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FUTEBOL
Se ganhar taça hoje, time fará de seu "salão de festas" o estádio com mais voltas olímpicas de campeões brasileiros
Corinthians joga para consagrar Morumbi
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians só conseguiu ganhar o Brasileiro quando fez o jogo decisivo no Morumbi. E um
novo triunfo hoje do time do Parque São Jorge combinado com
um tropeço do Internacional fará
com que o estádio do São Paulo
conquiste um recorde.
Maracanã e Morumbi dividem
o número de voltas olímpicas de
campeões nacionais. Foram nove
para cada estádio.
O Corinthians teve a chance de
ganhar quatro Brasileiros no
campo -só falhou em 2002, contra o Santos. Ficou com a taça
diante do São Paulo, em 1990,
contra o Cruzeiro, em 1998, e desafiando o Atlético-MG, em 1999.
Nas duas vezes que decidiu o
Nacional em outros estádios o time fracassou -perdeu para o Inter no Beira-Rio, em 1976, e para o
Palmeiras no Pacaembu, em 1994.
Os sucessivos triunfos no estádio são-paulino fizeram com que
dirigentes do clube passassem a se
referir ao Morumbi como o "salão
de festas corintiano".
A expressão foi dita, em tom de
provocação, pelo então vice-presidente de futebol do Corinthians,
Antonio Roque Citadini, após bater os donos da casa na final do
Paulista-2003. Dois anos depois, o
time está perto de erguer mais
uma taça no estádio.
As provocações diminuíram,
mas ainda há farpas entre os rivais. Durante a semana, um integrante da comissão técnica corintiana telefonou para dirigentes
são-paulinos pedindo a liberação
do estádio para um treino da
equipe no estádio. O São Paulo
não cedeu. Conselheiros do time
tricolor pediram cem entradas
para o jogo de hoje aos corintianos, que só disponibilizaram 60
ingressos e fizeram troça do interesse dos rivais em seu jogo.
"Não tem problema o Corinthians jogar no Morumbi. Eles são
um excelente cliente", afirma o
superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha.
A escolha de atuar hoje no Morumbi foi feita pelos próprios jogadores. Eles avaliam que terão
mais facilidade para superar o rival pelas dimensões do gramado.
"O Morumbi sem dúvida será
melhor. Teremos mais espaços. A
Ponte Preta deve vir com o time
fechado", acredita o lateral-direito Eduardo, que fará sua primeira
"decisão" no Morumbi.
A inexperiência do grupo corintiano, aliás, é uma preocupação
da cúpula corintiana. Nos últimos
dois jogos, o time tropeçou e perdeu a chance de vencer o Nacional
com maior antecedência.
Os dirigentes acreditam que a
equipe, a mais jovem do torneio
(22,5 anos de média), esteja sentindo a pressão na reta final do
torneio. Por isso, o técnico Antônio Lopes se concentrou no trabalho de motivação dos atletas nos
dias que antecederam o jogo.
Nesse trabalho, o treinador tem
a ajuda do meia Roger, que se recupera de fratura e só volta em
2006. Ele virou palestrante nas
vésperas dos jogos e tenta motivar
seus companheiros com palavras
de incentivo.
"Temos que nos preocupar só
com a gente. Dependemos só das
nossas forças para ficarmos com o
título. Não podemos deixar que a
ansiedade nos atrapalhe", falou o
meia Rosinei.
Um título hoje também vai evitar que o Corinthians possa se defrontar com um fantasma.
Quando chegou ao seu último
jogo em Brasileiros com chance
de título, o time só ficou com a taça quando tinha a vantagem de
empate. Nas três vezes em que
não tinha esse trunfo, perdeu.
(EDUARDO ARRUDA, KLEBER TOMAZ E PAULO COBOS)
NA TV - Sportv (menos SP),
Record e Globo (para SP), ao
vivo, às 16h
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