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Palmeiras encara velha ameaça à sua arrancada
Após bom início no Nacional, time enfrentará obstáculos iguais aos do Paulista
Preparação de um mês e entrosamento são armas contra série de jogos e perda de craques, fatores decisivos para fracasso no Estadual
DA REPORTAGEM LOCAL
Por 32 dias, jogadores palmeirenses puderam treinar
força, velocidade e resistência.
Não havia porque se preocupar
com a recuperação para jogos,
diante da inatividade. Duas vitórias seguidas no início do
Brasileiro foram o resultado.
Mas o cenário azul não vai se
repetir no restante do torneio.
A partir da nona rodada, o time
passará a enfrentar seqüência
de partidas no meio de semana.
E, na próxima rodada, já terá a
ausência de um de seus dois
craques, o chileno Valdivia.
Foi exatamente sob estas
condições que o Palmeiras fracassou no Paulista. Embalado
por pré-temporada, venceu
três seguidas no início do Estadual. E depois passou seis rodadas sem sucesso, justamente no
período com partidas nas quartas-feiras. Coincidiu com ausências de Edmundo e Valdivia
em alguns desses jogos.
A comissão técnica alviverde,
no entanto, vê características
diferentes nas duas competições. E, por isso, não prevê queda acentuada de rendimento da
equipe durante o Nacional.
"Não tem como comparar
aquele período [Paulista]. Estávamos montando um time.
Mudei toda a equipe depois",
afirma o técnico Caio Jr.
Realmente, dos 11 atletas que
estrearam na temporada, no
Paulista, só 4 ainda são titulares (Dininho, Michael, Pierre e
Valdivia). Só que contusões influenciaram a escalação tanto
quanto o dedo do técnico: Osmar e Marcos estão fora, e Edmundo recuperou-se e voltou.
Se ganhou em padrão de jogo,
com uma equipe com poucas
alterações a cada partida, Caio
Jr. não tem como evitar o prejuízo de desfalques de estrelas.
No Paulista, Edmundo caía
de rendimento ou contundia-se na maioria das semanas em
que atuava duas vezes. E o time
é dependente do veterano de 36
anos. Ele é responsável por
26,7% dos gols da equipe nesta
temporada. E é quem mais finaliza no time: 5,5 por partida.
Em julho e agosto, o atacante
enfrentará cinco semanas seguidas com jogos no meio de semana. "No momento, ele está
inteiro para jogar todas as partidas", conta o preparador físico do Palmeiras, Omar Feitosa.
"Cada jogador tem carga diferenciada de trabalho, de acordo
com suas características."
Apesar das contusões de Edmundo no início do ano, o preparador entende que o time
não teve queda de rendimento
físico no Paulista. Para ele, a
equipe seguiu competitiva até o
final da competição.
Mas ele admite que, com jogos no meio da semana, os treinos são só de recuperação para
a partida seguinte. E explica
que a preparação durante um
mês para jogar servirá para o
ano inteiro. "Não estabelecemos um auge de desempenho."
Fora a questão física, o Palmeiras também terá a perda de
Valdivia, que será convocado
para defender o Chile na Copa
América. Ficará de fora de jogos de junho e julho. E já deve
ser ausência para o próximo jogo, com o Cruzeiro, pois foi
chamado para dois amistosos,
contra Jamaica e Costa Rica.
"Estamos tentando liberá-lo,
mas acho isso improvável", reconheceu o diretor de futebol
do clube, Toninho Cecílio.
Juntamente com Edmundo,
Valdivia tem sido figura decisiva para o Palmeiras. Marcou só
cinco gols no ano. Mas já é o líder em assistências no Brasileiro, segundo o Datafolha, com
duas. E é o 11º que mais recebeu
faltas, com 5,5 por jogo.
Diante dessas ameaças, Caio
Jr. admite que, por enquanto, o
Palmeiras só obteve um bom
início. "Não podemos ter relaxamento. Temos que continuar
vencendo sempre para manter
esse clima", resume o volante
Martinez.
(RODRIGO MATTOS)
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