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AÇÃO
Temperatura alta, ondas baixas
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
"Existe a vitória do título
mundial, e logo atrás vem
a vitória no Triple Crown. Isso
completa você como surfista." A
frase é do havaiano Sunny Garcia, campeão mundial em 2000 e
cinco vezes campeão do Triple
Crown, o que poderia levantar
certa suspeita na afirmação, mas
de fato ela faz sentido.
A Tríplice Coroa havaiana é
disputada em três provas no lado
norte da ilha de Oahu, onde se encontram algumas das maiores e
melhores ondas do planeta e reúne a elite profissional do esporte
no momento decisivo dos circuitos mundiais (WCT e WQS).
Não bastasse, o minicircuito inserido no Mundial é disputado há
20 anos, distribui um bom dinheiro e tem patrocinadores de peso
como a Microsoft, a Ford, a Vans
-que replicou a idéia para outros esportes-, além da NBC e da
Fox, duas das maiores redes de
TV americanas, que fazem ampla
cobertura jornalística.
O conceito é simples, os melhores surfistas nas melhores ondas.
Espetáculo garantido. Em tese.
Na prática, nem sempre. Até agora só a parte humana se fez presente, as ondas ainda não deram
as caras.
A primeira prova da série foi a
última e decisiva do WQS, a divisão de acesso. Realizada nos dois
últimos dias do período de espera
em ondas irregulares de pouco
mais de um metro, era decisiva
para os brasileiros nas duas pontas do ranking.
Na ponta de baixo, para aqueles que pretendiam um excelente
(não bastava ser bom) resultado
para ingressar na lista dos 15 nomes classificados por esse ranking, apenas Armando Daltro
atingiu o objetivo. Na de cima,
Neco Padaratz cumpriu seu papel
com louvor.
Os dois caíram na mesma bateria de semifinal e passaram para
a decisão derrubando o favorito
Andy Irons, atual campeão mundial, frustrando a torcida havaiana. Para Daltro, o resultado já era
mais que suficiente para garantir
sua permanência na elite em
2004. Já Padaratz pôde respirar
aliviado quando Trent Munro,
sua única ameaça no ranking,
parou, junto com outro favorito,
Kelly Slater, na outra semi.
Padaratz entrou na final do
Vans Hawaiian Pro comemorando o título mundial do WQS. Relaxado, terminou em quarto. Daltro ficou em segundo. Troy
Brooks, até então apenas na 51ª
colocação no ranking ficou com o
título, que lhe valeu 29 posições
na tabela e a última vaga do ranking de acesso.
O título de Neco desempatou a
disputa entre o Brasil e a Austrália na segunda divisão do Mundial. Agora, em 12 edições do
WQS disputadas, o Brasil tem seis
títulos, a Austrália, cinco, e os
EUA, um. Seu irmão, Teco, campeão em 92 e 99, divide o recorde
individual com Jake Paterson.
Ontem, a segunda etapa do Triple Crown, o Rip Curl Pro, seguia
parada aguardando a entrada de
um swell em Sunset. O período de
espera vai até o próximo dia 7,
quando inicia a do Xbox Pipeline
Masters. Kelly Slater e Andy Irons
são os maiores candidatos ao
principal título da temporada, o
WCT, o que garante esquentar a
disputa do Triple Crown.
Corrida de aventura - Ecomotion
Entre hoje e amanhã as primeiras equipes devem completar a prova
disputada na Chapada Diamantina, BA. Ontem a equipe Meridiano
Raid (Espanha) liderava. A organização está preocupada com os times que não devem concluir os 475 km da prova até domingo.
Skate downhill
Nos moldes do que foi feito na rodovia dos Imigrantes, neste sábado,
24 privilegiados terão a inédita oportunidade de descer os dez quilômetros da serra das Araras pela via Dutra recém-recapeada.
Kitesurfing
Começou ontem, na praia do Beach Park, em Fortaleza (CE), a última e decisiva etapa do Circuito Mundial, o OI Super Kite.
E-mail sarli@trip.com.br
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