São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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ALEMANHA

O técnico Rudi Völler e seu auxiliar indicaram para seus clubes vários atletas do Brasil

Futebol brasileiro é velho conhecido da direção alemã

PAULO COBOS
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A SEUL

Se, desta vez, não enfrentou o Brasil na reta final de preparação para a Copa, como fizera nas duas últimas edições, a Alemanha tem no banco duas pessoas que conhecem bem o futebol brasileiro.
No comando de sua comissão técnica estão dois homens que foram os principais responsáveis por levar para a Alemanha uma legião de jogadores brasileiros.
São eles Rudi Völler, o técnico da seleção alemã e homem-forte do futebol do Bayer Leverkusen, e Michael Skibbe, agora seu principal auxiliar, que comandava o Borussia Dortmund.
Fã da única seleção tetracampeã até o momento, Völler, após encerrar a carreira de jogador, tornou-se gerente do Bayer, cargo que ocupou durante cinco anos.
Na nova profissão, viajava ao Brasil para observar e contratar jogadores. Foi assim que o time de Leverkusen virou sinônimo de futebol brasileiro. Já passaram por lá gente como os atacantes Paulo Rink e Robson Ponte.
Hoje, defendem as cores do clube o meia Zé Roberto e o zagueiro Lúcio. Com a aprovação de Völ-ler, o atacante são-paulino França foi contratado recentemente.
Skibbe, que passou mais de dez anos no Borussia, em todas as categorias, foi outro que não parou de indicar brasileiros.
Enquanto ele trabalhava lá, o clube de Dortmund contratou os laterais Evanílson e Dedé, esquecidos hoje no Brasil, mas que fazem sucesso na Europa. Hoje, o clube também conta com os atacantes Amoroso e Ewerthon.
Com a ajuda dos brasileiros, Bayer e Borussia passaram a figurar constantemente entre as grandes forças de seu país. Saíram deles 9 dos 23 convocados alemães para o Mundial. Mas a admiração pelo futebol brasileiro parece não guardar, aos olhos dos alemães, muita relação com o que pode acontecer numa Copa do Mundo.
Ontem, por exemplo, o próprio Völler usou o Brasil como exemplo de que chegar ao título mundial pode não estar relacionado necessariamente a jogar bom futebol. "O melhor time não vence necessariamente. Se fosse assim, o Brasil teria ganho umas 14 vezes" , afirmou ele.
Não por acaso, o jornal britânico "Daily Telegraph" imprimiu ontem: "Apenas o Brasil pode salvar essa Copa agora", criticando as atuações alemãs na Ásia.
Contudo o time de Völler não se amedronta. Assim que saíram de campo, após bater a Coréia do Sul nas semifinais, alguns jogadores já começaram a dizer que preferiam enfrentar na decisão o Brasil, que nunca cruzou com sua seleção em uma Copa do Mundo. Para eles, o favoritismo no domingo será dos brasileiros, algo que poderá reverter em vantagem para a seleção de Völler.


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