Pedrinho volta do "exílio" e lidera goleada do Palmeiras em dia marcado pela redenção de personagens com trajetória sombria no campeonato

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada como um dia após o outro. Nada como um jogo após o outro. A 32ª rodada do Brasileiro recuperou alguns nomes que foram execrados há bem pouco tempo e colocou de vez em evidência outros que também sofreram bastante recentemente.
O Palmeiras voltou a vencer, após seis jogos, com gols de "Podrinho" e do "pior lateral do mundo", apelidos pejorativos usados até por palmeirenses para Pedrinho e Lúcio, respectivamente. O primeiro ficou afastado até do time reserva nesta semana e esteve a ponto de deixar o clube. O segundo é odiado pela torcida.
A redenção palmeirense não deixou dúvida: 5 a 2 no Vasco no Rio. E Élson, que também já foi vilão no clube, deixou sua marca.
Lembra do Valdson, aquele zagueiro corintiano que fez trágica partida na Arena da Baixada? Ele foi destaque ontem na vitória do Corinthians por 1 a 0 sobre o Goiás. Muitos pensavam que ele nem seria mais relacionado para uma partida do time, mas foi titular no Pacaembu, onde a defesa corintiana não foi vazada, e ele, acredite, sobressaiu.
"Na hora em que a torcida gritou o nome dos jogadores [antes do jogo], alguns gritaram meu nome, e outros não. Tem gente que não confia em mim, e a resposta eu dei dentro de campo. Foi um desabafo", disse o zagueiro.
O Santos manteve a ponta do campeonato ao golear, de virada, o Vitória por 4 a 1 na Vila Belmiro. O goleiro chileno Tapia, execrado pela torcida santista, entrou no time devido à contusão de Mauro. Não teve culpa no gol sofrido.
O Atlético-PR venceu devido a um atacante que quase foi desenganado para o futebol. Washington fez nos últimos minutos os gols da virada por 2 a 1 sobre o Flamengo. O novo artilheiro da disputa (21 gols) teve sério problema cardíaco -fez angioplastia- e quase encerrou a carreira.
O "Furacão", que não estava entre os favoritos no início do torneio, mas já alcançou 61 pontos, tem ainda como técnico Levir Culpi, que ficou marcado por ter sido rebaixado à Série B com o Palmeiras no Nacional-2002.
Anteontem, o São Paulo reabilitou o Grêmio, que não vencia havia dez rodadas e que quase viu o técnico Cuca pedir demissão por causa das limitações da equipe. O gol são-paulino na derrota por 2 a 1 foi de Cicinho, ala-direito que tem sido substituído por Leão, que cogitou Gabriel como titular.
Também anteontem Viola, que já foi afastado do elenco do Guarani, fez o gol do time no 1 a 1 contra o Fluminense. Alex Mineiro, que não marcava havia nove jogos, fez o gol que prometera no 1 a 1 do Atlético-MG com o Inter.
Na tabela, há um grande exemplo de time que foi precocemente condenado por críticos e que hoje ficou distante da zona de rebaixamento. Com um 3 a 1 no Cruzeiro, o Paysandu chegou a 42 pontos -mesma pontuação do campeão nacional- e ocupa a 14ª posição. E o Botafogo, que fez 4 a 3 de virada no Paraná, saiu da zona do descenso pela primeira vez.
No fim de semana em que Barrichello deu show, Schumacher falhou e o Brasil caiu para a 3ª divisão no tênis (o galáctico Real Madrid perder já é rotina), o Brasileiro viu voltas por cima e lembrou lições: nem tudo está perdido, nem tudo é o que parece...


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