|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Técnico diz que empate com Peru não é suficiente para mudar rumo
Leão admite erros, mas
insistirá em renovação
DA REPORTAGEM LOCAL
A "mudança de filosofia" implantada pelo técnico Emerson
Leão no jogo de anteontem contra o Peru, cujo maior reflexo foi a
reformulação radical do elenco,
terá prosseguimento, apesar da
péssima atuação da seleção no
Morumbi e do empate em 1 a 1.
Na avaliação do treinador, uma
partida é muito pouco para abortar as modificações.
"Não posso entrar em pânico.
Tenho que ter o bom senso de
continuar aquilo a que nos propusemos. Nossa comissão [técnica" é responsável por aquilo que
faz, mas às vezes não é possível
você ter a solução em 24, 48 ou 72
horas", afirmou Leão após o jogo.
Dos 22 atletas chamados para o
jogo contra o Peru, cinco jamais
haviam sido convocados para a
seleção. Somente três jogadores
que atuam no exterior integraram a lista, e astros como Rivaldo, Roberto Carlos, Cafu e Ronaldinho foram excluídos por Leão.
À exceção do atacante Ewerthon, que teve uma atuação razoável, as novidades do time titular foram o destaque negativo da
seleção anteontem. Os estreantes
Alessandro, Leomar, Mineiro e
Washington estiveram apáticos,
assim como os corintianos Marcelinho e Ricardinho, que não
atuavam pelo Brasil desde a gestão de Wanderley Luxemburgo.
Leão demonstrou uma posição
dúbia em relação ao problema.
Ao mesmo tempo em que elogiou
os estreantes -e defendeu também a criticada substituição de
Ricardinho por Mineiro-, disse
que promoverá mais mudanças
nas próximas convocações.
"Nós temos que mudar uma filosofia, mas temos que saber o
momento certo para mudar. Pode ter certeza de que iremos testar
mais jogadores, porque ainda
não temos uma equipe definida
para disputar esse torneio [eliminatórias" nem o Mundial."
O dilema do técnico tem de ser
resolvido até 9 de maio, quando
será convocado o grupo que disputará a Copa das Confederações, no Japão e na Coréia do Sul,
entre 30 de maio e 10 de junho.
Mesmo que insista em novatos e
atletas pouco conhecidos, é quase
certo que os "estrangeiros" estarão em maior número. Ao menos
Rivaldo e Cafu devem voltar.
Uma coisa é certa: Leão vai mudar a forma de treinar da seleção.
Em um dos momentos mais
constrangedores da entrevista coletiva que o técnico concedeu
após o jogo, ele admitiu que utilizou de forma errada o único treino coletivo que realizou antes de
enfrentar o Peru.
"Se todos os adversários jogam
igual contra o Brasil, dificultando
os espaços, por que não houve
uma simulação disso no treino?",
perguntou um repórter.
"Você tem razão. Eu errei,
pronto", resumiu-se a responder
Leão, causando um silêncio geral.
O mea culpa do técnico prosseguiu quando ele falou sobre a falta de tempo para treinar, um dos
maiores obstáculos da seleção.
"Não podemos culpar a falta de
tempo em 90%, 100%. Temos de
ter maior poder de fogo e o tempo certo, que, sinceramente, não
é esse. Lógico que está desconfortável, mas, quando menos se espera, volta-se a fazer espetáculo.
Estamos esperando encontrar esse momento o mais rápido."
Nos próximos meses, Leão terá
pela primeira vez desde que assumiu um período longo para preparar seu time. A abertura da Copa das Confederações é em 30 de
maio, mas a seleção embarca para
o Japão dez dias antes. Caso o
Brasil vá à final, Leão terá ficado
20 dias com seus atletas.
Texto Anterior: Leão condena Brasil a aturar pior campanha Próximo Texto: Romário sai em defesa do técnico Índice
|