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AÇÃO
Passando o limite
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Noronha cobrou caro, há
duas semanas, a taxa que o
surfe exige dos menos prudentes.
Um surfista iniciante morreu sexta-feira depois de ser duramente
castigado pelas pesadas e ocas ondas da Cacimba do Padre.
Uma ondulação de no mínimo
seis pés havaianos, que muita
gente jura ter quebrado com oito,
é uma cena maravilhosa, tentadora e arriscadíssima.
No ano passado, o documentário que mostra as etapas do circuito mundial revelou que até
mesmo os profissionais de grosso
calibre tremem quando o mar ultrapassa seus limites. Quem assistiu à etapa Teahupoo no Tahiti
viu medo no rosto de boa parte
desses profissionais.
Tem que fazer parte do arsenal
de um bom surfista a capacidade
de avaliar até onde vão suas habilidades e onde fica a barreira
imposta por seus limites.
Lisandro, um surfista amador
que trabalha com o Ibama, fez o
que pôde tentando trazer de volta
à vida um surfista que não soube
executar com precisão essa avaliação. O rapaz morreu.
Em tempo, no fim de semana
seguinte, os surfistas locais, aproveitando a estrutura deixada, fizeram sua competição interna em
ondas consideradas cabulosas
por quem teve o privilégio de assistir da praia. Detalhe, o prêmio
para o campeão era um par de
óculos escuros.
O snowboarder Jeffrey Anderson, 23, morreu de forma bizarra
no fim de semana passado.
Uma das maiores promessas do
esporte, o norte-americano estava
"treinando" para a competição
da qual iria participar em Nagano, no Japão, na escada do hotel
em que estava hospedado.
Como se treinar na escada na
véspera do prova já não fosse suficientemente esquisito, eram 3h15
da madrugada quando Jeffrey,
que descia as escadas lateralmente e de costas para aprimorar manobras, perdeu o equilíbrio e rolou 50 pés até finalmente parar, já
desacordado.
Foi levado ao hospital, mas pronunciado morto devido a traumatismos cranianos.
Na sétima edição dos X-Games
de inverno, um esporte ganhou
em popularidade dos demais.
Trata-se do SnoCross, uma corrida de motos de neve modificadas e envenenadas, que fazem um
barulho do diabo e se enfrentam
em uma pista cheia de calombos,
desvios e obstáculos.
É cristalino como o gelo que o
que assombra e deleita os americanos são tombos espetaculares e
saltos de mais de três andares.
Não é preciso dizer que o pacato
resort que sediou os jogos foi
transformado em pista de combustão espontânea.
Quem pilota uma moto dessas
na neve, com nove outros indivíduos em calorosa perseguição,
não necessariamente quer interagir com o ambiente. É também
discutível que tipo de coeficiente
esportivo uma atividade que requer motores diferentemente regulados pode ter. Mas tamanho
foi o sucesso desse tal SnoCross
que ele parece ter entrado de vez
na lista de esportes dos jogos.
Embalado
Apesar de estar sem seu principal patrocinador, Neco Padaratz, depois de ganhar o WQS de Fernando de Noronha, voltou a vencer, na
terceira etapa do Abrasp SuperTrials, em Torres (RS).
Cachorrada
Está em curso a 31ª Iditarod Trail Slad Dog, uma corrida movida a cachorros. São 1.800 quilômetros, cruzando o Alasca de lado a lado. O
primeiro colocado deve completar a loucura gelada em 15 dias.
Não vai rolar
Salvo um furacão do além, a segunda edição da Tow-In World Cup,
cujo período de espera termina amanhã, não vai acontecer este ano.
A prova de ondas grandes em Maui é organizada por brasileiros.
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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