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FUTEBOL
Vitórias do talento e da garra
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Não sei bem qual foi o motivo da desavença entre Pedrinho e o técnico Estevam Soares. Mas a atuação do meia palmeirense na goleada de ontem sobre o Vasco mostra que ele não
pode ficar de fora do time.
Os fatos são cristalinos. Dos cinco gols alviverdes, três saíram dos
pés de Pedrinho. E nas rodadas
em que o jogador esteve ausente,
punido por Estevam, o time não
conseguiu vencer.
O Palmeiras, portanto, só tem a
ganhar com o entendimento entre seu técnico e seu principal jogador. Um talento como esse é raro no futebol brasileiro de hoje,
sobretudo ali, no setor de criação.
Pedrinho teria vaga, hoje, em
qualquer clube do país.
Mas claro que um atleta sozinho, por mais talentoso que seja,
não ganha jogo. Essa foi a diferença principal, ontem, entre o
Palmeiras e o Vasco. O clube carioca também tinha seu craque,
Petkovic -mas o resto do time
não ajudou nem um pouco.
O Palmeiras contou, além de
Pedrinho, com um meio-de-campo consistente tanto na marcação
como no apoio ao ataque. Pois, se
Marcinho é praticamente um especialista no desarme, os outros
meio-campistas do time -Magrão, Élson e Claudecir- são polivalentes, podendo tanto defender como aparecer na frente para
criar e concluir.
Claudecir, em especial, voltou
muito bem à equipe titular. Com
seu jeito peladeiro, é um jogador
de um vigor físico e de uma capacidade técnica invejáveis.
A fragilidade vascaína não tira
os méritos da atuação palmeirense. A maiúscula vitória de ontem
em São Januário não apenas faz o
clube subir na tabela como lhe devolve a autoconfiança num momento que já se tornava delicado,
para não dizer crítico.
Se a vitória do Palmeiras foi a
de um time que parece ter reencontrado (mesmo que momentaneamente) seu futebol, a do Corinthians sobre o Goiás teve todos
os ingredientes que fazem a mística do clube do Parque São Jorge.
Atuando com um jogador a menos (Wendell, expulso) contra
uma equipe nitidamente superior, o alvinegro mostrou muita
garra e contou com um gol salvador no finzinho da partida, marcado por um jogador contundido,
Fábio Baiano, que se arrastava
em campo. Nada mais típico do
estilo corintiano de ser. São coisas
assim que compensam o sofrimento de uma torcida fiel.
Quem se deu mal na rodada foi
o São Paulo, que perdeu para o
Grêmio e viu quatro clubes (entre
eles os rivais Palmeiras e Corinthians) passarem-lhe à frente na
tabela. Se Leão não conseguir arrumar a equipe e devolver-lhe a
confiança perdida, dificilmente o
tricolor poderá sonhar com um
lugar na Taça Libertadores.
No começo da temporada, o São
Paulo tinha um grande goleiro
(Rogério), um grande artilheiro
(Luís Fabiano) e um buraco no
meio. Agora tem um grande goleiro, dois ótimos alas (Cicinho e
Júnior) e só.
A força dos líderes
O Santos e o Atlético-PR mostraram ontem por que são os líderes do Brasileirão, com duas
viradas espetaculares. O time
paranaense fez jus ao apelido
de Furacão ao virar em dois minutos uma partida que parecia
perdida. Já o Santos confirmou
seu estilo "matar ou morrer".
Vanderlei Luxemburgo é um
dos poucos técnicos que sabem
que não adianta segurar empate. Depois de um primeiro tempo em que dominou o jogo,
mas não conseguiu criar muitas
chances de gol, o time santista
cometeu um descuido fatal e
viu o perigoso Obina abrir o
placar para o Vitória. Mas
quem tem Robinho, Elano, Ricardinho e companhia sempre
pode esperar uma reviravolta. E
ela veio, confirmando a supremacia do melhor ataque do torneio contra a pior defesa.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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