RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

FÁBIO TURA
DO DATAFOLHA

As estatísticas mostram uma Eurocopa mais ofensiva e mais precisa que a Copa do Mundo.
O torneio que está sendo disputado em Portugal registrava até o fim de semana a boa média de 2,65 gols por partida, maior que a do Mundial de 2002 (2,52).
Nos anos 80 e 90, a competição européia de seleções se acostumou a ter poucos gols em média (exceção feita à edição de 1984, que teve 2,73 gols por partida). Mas na edição passada a Eurocopa já mostrou tendência mais ofensiva -com 2,74 gols por jogo, só perde em média de gols para as de 1960, 1964 e 1976.
Cruzando as estatísticas oficiais da Eurocopa deste ano com os números do Datafolha referentes à Copa de 2002, comprova-se agora uma disposição para o ataque maior no velho continente.
As partidas na Europa estão tendo, em média, 27,5 finalizações. Na Copa, os jogos tinham 25,4 finalizações a gol, em média. Os jogadores europeus mostram agora uma boa pontaria, acertando na Eurocopa 44% das finalizações -no Mundial, o acerto foi de apenas 36,2%.
A precisão também é mostrada nos cruzamentos. A competição em Portugal mostra 57,6 cruzamentos por jogo, e 28,5% desses são certos. Na Copa do penta, eram 49,4 cruzamentos por partida, e o acerto ficava em 25,9%.
Os jogos da Eurocopa estão ligeiramente mais faltosos que os do Mundial. Se na disputa no Japão e na Coréia do Sul havia 35,8 faltas por duelo, na Euro a média é de 36,3 infrações por partida. Tal número, porém, é ainda bem inferior ao visto no atual Campeonato Brasileiro, que contabiliza 49 faltas por confronto.
As chamadas jogadas de bola parada têm sido mais bem aproveitadas na competição européia. No total, 15,9% dos gols do torneio saíram de lances do tipo -contando jogadas diretas, como faltas e pênaltis. Na Copa de 2002, 13,3% dos gols tiveram origem nas tais bolas paradas.
Esse pequeno aumento deve-se em especial ao maior número de pênaltis na Eurocopa. Em 64 jogos no Mundial, foram convertidas 13 penalidades máximas. Em 26 jogos na Euro, saíram oito gols em cobranças de pênalti.
Apesar de a Europa levar a fama de explorar em demasia o jogo aéreo, o "chuveirinho", a Copa teve, proporcionalmente, mais gols de cabeça do que a Eurocopa. No Mundial, 22,4% dos gols foram feitos de cabeça -na disputa em Portugal, esse índice é de 17,4%.
Na disciplina, a Euro vê, em média, mais cartões amarelos e menos vermelhos que o Mundial.


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