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Apenas natação faz Corinthians brilhar na elite
No mesmo ano em que o futebol foi rebaixado para segunda divisão, nadadores conseguiram seus melhores resultados
Bancados com verba própria, corintianos são os únicos representantes de um clube de camisa de São Paulo a ter time competitivo na piscina
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto todos assistiam
atônitos à derrocada do Corinthians no futebol, uma pequena
legião de atletas e técnicos, determinada e discreta, trabalhava para carregar o nome do clube à elite do esporte do país.
No mesmo ano em que viram
seu time despencar para a segunda divisão nos gramados, os
corintianos atingiram os melhores resultados nas piscinas.
Dentre as equipes do clube,
só a natação brilhou na elite dos
principais torneios do país.
Mesmo sem grandes estrelas,
o Corinthians foi vice no ranking em todas as categorias, à
frente de forças como Pinheiros e Unisanta. O Minas liderou. No adulto, foi quarto.
"Foi o melhor ano. Até 2005
não conseguíamos manter a estrutura. Agora temos um padrão, e a parte técnica é prioridade. Com isso, conseguimos
formar atletas e segurá-los até
categorias mais altas", afirma
Ubiratan Dias, técnico do time
petiz e também do mirim.
O Corinthians é o único clube de camisa da capital a manter equipe competitiva nas piscinas. No ano passado, os nadadores foram bancados com verba do próprio clube. Recebem
ajuda de custo, alimentação e,
em alguns casos, moradia.
Com a mudança na direção
corintiana, porém, a ordem foi
cortar os setores não sobrevivessem com patrocínio próprio. Por isso, os diretores da
natação esperam fechar nesta
semana parceria com uma prefeitura paulista, que ajudaria a
arcar com os custos e teria seu
nome defendido pelo clube. A
alforria, porém, não será total.
"Temos uma escolinha forte.
O lucro gerado fica com a gente.
Temos entre 500 e 600 alunos,
mas podemos ter até 1.500. Nos
últimos três meses, a procura
cresceu. E esperamos mais",
diz Fernando Braghiroli, vice-presidente de esportes aquáticos do Corinthians.
É principalmente da escolinha que o clube tira seus atletas. E se tornou formador de talentos. Poliana Okimoto, vice-campeã mundial da maratona
aquática e prata no Pan, por
exemplo, passou pelas piscinas
do Parque São Jorge.
O Corinthians, no entanto,
ainda tem dificuldade para
manter suas apostas até a categoria adulta. Geralmente perde
a disputa para propostas financeiras mais vantajosas.
"Temos bom trabalho e boa
estrutura, mas o poder aquisitivo de outros clubes é maior.
Conseguimos os resultados de
2007 porque todos se dedicaram muito", diz Carlos Macchi,
técnico do adulto, que chegou a
brigar com um treinador do Pinheiros em um torneio por
causa do assédio a nadadores.
Por nem sempre poder ir
atrás dos principais nomes,
Macchi gosta de contratar atletas juniores e tentar transformá-los em estrelas.
"Nosso patrocínio está sendo
fechado, e os principais nadadores já devem estar com clubes. Buscar os mais jovens é
uma aposta", afirma.
A direção corintiana até tem
sonhos mirabolantes, como
chamar o americano Michael
Phelps, seis vezes campeão
olímpico, para um torneio. Mas
quem está à beira da piscina
mantém os pés no chão.
"A expectativa é manter a
melhor posição possível. Lutamos pelo quarto lugar no adulto. Se continuarmos em segundo no geral, será um grande feito", declara Macchi.
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