São Paulo, quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

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TÊNIS

Alguma novidade?

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O Aberto da Austrália nunca foi um evento que serviu para confirmar o que já se sabia. Ou seja, por anos e anos, ao longo de décadas, as surpresas e as zebras sempre tiveram ali, em Melbourne, alguns de seus momentos de glória.
Em uma época de Bjorn Borg, Jimmy Connors, Guillermo Vilas, quem apostava em um Brian Teacher em 80? Carlos Moyá virou gente grande, é claro, mas quem diria, nos primeiros dias de 97, que ele faria a final do Aberto da Austrália com Pete Sampras?
O tcheco Petr Korda (muitos só se lembrarão dele pelo doping) era o favorito de alguém quando chegou ao título do Grand Slam australiano em 1998? Mais recentemente (e aí todos lembram), falávamos de Thomas Johansson antes de o sueco bater Marat Safin e ficar com o canguru de pelúcia e o troféu em 2002?
Por outro lado, quantos favoritos já não despencaram nos primeiros jogos? Mas, agora, parece que isso é só o passado. Neste ano, o Aberto da Austrália só está mostrando aquilo que já se sabe há um bom tempo...
1 - Que André Agassi se prepara para os Grand Slams de maneira espetacular. Que, quase aos 34 anos, domina seu corpo como poucos atletas fazem, mesmo aos 25, 27 anos. Até as semifinais, o garoto de Las Vegas não perdeu nenhum set. Não parece que ele disputa o torneio feminino?
2 - Que Andy Roddick, Roger Federer e Juan Carlos Ferrero estão aí mesmo e não foram meros arroubos na temporada passada. Sim, Roddick já não têm mais chance de título e Federer e Ferrero já podem ter caído quando o leitor aqui estiver, mas chegaram até as quartas-de-final do Grand Slam sem nenhum incômodo.
3 - Que ficamos com as irmãs Williams ou ficamos com as tenistas belgas. É, ninguém gosta de ter só dois fortes concorrentes a um título em uma chave com 128 nomes, mas no feminino essa situação já não é de hoje.
4 - Que o Brasil tem Gustavo Kuerten e Flávio Saretta; e a Argentina, David Nalbadian, Guillermo Cañas, Agustin Calleri, Juan Ignacio Chela, Gastón Gaudio... Sem contar Guillermo Coria, triste, que caiu na estréia.
5 - Que o Brasil tem Gustavo Kuerten, Flávio Saretta e ninguém mais.
6 - Que a temporada de Gustavo Kuerten só começa mesmo em fevereiro, quando chegam os torneios no saibro. Pelo menos por enquanto foi sempre assim.
7 - Que Flávio Saretta acha normal perder nas simples e fica empolgado com as duplas. Nada contra; é só questão de gosto.
8 - Que Lleyton Hewitt continua sendo um dos melhores e mais ágeis tenistas do circuito, mas que, apaixonado, anda um tanto "avoado", fora do ar.
9 - Que continua difícil acompanhar na TV os melhores torneios do circuito profissional.
10 - Que Marat Safin, sem contusão, animado e, principalmente, com a cabeça no lugar, integra o grupo dos cinco melhores do mundo. O russo disse ter aproveitado a contusão para se divertir, "viver as outras coisas". Agora, diz, só quer saber de ganhar daqueles que ocuparam seu espaço.

Circuito infanto-juvenil
Pedro Feitosa foi vice-campeão da categoria 16 anos na segunda etapa do Circuito Cosat, na Colômbia. Tiago Lopes, Thomaz Belucci e Teliana Pereira caíram nas semifinais da categoria 18 anos. Nesta semana, o Equador recebe a terceira etapa.

Azar é pouco
Magnus Norman sofre de novo com uma cirurgia no quadril. Vai ficar afastado das quadras por pelo menos mais dois meses. Se tudo der certo, volta a competir só no Aberto da França, em maio.

Programa de luxo
Quem estiver no Guarujá na segunda pode ver a competição que dará vaga no Torneio da Costa do Sauípe. Será no Casa Grande Hotel.

E-mail reandaku@uol.com.br


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