São Paulo, domingo, 27 de maio de 2007

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Palmeiras encara velha ameaça à sua arrancada

Após bom início no Nacional, time enfrentará obstáculos iguais aos do Paulista

Preparação de um mês e entrosamento são armas contra série de jogos e perda de craques, fatores decisivos para fracasso no Estadual


DA REPORTAGEM LOCAL

Por 32 dias, jogadores palmeirenses puderam treinar força, velocidade e resistência. Não havia porque se preocupar com a recuperação para jogos, diante da inatividade. Duas vitórias seguidas no início do Brasileiro foram o resultado.
Mas o cenário azul não vai se repetir no restante do torneio. A partir da nona rodada, o time passará a enfrentar seqüência de partidas no meio de semana. E, na próxima rodada, já terá a ausência de um de seus dois craques, o chileno Valdivia.
Foi exatamente sob estas condições que o Palmeiras fracassou no Paulista. Embalado por pré-temporada, venceu três seguidas no início do Estadual. E depois passou seis rodadas sem sucesso, justamente no período com partidas nas quartas-feiras. Coincidiu com ausências de Edmundo e Valdivia em alguns desses jogos.
A comissão técnica alviverde, no entanto, vê características diferentes nas duas competições. E, por isso, não prevê queda acentuada de rendimento da equipe durante o Nacional.
"Não tem como comparar aquele período [Paulista]. Estávamos montando um time. Mudei toda a equipe depois", afirma o técnico Caio Jr.
Realmente, dos 11 atletas que estrearam na temporada, no Paulista, só 4 ainda são titulares (Dininho, Michael, Pierre e Valdivia). Só que contusões influenciaram a escalação tanto quanto o dedo do técnico: Osmar e Marcos estão fora, e Edmundo recuperou-se e voltou.
Se ganhou em padrão de jogo, com uma equipe com poucas alterações a cada partida, Caio Jr. não tem como evitar o prejuízo de desfalques de estrelas.
No Paulista, Edmundo caía de rendimento ou contundia-se na maioria das semanas em que atuava duas vezes. E o time é dependente do veterano de 36 anos. Ele é responsável por 26,7% dos gols da equipe nesta temporada. E é quem mais finaliza no time: 5,5 por partida.
Em julho e agosto, o atacante enfrentará cinco semanas seguidas com jogos no meio de semana. "No momento, ele está inteiro para jogar todas as partidas", conta o preparador físico do Palmeiras, Omar Feitosa. "Cada jogador tem carga diferenciada de trabalho, de acordo com suas características."
Apesar das contusões de Edmundo no início do ano, o preparador entende que o time não teve queda de rendimento físico no Paulista. Para ele, a equipe seguiu competitiva até o final da competição.
Mas ele admite que, com jogos no meio da semana, os treinos são só de recuperação para a partida seguinte. E explica que a preparação durante um mês para jogar servirá para o ano inteiro. "Não estabelecemos um auge de desempenho."
Fora a questão física, o Palmeiras também terá a perda de Valdivia, que será convocado para defender o Chile na Copa América. Ficará de fora de jogos de junho e julho. E já deve ser ausência para o próximo jogo, com o Cruzeiro, pois foi chamado para dois amistosos, contra Jamaica e Costa Rica.
"Estamos tentando liberá-lo, mas acho isso improvável", reconheceu o diretor de futebol do clube, Toninho Cecílio.
Juntamente com Edmundo, Valdivia tem sido figura decisiva para o Palmeiras. Marcou só cinco gols no ano. Mas já é o líder em assistências no Brasileiro, segundo o Datafolha, com duas. E é o 11º que mais recebeu faltas, com 5,5 por jogo.
Diante dessas ameaças, Caio Jr. admite que, por enquanto, o Palmeiras só obteve um bom início. "Não podemos ter relaxamento. Temos que continuar vencendo sempre para manter esse clima", resume o volante Martinez. (RODRIGO MATTOS)


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