EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A fase dourada do Corinthians, que será testada hoje, às 20h30, em Belém, contra o Paysandu, tem um novo protagonista. Em tempos de maratona de partidas, quando os precisos passes de Roger cessam e as rápidas pernas de Tevez cansam, as mãos de Fábio Costa trabalham mais.
O camisa 1 se transformou numa das principais figuras do time, líder do Brasileiro e invicto há 16 jogos, na reta final do torneio. Símbolo da pior fase sob a gestão da MSI, o goleiro deu uma reviravolta em campo e, segundo o Datafolha, mostra evolução em todos os fundamentos da posição.
O Fábio Costa comandado por Antônio Lopes defende mais, repõe melhor a bola, sai melhor do gol e cede mais escanteios que o Fábio Costa de Passarella.
Nas mãos do técnico argentino, aliás, o atleta passou por seu pior momento no clube. Passarella o afastou por deficiência técnica. Ele voltou após a demissão do técnico, mas, fora de forma e com lesão no púbis, deixou a equipe titular novamente. Retornou na 28ª rodada do Brasileiro. E começou a se reerguer. Nos 16 jogos que fez no Nacional antes de se tratar, levou 27 gols -média de 1,69.
Quando reassumiu a posição de titular, contra o Flamengo, estava 2,5 kg mais magro e ágil.
Sete jogos depois, confirmou a evolução. Sofreu apenas sete gols (0,88 por jogo), a média de defesas passou de 3,5 para 4,4, as intervenções (corte de cruzamentos) subiram de 6,8 para 9 e o acerto na reposição de bola passou de 53,1% para 55,1%.
No último jogo, contra o São Paulo, fez sete defesas, sua melhor performance na temporada.
"Já tive bons momentos aqui, mas, pelo que passei, é o meu melhor momento aqui no Corinthians", afirma o atleta.
Após o confronto, atribuiu a boa fase à "fome de bola" pelo tempo em que ficou afastado.
"Passei uma fase difícil, sem jogar. E, assim, você procura enxergar onde está errando e acertar. Hoje, eu vejo tudo o que aconteceu no ano e só tenho que agradecer à minha família, à minha mulher e a meu filho", afirmou o goleiro, que, após fechar o gol no clássico contra o Palmeiras, mandou um recado para o argentino Passarella. "Ele deveria prestar mais atenção nesses jogos antes de falar besteiras", declarou.
A saída de Fábio Costa, que foi dada como certa ao final do ano, quando termina seu contrato, agora virou interrogação. O vice de futebol do clube, Andrés Sanchez, já discute com o goleiro a prorrogação do acordo.
O iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI, não morre de amores pelo goleiro e ainda não se convenceu de que ele deva ficar no Parque São Jorge. Oficialmente, diz que vai conversar com ele após o Brasileiro, em 4 de dezembro. Fábio Costa repete o discurso. "Só depois vou definir o meu futuro", afirma o camisa 1 corintiano, que tem as portas de seu ex-clube, o Santos, abertas para ele.