São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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SEMIFINAIS/ ONTEM

Antes criticado, setor foi ponto forte do time

Zaga vai do inferno ao paraíso contra Turquia

O zagueiro Roque Júnior, que rebateu as críticas feitas à atuação da defesa brasileira nos últimos jogos, agita a bandeira brasileira após a vitória sobre a Turquia DOS ENVIADOS A SAITAMA

Para a defesa da seleção brasileira, a Turquia marcou o inferno e o paraíso nesta Copa do Mundo. Na estréia no torneio, contra o mesmo adversário de ontem, os zagueiros verde-amarelos foram mal e tornaram-se o principal alvo de críticas dentro da equipe.
Na semifinal, porém, o trio de zagueiros de Scolari, o mesmo que abriu a Copa -Lúcio, Edmilson e Roque Júnior- , esteve soberbo, enquanto, à exceção de Ronaldo, o ataque foi mal.
A partida contra a Turquia foi a segunda no Mundial em que a seleção brasileira não sofreu gols. Nada mal para quem terminou a primeira fase na mira das críticas e viu o resto do time sair em sua defesa, inclusive o treinador.
As dúvidas persistiram na fase decisiva. Contra a Inglaterra, pelas quartas-de-final, Lúcio quase pôs tudo a perder ao falhar diante do atacante Michael Owen. Ontem ele foi bem na marcação e também no apoio ao ataque.
Mas a síntese da recuperação da defesa nesta Copa chama-se Edmilson, sacado do time após a vitória por 2 a 1 sobre a Turquia, pois desagradou Luiz Felipe Scolari. O zagueiro viu o segundo jogo do Brasil no banco, mas retomou a vaga contra a Costa Rica.
"Eu tenho confiança em Deus. Na vida da gente, temos derrotas e vitórias. Quando a gente está em dificuldade, temos que ter a consciência de que algo melhor está por vir e continuar trabalhando", disse Edmilson ontem.
O mais regular dos zagueiros da seleção, Roque Júnior desabafou após a vitória de ontem. Assim que o jogo acabou, ele pegou uma bandeira do Brasil de um torcedor e passou a agitá-la em campo.
"Fizeram até críticas desrespeitosas. Acho que você pode criticar, mas tentando sempre ajudar. Muitas vezes denigrem as pessoas e os jogadores. Isso aconteceu algumas vezes. Mas a nossa tranquilidade prevaleceu porque temos consciência do trabalho."
Quando os zagueiros não conseguiram evitar que a Turquia levasse perigo ao gol, o time contou com a boa fase de Marcos.
Ele dedicou a vitória a seu pai, "seu Lau", que aniversariou ontem. O goleiro rezou após o término da partida, de braços abertos. Sobre uma disputa com o goleiro da Alemanha Kahn pelo posto de melhor do Mundial na posição, Marcos disse que prefere o título. "Se formos campeões, deixo o prêmio para ele." (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, RODRIGO BUENO E SÉRGIO RANGEL)


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