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PERFIL 2
Turbina fazia "ferro velho" virar ouro, relembra irmão
DOS ENVIADOS A ATENAS
Axel não acreditou na cena.
Torben, um de seus irmãos
mais novos, encontrou um
barco abandonado em clube
de Brasília. Depois de mexer
nas quinquilharias, deu seu veredicto: "Isso aqui é feito com
um material de excelente qualidade. Vou reformá-lo para
usar em torneios".
Um ano depois, a antiga velharia era uma embarcação
campeã do mundo na classe
snipe. Foi naquele momento
que o primogênito do casal
Dickson e Ingrid percebeu o
enorme talento de Torben.
"Ali ele já mostrava toda essa
habilidade em transformar os
barcos em que veleja. Foi um
momento muito legal."
Axel, 46, lembra hoje orgulhoso que foi o responsável pelos primeiros passos de Torben na vela.
"Ele era o proeiro do meu
barco. Só que, em pouco tempo, sua habilidade apareceu.
Aí trocamos de lugar, e o Torben passou a comandar a embarcação", conta.
A parceria não durou muito.
Antes dos 15 anos, eles já ganharam barcos próprios. Os
nomes dados às embarcações
já remetiam à herança européia da família - Munin e
Hugin, os corvos mensageiros
de Odin, personagem da mitologia da Escandinávia.
Axel não seguiu carreira na
vela ("Dois supercampeões na
família já é um bom número").
Ele se refere também ao outro premiado da família, Lars,
bronze em Seul-1988 e em
Atlanta-1996.
"Na verdade, eu também
não alcancei resultados tão
proeminentes como os deles.
Desde a infância eu já encarava
a vela com outros olhos", diz.
Axel conta que, enquanto os
irmãos discutiam em qual
classe velejar, ele se qualificava
na categoria "D.O.". "Significava que eu era da classe "dos
outros". No que pedissem para
eu velejar estava bom."
O distanciamento do esporte
não o afastou dos irmãos. Pelo
contrário. Sem as viagens internacionais de Torben e os
compromissos políticos de
Lars, licenciado do cargo de secretário de Juventude, Esporte
e Lazer de São Paulo para atuar
como coordenador técnico da
vela em Atenas, ele arrumou
tempo para tocar um projeto
da família.
É Axel quem coordena o
programa social Instituto Rumo Náutico, que visa assegurar com a vela caminhos de socialização, educação e formação profissional para jovens.
Durante a Olimpíada, porém, Axel arrumou tempo para desempenhar outra função:
a de informante de Torben.
"Eu mandava e-mails diários
contando o que estava acontecendo no Brasil, mostrando a
repercussão das regatas. É
uma forma de mostrar como
ele é querido. Tenho certeza de
que ele gostou."
(ALF E GR)
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