lista foi reduzida para 15 nomes,
que viraram estátua em Zurique.
Assim como a camisas são "retiradas" e "penduradas" na NBA
como forma de homenagem, 15
atletas estarão agora para sempre
com os seus lendários uniformes
esculpidos na cidade que abriga a
máxima entidade do futebol.
Uma sequóia gigante de 101
anos se transformou em uma peça de mais de 10 m e 2,5 toneladas
pelas mãos de Stephan Schmidlin.
A idéia passa por uma árvore genealógica do futebol, que tem em
sua base algumas das maiores
lendas, como Pelé, Franz Beckenbauer e Sir Bobby Charlton. Acima deles, está uma outra fornada
de craques, mais jovens, como
Cruyff e o controverso Maradona.
Os jogadores, como em uma pirâmide circense, se apóiam uns
nos outros e, no topo, seguram
um globo terrestre, o "futebol".
Apenas dois brasileiros estão
nessa seleta homenagem. As duas
camisas amarelas que aparecem
na obra são a 10 (do "Rei", é claro) e a 9 de Ronaldo, o "Fenômeno". O Brasil tem o mesmo número de integrantes que a França e a
Inglaterra na estátua -os franceses Platini e Zidane e os ingleses
Bobby Chalton e Beckham representam os seus países na peça.
Há, simpaticamente, uma mulher: a norte-americana Mia
Hamm. Tem, politicamente, um
africano: o camaronês Roger Milla. E figura, comercialmente, um
asiático: o japonês Nakata.
São poucos os números de camisa "eternizados" pela Fifa: o 10 de
Argentina, Brasil e França (essa
última duplamente), o 9 de Brasil, EUA e Portugal, o 1 da antiga
União Soviética e da Itália, o 7 da
Inglaterra e do Japão, o 5 da Alemanha, o 13 da Inglaterra, o 14 da
Holanda e o 23 de Camarões.
Se muitos craques fizeram falta
àquela polêmica e inchada lista
do Pelé no começo do ano, quantos não farão à "árvore da bola"?
A Fifa encheu o calendário de
festividades e, talvez pelo excesso
de promoções, deu suas escorregadas. A eleição de melhor jogador do ano, por exemplo, inovou
com os votos dos "boleiros". Mas
os sindicatos dos atletas, chamados a participar, tiveram seus votos descartados, em atitude mais
que estranha. A lista que apontou
Ronaldinho merecidamente como o melhor do planeta ignorou
mais de 20% dos votos que foram
colhidos, uma "virada de mesa"
nada sutil que alterou por completo o resultado final da eleição.
Ídolos lamentando por terem sido esquecidos em homenagens,
sindicatos e algumas federações
reclamando por serem barrados
em votação, clubes pedindo dinheiro e movendo ação pela cessão de atletas às seleções, jogadores morrendo em campo sistematicamente... Muita coisa precisa
ser feita e melhorada no 101º ano.
Aluga
A Fifa não vai mais vender sua atual e aconchegante sede em Sonnenberg, região montanhosa e pomposa de Zurique. O antigo hotel
que foi reformado e ampliado nos últimos anos será alugado, segundo Urs Linsi, secretário-geral da entidade. Já há ofertas. A Fifa se muda de casa pouco antes da Copa de 2006. A nova sede será em terreno
perto do zoológico de Zurique. O novo terreno, só para lembrar, foi
adquirido, não se sabe por quanto, junto ao Credit Suisse First Boston (CSFB), banco que tirou o presidente Joseph Blatter e a Fifa de
apertos financeiros e que teve Linsi como diretor por quase 20 anos.
Festeja
A formal festa que fechou o centenário da Fifa acabou com show de
Lionel Richie no palco e, acredite, de Platini na pista de dança.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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