MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo teve 27 minutos para tentar resolver o jogo do último domingo, vencer o Santo André e mudar seu rival pelas quartas-de-final do Paulista. Não conseguiu. E hoje, às 20h30, recebe o mesmo Santo André, com a vantagem do empate para seguir no torneio.
Os são-paulinos foram veementes nas negativas de terem armado um complô contra o Santos, que foi eliminado com o empate conquistado aos 24min do segundo tempo pelo time do ABC (o jogo foi encerrado aos 47min).
Concordaram, entretanto, que no final era melhor apostar no empate do que correr o risco de perder e ter que pegar o São Caetano sem vantagem nenhuma.
"Todo mundo critica o São Paulo porque não sabe manter o resultado. Não conseguimos manter a vitória, mas mantivemos o empate. Melhor do que perder", afirmou Kaká, que, machucado, mais uma vez desfalca o time.
Sincero, o atacante Luis Fabiano, ao ser questionado sobre a sua saída depois de o time do ABC ter empatado o jogo, sorriu e disse: "As coisas estavam definidas, e eu não podia me arriscar a piorar as coisas para as fases seguintes".
Também os números do Datafolha comprovam que o rendimento do time esteve aquém da média são-paulina nos demais jogos da primeira fase do Paulista.
Foram menos desarmes (108,4 x 89), menos finalizações (18,8 x 17), menos dribles (18,6 x 17), menos assistências (2,2 x 2) e menos lançamentos (4,8 x 4).
Se for levada em conta a performance da equipe depois do gol de empate do time do ABC, a discrepância é ainda maior. O São Paulo tentou apenas uma vez, com uma finalização correta de Ricardinho, vencer o goleiro Júlio César.
Apesar de ter sido eleito um rival mais fácil de bater do que seria o São Caetano, o Santo André é temido pelos são-paulinos. Um temor proporcional às eventuais críticas que o time receberá caso vença facilmente o mesmo Santo André que conseguiu empatar no Morumbi depois de tomar 2 a 0.
"Naquele dia pensávamos em consolidar a nossa classificação, e quinta [hoje] vai ser igual", disse o técnico Oswaldo de Oliveira.
Já o Santo André está cercado de mistério. "Senti uma certa timidez de alguns jogadores mais novos no domingo. A escalação será baseada na coragem", afirmou o treinador Luiz Carlos Ferreira.