São Paulo, segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

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Apenas natação faz Corinthians brilhar na elite

No mesmo ano em que o futebol foi rebaixado para segunda divisão, nadadores conseguiram seus melhores resultados

Bancados com verba própria, corintianos são os únicos representantes de um clube de camisa de São Paulo a ter time competitivo na piscina

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto todos assistiam atônitos à derrocada do Corinthians no futebol, uma pequena legião de atletas e técnicos, determinada e discreta, trabalhava para carregar o nome do clube à elite do esporte do país.
No mesmo ano em que viram seu time despencar para a segunda divisão nos gramados, os corintianos atingiram os melhores resultados nas piscinas.
Dentre as equipes do clube, só a natação brilhou na elite dos principais torneios do país.
Mesmo sem grandes estrelas, o Corinthians foi vice no ranking em todas as categorias, à frente de forças como Pinheiros e Unisanta. O Minas liderou. No adulto, foi quarto.
"Foi o melhor ano. Até 2005 não conseguíamos manter a estrutura. Agora temos um padrão, e a parte técnica é prioridade. Com isso, conseguimos formar atletas e segurá-los até categorias mais altas", afirma Ubiratan Dias, técnico do time petiz e também do mirim.
O Corinthians é o único clube de camisa da capital a manter equipe competitiva nas piscinas. No ano passado, os nadadores foram bancados com verba do próprio clube. Recebem ajuda de custo, alimentação e, em alguns casos, moradia.
Com a mudança na direção corintiana, porém, a ordem foi cortar os setores não sobrevivessem com patrocínio próprio. Por isso, os diretores da natação esperam fechar nesta semana parceria com uma prefeitura paulista, que ajudaria a arcar com os custos e teria seu nome defendido pelo clube. A alforria, porém, não será total.
"Temos uma escolinha forte. O lucro gerado fica com a gente. Temos entre 500 e 600 alunos, mas podemos ter até 1.500. Nos últimos três meses, a procura cresceu. E esperamos mais", diz Fernando Braghiroli, vice-presidente de esportes aquáticos do Corinthians.
É principalmente da escolinha que o clube tira seus atletas. E se tornou formador de talentos. Poliana Okimoto, vice-campeã mundial da maratona aquática e prata no Pan, por exemplo, passou pelas piscinas do Parque São Jorge.
O Corinthians, no entanto, ainda tem dificuldade para manter suas apostas até a categoria adulta. Geralmente perde a disputa para propostas financeiras mais vantajosas.
"Temos bom trabalho e boa estrutura, mas o poder aquisitivo de outros clubes é maior. Conseguimos os resultados de 2007 porque todos se dedicaram muito", diz Carlos Macchi, técnico do adulto, que chegou a brigar com um treinador do Pinheiros em um torneio por causa do assédio a nadadores.
Por nem sempre poder ir atrás dos principais nomes, Macchi gosta de contratar atletas juniores e tentar transformá-los em estrelas.
"Nosso patrocínio está sendo fechado, e os principais nadadores já devem estar com clubes. Buscar os mais jovens é uma aposta", afirma.
A direção corintiana até tem sonhos mirabolantes, como chamar o americano Michael Phelps, seis vezes campeão olímpico, para um torneio. Mas quem está à beira da piscina mantém os pés no chão.
"A expectativa é manter a melhor posição possível. Lutamos pelo quarto lugar no adulto. Se continuarmos em segundo no geral, será um grande feito", declara Macchi.


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