PAULO VINICIUS COELHO
EM ROMA

Nunca a definição do prêmio de melhor jogador do mundo esteve tão vinculada a um único jogo. Messi marcou 37 dos 156 gols do Barcelona na temporada. Cristiano Ronaldo reagiu na parte final do Inglês e da Copa dos Campeões. Nos últimos dez jogos, marcou seis gols, um a mais do que o argentino.
Em 2008, Kaká deu sua opinião sobre ser o melhor do mundo. Lembrou que sua vez só chegou quando foi destaque em um time muito forte. Em outras palavras, só se é "o cara" quando se joga "no time".
De acordo com o futebol apresentado desde janeiro, Messi jogou mais que Cristiano Ronaldo. Messi virou o quarto maior goleador da história do Barça em uma temporada, com 37 gols, contra 44 de Ronaldo (1996/97), 42 de Mariano Martín (1942/ 43) e 39 de Kubala (1952/ 53). Jogou demais!
Aí, digamos, o Manchester vence e deixa Ronaldo na frente na luta pelo troféu de melhor do mundo. É justo definir o melhor jogador do planeta com base em uma partida?
Alguém dirá, com razão, que ninguém será coroado só por causa da vitória. Mas quem negará que o resultado de hoje terá influência decisiva nos votos dos capitães e técnicos das seleções nacionais, que formam o colégio eleitoral do prêmio da Fifa?
É justo que seja assim?
Se há assim tanto equilíbrio entre times e craques, a ponto de se chegar a este impasse, é tão justo eleger o melhor jogador do mundo hoje, em um jogo, quanto definir o campeão.
O que se dirá de um time, como o Manchester, que chegou invicto à final, depois de ser campeão invicto no ano passado e pode ser o primeiro bicampeão sem derrota. Que teve a melhor defesa e vem desde as oitavas de final quebrando tabus.
Desde 2004, o campeão não chegava às quartas de final. O Manchester chegou. Desde 2001, não ia às semis. Classificou-se. Desde 1998, o campeão de um ano não disputava a final posterior. O Manchester quebrou essa escrita. Desde 1990, não há bicampeão na Copa dos Campeões.
E se o Manchester perder nos pênaltis? Seria justo dizer que o Barça é o melhor time do mundo?
Há coisas na vida em que não existe justiça ou injustiça. Elas simplesmente são. Quem sair de campo com a taça será considerado o melhor time do planeta. Quem jogar mais entre Messi e Cristiano Ronaldo terá a certeza do prêmio de melhor do mundo no final do ano.


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