RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo se ganhar os seus seis jogos restantes nas eliminatórias da Copa-2002, a seleção brasileira já garantiu, após o empate de 1 a 1 com o Peru anteontem, sua pior campanha na história da competição qualificatória para a Copa.
O pior aproveitamento de pontos que a seleção já registrou foi de 75%. Tal índice aconteceu três vezes: nas eliminatórias para as Copas de 1958, 1986 e 1994.
Se a seleção vencer seus seis jogos restantes nas eliminatórias, terá exatamente 75% de aproveitamento, computados dois pontos por vitória, como foram as eliminatórias até a Copa de 94.
Sob o comando do técnico Emerson Leão, a seleção brasileira teve uma vitória, um empate e uma derrota nas eliminatórias.
Em três oportunidades, a seleção do país passou pelas eliminatórias com 100% de aproveitamento: foi nos qualificatórios para os Mundiais de 1954, 70 e 82. Nas eliminatórias para a Copa de 78, o Brasil teve aproveitamento de 83,3%. Para a Copa de 90, o aproveitamento foi de 87,5%.
Se só vencer os três jogos em casa que ainda tem por fazer nas eliminatórias, a seleção deve garantir vaga no Mundial asiático em quarto lugar -sua posição atual.
Com 30 pontos -hoje o time soma 21-, o Brasil teria aproveitamento de 58,3 %. A previsão dos 30 pontos é bem realista, uma vez que a seleção vai enfrentar fora de casa Argentina e Uruguai, seus mais tradicionais rivais, e a Bolívia, equipe que mais usufrui da altitude como mandante.
Em casa, o Brasil terá pela frente o Paraguai, segundo melhor time da disputa, o Chile e, por último, a frágil Venezuela. Há uma boa chance de a seleção não chegar classificada à última rodada das eliminatórias, em novembro.
Se o Brasil ficar em quinto lugar, jogará repescagem contra o campeão das eliminatórias da Oceania. Em jogos de ida e volta, possivelmente contra a Austrália, o país decidiria sua sorte no primeiro Mundial do século 21.
A Argentina, líder das eliminatórias com 29 pontos, está virtualmente classificada. Paraguai, Equador, Brasil, Colômbia e Uruguai disputam as outras vagas. Peru, Chile e Bolívia têm chances remotas. A Venezuela está fora.
A briga maior dos brasileiros hoje é com equatorianos, colombianos e uruguaios. Uma vantagem do Brasil é o saldo de gols -tem saldo de 11 gols, só perdendo nesse item para a Argentina.
Se a seleção perder para o Uruguai em Montevidéu, pode cair para o quinto lugar -se perder por quatro gols de diferença, pode cair para sexto. O Brasil não vence o rival em Montevidéu há 25 anos.
A campanha da seleção nas atuais eliminatórias registra seis vitórias, três empates (dois em casa) e três derrotas (antes só havia perdido um jogo em todas as eliminatórias). Apenas o Brasil jogou todas as Copas do Mundo.


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