São Paulo, domingo, 27 de novembro de 2005

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FUTEBOL

Se ganhar taça hoje, time fará de seu "salão de festas" o estádio com mais voltas olímpicas de campeões brasileiros

Corinthians joga para consagrar Morumbi

DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians só conseguiu ganhar o Brasileiro quando fez o jogo decisivo no Morumbi. E um novo triunfo hoje do time do Parque São Jorge combinado com um tropeço do Internacional fará com que o estádio do São Paulo conquiste um recorde.
Maracanã e Morumbi dividem o número de voltas olímpicas de campeões nacionais. Foram nove para cada estádio.
O Corinthians teve a chance de ganhar quatro Brasileiros no campo -só falhou em 2002, contra o Santos. Ficou com a taça diante do São Paulo, em 1990, contra o Cruzeiro, em 1998, e desafiando o Atlético-MG, em 1999.
Nas duas vezes que decidiu o Nacional em outros estádios o time fracassou -perdeu para o Inter no Beira-Rio, em 1976, e para o Palmeiras no Pacaembu, em 1994.
Os sucessivos triunfos no estádio são-paulino fizeram com que dirigentes do clube passassem a se referir ao Morumbi como o "salão de festas corintiano".
A expressão foi dita, em tom de provocação, pelo então vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, após bater os donos da casa na final do Paulista-2003. Dois anos depois, o time está perto de erguer mais uma taça no estádio.
As provocações diminuíram, mas ainda há farpas entre os rivais. Durante a semana, um integrante da comissão técnica corintiana telefonou para dirigentes são-paulinos pedindo a liberação do estádio para um treino da equipe no estádio. O São Paulo não cedeu. Conselheiros do time tricolor pediram cem entradas para o jogo de hoje aos corintianos, que só disponibilizaram 60 ingressos e fizeram troça do interesse dos rivais em seu jogo.
"Não tem problema o Corinthians jogar no Morumbi. Eles são um excelente cliente", afirma o superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha.
A escolha de atuar hoje no Morumbi foi feita pelos próprios jogadores. Eles avaliam que terão mais facilidade para superar o rival pelas dimensões do gramado.
"O Morumbi sem dúvida será melhor. Teremos mais espaços. A Ponte Preta deve vir com o time fechado", acredita o lateral-direito Eduardo, que fará sua primeira "decisão" no Morumbi.
A inexperiência do grupo corintiano, aliás, é uma preocupação da cúpula corintiana. Nos últimos dois jogos, o time tropeçou e perdeu a chance de vencer o Nacional com maior antecedência.
Os dirigentes acreditam que a equipe, a mais jovem do torneio (22,5 anos de média), esteja sentindo a pressão na reta final do torneio. Por isso, o técnico Antônio Lopes se concentrou no trabalho de motivação dos atletas nos dias que antecederam o jogo.
Nesse trabalho, o treinador tem a ajuda do meia Roger, que se recupera de fratura e só volta em 2006. Ele virou palestrante nas vésperas dos jogos e tenta motivar seus companheiros com palavras de incentivo.
"Temos que nos preocupar só com a gente. Dependemos só das nossas forças para ficarmos com o título. Não podemos deixar que a ansiedade nos atrapalhe", falou o meia Rosinei.
Um título hoje também vai evitar que o Corinthians possa se defrontar com um fantasma.
Quando chegou ao seu último jogo em Brasileiros com chance de título, o time só ficou com a taça quando tinha a vantagem de empate. Nas três vezes em que não tinha esse trunfo, perdeu. (EDUARDO ARRUDA, KLEBER TOMAZ E PAULO COBOS)


NA TV - Sportv (menos SP), Record e Globo (para SP), ao vivo, às 16h


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