São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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Parceria entre Chedids e Eurico leva Bragantino à terceira divisão

DIOGO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A chegada de 17 jogadores (a maioria juniores) e de uma comissão técnica, todos com salários pagos pelo novo parceiro. Esse era o plano dos dirigentes do Bragantino para levar o time de volta à elite do futebol brasileiro.
Entretanto, a parceria firmada com o Vasco, em agosto deste ano, resultou na pior performance do time de Bragança Paulista (83 km de São Paulo), após sua ascensão no futebol nacional, em 90, quando conquistou o título paulista, sob o comando do técnico Wanderley Luxemburgo.
Assistido pelo clube de Eurico Miranda, o Bragantino foi rebaixado para a Série C do Brasileiro, na última terça-feira, quatro rodadas antes do término da fase de classificação da segunda divisão.
Em 22 partidas, o time de Bragança venceu apenas duas e empatou quatro. De resto, são 16 derrotas, 50 gols sofridos (média de 2,27 por jogo) e só 18 marcados.
O parceiro carioca também está ameaçado na principal divisão nacional. Até o início da última rodada, era o 20º colocado com 23 pontos ganhos em 19 jogos.
Nem a presença dos veteranos Gil Baiano, João Santos e Alberto (que participaram da campanha do vice-campeonato brasileiro, em 91, sob o comando do tetracampeão Carlos Alberto Parreira), ajudaram o Bragantino.
"O time foi montado na última hora. A culpa não é da parceria. Tanto que quero que ela continue", disse o presidente do clube Marco Antônio Abi Chedid.
O dirigente foi o responsável pelo acordo. Marco Antônio é filho do deputado estadual do PSD, vice-presidente da CBF e patrono do Bragantino, Nabi Abi Chedid.
Como o presidente do Vasco (que não foi reeleito deputado federal, no Rio, pelo PPB), Nabi não conseguiu seu 11º mandato na Assembléia Legislativa paulista.
O presidente do Bragantino afirmou que o problema do time não é financeiro, apesar de funcionários e jogadores, pagos pelo clube, reclamarem de atraso em seus vencimentos salariais.
"Agora, eu não lembro os valores das contas do clube, mas, tirando algumas pendências trabalhistas, nós não temos dívidas. Temos sim problemas políticos", afirmou Marco Antônio.
Segundo o dirigente, a derrocada do time começou em 1997, quando seu tio, Jesus Chedid, abandonou o Bragantino por divergências políticas com seu pai.
"Como outros times do interior, não temos apoio do poder público", disse o presidente. Jesus é o prefeito de Bragança Paulista.


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