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precipício
Baderna reduz o clube dos sem-rebaixamento
Caos administrativo explica queda de times tradicionais nas ligas planeta afora
Fracasso corintiano no Brasil é mais um exemplo de que a camisa, sozinha, não segura mais as equipes de ponta
na elite de seus países
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O clube dos times que jamais
foram rebaixados em suas ligas
nacionais vai perdendo sócios a
cada ano. O rebaixamento no
Brasil do Corinthians, que seguiu o roteiro de problemas administrativos já ocorridos com
outras grandes agremiações
mundo afora, deixou mais claro
no país que o descenso não
poupa mais camisa e mística.
Pegando apenas os principais campeonatos nacionais da
atualidade, são cerca de 20 os
clubes que podem se orgulhar
de nunca terem caído para a segunda divisão. Incluindo ligas
médias e um considerável número de pequenas, esse número passa por pouco de 70.
O Brasil, que tem visto grandes em apuros nos pontos corridos -já ficaram fora da elite
do país desde 2003 times como
Atlético-MG, Botafogo, Grêmio
e Palmeiras-, é um caso raro,
ainda com seis ""invictos".
Isso muito porque o Brasileiro teve início só em 1971, depois
de outros Nacionais, além do
fato de algumas edições não
contarem com rebaixamento (e
terem ""viradas de mesa").
Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos, São Paulo e
Vasco já riram de descensos rivais no Brasileiro e não passaram por essa experiência. Mas
santistas e são-paulinos não jogaram o Nacional de 1979 por
opção, como outros times que
priorizaram o Estadual. E flamenguistas, colorados e vascaínos já passaram sufocos recentes na luta contra o descenso.
No badalado Italiano, agora
só há uma equipe que jamais foi
rebaixada: a Inter. A Juventus,
por motivos extracampo (envolvimento em escândalo de
manipulação de resultados),
atuou na Série B na temporada
passada, repetindo pena que
outros grandes do país, como
Milan e Lazio, já pagaram.
A tradicional Fiorentina, por
problemas financeiros, acabou
falindo (como o Racing na Argentina). Teve que mudar temporariamente de nome e foi jogada em 2002 para a Série C2.
Em decorrência de caos administrativo, outros clubes históricos, como o Napoli, também
amargaram a Segundona.
Na Inglaterra, que já viu todos os times em algum momento e/ou por alguma razão fora
da elite (a disputa nasceu no século 19 e sofreu com guerras), o
Leeds deu exemplo recente de
má administração.
Tido como grande no país, foi
quebrado na administração de
Peter Ridsdale. Estourou nos
gastos e chegou a ter dívida em
2003 de quase R$ 400 milhões,
o que deixou o time fora da elite
-caiu e ainda não voltou,
atuando no momento no equivalente à terceira divisão.
Na Alemanha, a Bundesliga,
o mais recente dos principais
campeonatos nacionais europeus (começou em 1963), tem
apenas um time com 100% de
participações: o Hamburgo.
O Bayern, que estreou na terceira edição da liga, segue como
potência, mas outro sócio do
G14 ainda sente efeitos de crise
econômica. O Borussia Dortmund, mesmo com altas receitas, quase ruiu. Porém não caiu
como o Eintracht Frankfurt.
Na Espanha, Barcelona, Real
Madrid e Athletic Bilbao estão
""virgens" em queda ainda, mas
o time basco, por não aceitar
estrangeiros, vem correndo risco nas últimas temporadas.
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