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FUTEBOL
Carnaval dos Ronaldinhos
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Itália e a França iniciaram contagem regressiva
para Ronaldo e Ronaldinho.
Enquanto a Inter de Milão
voltou nos últimos dias a super-
explorar o "Fenômeno", o Paris
Saint-Germain ainda não parou de saudar a aquisição do
novo "Garrincha" ou ""Didi".
Ronaldo não joga para valer
na Itália há quase dois anos,
mas não perdeu nada em prestígio e badalação na Europa. Ronaldinho mal é conhecido no
Velho Continente, mas está sendo esperado como ""algo" até
mesmo superior que Ronaldo.
A Inter promete aos seus torcedores a "fantasia" com a volta
de "Ronie", e o PSG propagandeia que comprou um jogador
que teve um começo de Pelé na
seleção brasileira e que é reverenciado por Maradona.
Pelo menos até o Carnaval,
nem Ronaldo nem Ronaldinho
estarão realizando o sonho dos
europeus. O primeiro ficará no
país dando sequência ao seu
tratamento, e o segundo irá esperar no Grêmio o fim do passe
e seu futuro no futebol europeu.
No Brasil, como a opinião pública anda meio desiludida com
o futebol e com os seus principais craques, Ronaldo e Ronaldinho não têm ficado tão expostos ou mesmo pressionados.
Para o brasileiro, se o primeiro
simplesmente voltar a atuar já
será um grande lucro e se o segundo não ""amarelar" como o
primeiro já será grande coisa.
Já aos olhos de italianos e
franceses, a perspectiva para
ambos é mesmo uma utopia.
A Inter espera para março a
volta de seu maior ídolo aos
treinamentos e para abril a volta às competições oficiais do jogador que deslumbrou o mundo
com a camisa do Barcelona.
Ronaldo, como que se arrependendo do que já fez algumas
vezes no passado, tem postergado ao máximo sua volta à Europa, tentando aproveitar ao máximo, acredite se quiser, a ausência de pressão e holofote.
Inicialmente, se juntaria à Inter em janeiro. Depois, se o cirurgião Gerard Saillant não
apontasse problemas, estaria
em Milão em fevereiro. Agora,
conseguiu garantir seu Carnaval no Rio e, em março, só treinará com os companheiros após
nova visita ao médico francês.
Dependendo dos resultados
da Inter, que não estão nada
bons e ao que parece não vão
melhorar, Ronaldo nem precisaria voltar nesta temporada.
Seu retorno pode se dar mesmo
no segundo semestre, até porque
o técnico da Inter, Marco Tardelli, é o italiano com menos pressa de ver Ronaldo em campo.
Ronaldinho, por sua vez, ainda terá que resolver uma série
de questões, especialmente contratuais, para ir à Europa. Sendo otimista, se desligaria do
Grêmio apenas no meio do ano
e começaria vida nova no Paris
SG na temporada 2001/2002.
Mesmo dando início a uma
carreira no futebol europeu em
um país cuja competitividade
está longe dos padrões vistos na
Itália, deverá sentir os efeitos da
adaptação no exterior e da expectativa em torno das comparações com quase todos os grandes jogadores brasileiros.
Até o meio do ano, portanto, a
Europa não terá na prática a
fantasia e a última versão do futebol-arte brasileiro. Os Ronaldinhos, porém, continuarão alimentando os sonhos de italianos e franceses até lá. Eles passarão o Carnaval no Brasil e terão
a responsabilidade de levar o
Carnaval para a Europa depois.
Não falta pão na Itália e na
França. Mas está faltando circo.
Ronaldo
O atacante, que deveria chegar ontem ao Brasil da Itália, pode
contar com o apoio da mulher Milene em seu processo de recuperação em fevereiro. Ele já bateu bola com ela algumas vezes
durante sua última etapa de tratamento e pretende no próximo
mês, no máximo, repetir a ""brincadeira" com alguns amigos.
Pelas declarações recentes do centroavante, ele não voltará a jogar uma partida oficial antes do dia 12 de abril. Assim, ele deverá
completar mesmo um ano para valer fora dos gramados.
Ronaldinho
O Grêmio ofereceu, entre luvas e salários, cerca de R$ 33,6 milhões ao jogador. Só com salários no Paris SG, em cinco anos,
Ronaldinho ganharia mais de duas vezes esse valor. Pelo mercado do futebol atual, porém, o clube parisiense poderia negociar
Ronaldinho antes mesmo de 2006 por seis vezes esse valor.
E-mail - rbueno@folhasp.com.br
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