São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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precipício

Baderna reduz o clube dos sem-rebaixamento

Caos administrativo explica queda de times tradicionais nas ligas planeta afora

Fracasso corintiano no Brasil é mais um exemplo de que a camisa, sozinha, não segura mais as equipes de ponta na elite de seus países


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O clube dos times que jamais foram rebaixados em suas ligas nacionais vai perdendo sócios a cada ano. O rebaixamento no Brasil do Corinthians, que seguiu o roteiro de problemas administrativos já ocorridos com outras grandes agremiações mundo afora, deixou mais claro no país que o descenso não poupa mais camisa e mística.
Pegando apenas os principais campeonatos nacionais da atualidade, são cerca de 20 os clubes que podem se orgulhar de nunca terem caído para a segunda divisão. Incluindo ligas médias e um considerável número de pequenas, esse número passa por pouco de 70.
O Brasil, que tem visto grandes em apuros nos pontos corridos -já ficaram fora da elite do país desde 2003 times como Atlético-MG, Botafogo, Grêmio e Palmeiras-, é um caso raro, ainda com seis ""invictos".
Isso muito porque o Brasileiro teve início só em 1971, depois de outros Nacionais, além do fato de algumas edições não contarem com rebaixamento (e terem ""viradas de mesa").
Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos, São Paulo e Vasco já riram de descensos rivais no Brasileiro e não passaram por essa experiência. Mas santistas e são-paulinos não jogaram o Nacional de 1979 por opção, como outros times que priorizaram o Estadual. E flamenguistas, colorados e vascaínos já passaram sufocos recentes na luta contra o descenso.
No badalado Italiano, agora só há uma equipe que jamais foi rebaixada: a Inter. A Juventus, por motivos extracampo (envolvimento em escândalo de manipulação de resultados), atuou na Série B na temporada passada, repetindo pena que outros grandes do país, como Milan e Lazio, já pagaram.
A tradicional Fiorentina, por problemas financeiros, acabou falindo (como o Racing na Argentina). Teve que mudar temporariamente de nome e foi jogada em 2002 para a Série C2. Em decorrência de caos administrativo, outros clubes históricos, como o Napoli, também amargaram a Segundona.
Na Inglaterra, que já viu todos os times em algum momento e/ou por alguma razão fora da elite (a disputa nasceu no século 19 e sofreu com guerras), o Leeds deu exemplo recente de má administração.
Tido como grande no país, foi quebrado na administração de Peter Ridsdale. Estourou nos gastos e chegou a ter dívida em 2003 de quase R$ 400 milhões, o que deixou o time fora da elite -caiu e ainda não voltou, atuando no momento no equivalente à terceira divisão.
Na Alemanha, a Bundesliga, o mais recente dos principais campeonatos nacionais europeus (começou em 1963), tem apenas um time com 100% de participações: o Hamburgo.
O Bayern, que estreou na terceira edição da liga, segue como potência, mas outro sócio do G14 ainda sente efeitos de crise econômica. O Borussia Dortmund, mesmo com altas receitas, quase ruiu. Porém não caiu como o Eintracht Frankfurt.
Na Espanha, Barcelona, Real Madrid e Athletic Bilbao estão ""virgens" em queda ainda, mas o time basco, por não aceitar estrangeiros, vem correndo risco nas últimas temporadas.


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