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ALEMANHA
O técnico Rudi Völler e seu auxiliar indicaram para seus clubes vários atletas do Brasil
Futebol brasileiro é velho conhecido da direção alemã
PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A SEUL
Se, desta vez, não enfrentou o
Brasil na reta final de preparação
para a Copa, como fizera nas duas
últimas edições, a Alemanha tem
no banco duas pessoas que conhecem bem o futebol brasileiro.
No comando de sua comissão
técnica estão dois homens que foram os principais responsáveis
por levar para a Alemanha uma
legião de jogadores brasileiros.
São eles Rudi Völler, o técnico
da seleção alemã e homem-forte
do futebol do Bayer Leverkusen, e
Michael Skibbe, agora seu principal auxiliar, que comandava o Borussia Dortmund.
Fã da única seleção tetracampeã
até o momento, Völler, após encerrar a carreira de jogador, tornou-se gerente do Bayer, cargo
que ocupou durante cinco anos.
Na nova profissão, viajava ao
Brasil para observar e contratar
jogadores. Foi assim que o time de
Leverkusen virou sinônimo de futebol brasileiro. Já passaram por
lá gente como os atacantes Paulo
Rink e Robson Ponte.
Hoje, defendem as cores do clube o meia Zé Roberto e o zagueiro
Lúcio. Com a aprovação de Völ-ler, o atacante são-paulino França
foi contratado recentemente.
Skibbe, que passou mais de dez
anos no Borussia, em todas as categorias, foi outro que não parou
de indicar brasileiros.
Enquanto ele trabalhava lá, o
clube de Dortmund contratou os
laterais Evanílson e Dedé, esquecidos hoje no Brasil, mas que fazem sucesso na Europa. Hoje, o
clube também conta com os atacantes Amoroso e Ewerthon.
Com a ajuda dos brasileiros, Bayer e Borussia passaram a figurar
constantemente entre as grandes
forças de seu país. Saíram deles 9
dos 23 convocados alemães para o
Mundial. Mas a admiração pelo
futebol brasileiro parece não
guardar, aos olhos dos alemães,
muita relação com o que pode
acontecer numa Copa do Mundo.
Ontem, por exemplo, o próprio
Völler usou o Brasil como exemplo de que chegar ao título mundial pode não estar relacionado
necessariamente a jogar bom futebol. "O melhor time não vence
necessariamente. Se fosse assim, o
Brasil teria ganho umas 14 vezes" ,
afirmou ele.
Não por acaso, o jornal britânico "Daily Telegraph" imprimiu
ontem: "Apenas o Brasil pode salvar essa Copa agora", criticando
as atuações alemãs na Ásia.
Contudo o time de Völler não se
amedronta. Assim que saíram de
campo, após bater a Coréia do Sul
nas semifinais, alguns jogadores
já começaram a dizer que preferiam enfrentar na decisão o Brasil,
que nunca cruzou com sua seleção em uma Copa do Mundo. Para eles, o favoritismo no domingo
será dos brasileiros, algo que poderá reverter em vantagem para a
seleção de Völler.
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