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FUTEBOL
Torcida do Vasco exalta atuação de Pedrinho, que começou a carreira em São Januário, e hostiliza Eurico Miranda
Apoio de rival ajuda goleada do Palmeiras
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pedrinho voltou em grande estilo a São Januário, para azar do
Vasco. Em seu primeiro jogo contra sua ex-equipe no Rio, até a torcida vascaína se rendeu ao meia
palmeirense, principal responsável pela goleada de seu time por 5
a 2, que interrompeu jejum de seis
partidas sem vitória dos paulistas.
A cada jogada dele depois do
terceiro gol do Palmeiras, a torcida hostilizava o presidente do clube carioca, Eurico Miranda, que
mandou o jogador embora e é seu
desafeto. E gritou o nome do palmeirense, que foi revelado nas categorias de base do Vasco.
"É claro que isso marca. Fiquei
18 anos aqui e sempre tem a emoção na hora de retornar", disse
Pedrinho, que deixou o clube de
São Januário em 2001.
"Acho que foi um carinho por
toda a minha trajetória no Vasco.
Foi um momento especial."
Pivô de confusão que gerou
mal-estar no Parque Antarctica
durante a última semana, Pedrinho, envolvido em suposta conspiração para derrubar Estevam
Soares, chegou a treinar separado
dos colegas, faltou a um treinamento, mas na sexta-feira foi
reintegrado e relacionado para
enfrentar o Vasco.
As pazes com o treinador fizeram bem para o time. O atleta,
que não atuava havia cinco partidas, acordou o ataque. Segundo o
Datafolha, o Palmeiras acertou oito dos 11 chutes a gol -73% de
aproveitamento, seu melhor desempenho no torneio. Pedrinho,
com cinco tentativas, três certas,
foi o mais participativo.
"Depois de uma semana conturbada, a verdade foi provada.
Hoje foi ótimo", disse Pedrinho,
que foi abraçar o chefe após ser
substituído no segundo tempo.
Estevam surpreendeu ao colocar o meia como um segundo atacante, ao lado de Osmar.
E foi essa opção tática que nocauteou o adversário já no primeiro tempo. Com boa movimentação pelos dois lados do
campo, Pedrinho confundia a defesa vascaína e protagonizava as
melhores jogadas do time.
Na primeira delas, obrigou Tadic a boa defesa. O Vasco, em rápido contra-ataque, também fez
Sérgio trabalhar ao defender chute de Petkovic.
Mas era o Palmeiras quem mandava na partida. Em boa jogada,
Pedrinho cruzou para Lúcio, de
cabeça, abrir o placar, aos 10min.
Pouco depois, foi o próprio Pedrinho quem definiu. Da entrada
da área, ele chutou forte, a bola
desviou em Pereira e enganou Tadic: 2 a 0, aos 17min.
Embora atordoado, o Vasco assustou o Palmeiras. Geninho
abriu mão do 3-5-2, tirou um dos
zagueiros, ganhou mais um homem de frente, e seu time acertou
a trave de Sérgio. Mas quem marcou, de novo, foi o Palmeiras.
Aos 20min, o árbitro Leonardo
Gaciba anulou gol de Baiano alegando falta do palmeirense no
vascaíno Fabiano.
Mas isso não fez falta. O Palmeiras logo chegou ao terceiro gol,
aos 29min. Élson avançou pela esquerda, passou fácil por um rival
e bateu no canto direito de Tadic,
que falhou no lance.
Após o gol, a torcida vascaína
passou a hostilizar o goleiro sérvio e o técnico Geninho.
O Palmeiras, no segundo tempo, voltou mais recuado. O Vasco,
entretanto, não assustava muito.
Mas a equipe de Estevam Soares, nos contragolpes, era mortal.
E novamente Pedrinho apareceu.
Pela esquerda, ele cruzou para a
Osmar, livre, marcar o quarto.
O Vasco, com André Lima, de
cabeça, descontou quatro minutos depois. Mas, em novo contra-ataque, Osmar ficou com o gol livre para fazer 5 a 1, aos 28min. Foi
o nono gol dele no torneio, artilheiro palmeirense no Brasileiro.
Petkovic, de pênalti, ainda diminuiu para o Vasco, aos 37min.
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