São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

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AUTOMOBILISMO

Equipe foi punida, mas resultado do GP da Áustria, com Schumacher em primeiro, foi mantido

Ferrari desembolsa US$ 500 mil por quebra de protocolo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Mundial da FIA decidiu ontem que a Ferrari terá que pagar US$ 500 mil pela quebra de protocolo no pódio de Zeltweg, na Áustria. A "marmelada" na chegada do GP austríaco de F-1, no entanto, não foi punida, e o resultado da prova foi mantido.
A entidade afirmou que não gostou "da maneira como as ordens da equipe foram dadas e executadas no GP da Áustria". No entanto, considerou impossível punir os pilotos porque eles têm, por contrato, a obrigação de cumprir ordens dadas pela equipe.
A multa recebida pela Ferrari é de US$ 1 milhão. A escuderia terá que pagar US$ 500 mil agora. Outros US$ 500 mil podem ser cobrados se ocorrer, no prazo de um ano, episódio semelhante.
O valor cobrado não irá doer no bolso da Ferrari, cujo orçamento para este ano é de US$ 302 milhões -ou US$ 800 mil por dia.
No GP da Áustria, no dia 12 de maio, a Ferrari ordenou que o brasileiro Rubens Barrichello desse passagem a Michael Schumacher para que ele vencesse a prova e se isolasse ainda mais na liderança do Mundial -hoje, o alemão soma 76 pontos.
Mas, apesar da repercussão negativa da decisão ferrarista, a FIA decidiu punir a quebra do protocolo no pódio. Schumacher, que recebeu o troféu de primeiro colocado do chanceler austríaco, Wolfgang Schuessel, entregou-o a Barrichello. O alemão ainda colocou seu companheiro de equipe no lugar mais alto do pódio.
Segundo regulamento da F-1, "é dever da equipe fazer com que seus pilotos cumpram os procedimentos do pódio corretamente, sem embaraçar as autoridades do país que recebe a corrida".
Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari, disse ter ficado satisfeito com a decisão da FIA. "Estamos de acordo, o pódio é um momento sério, que ajuda a compor a imagem da F-1. De resto, estamos satisfeitos com nossa posição no Mundial", disse.
A Ferrari lidera os campeonatos de construtores e pilotos.
Bernie Ecclestone, homem-forte da F-1, foi mais enfático. "O comportamento de Michael foi estúpido. Acho que ele ficou apavorado com a reação do público, já que nunca havia passado por uma situação dessas."
Além do piloto alemão, deram explicações ontem ao conselho os ferraristas Jean Todt, diretor esportivo, Ross Brawn, diretor técnico, e Rubens Barrichello.
A FIA afirmou que formará um grupo para discussão e abrirá espaço em seu site (www.fia.com) para que os internautas opinem sobre o jogo de equipe na F-1.


Com agências internacionais


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