São Paulo, domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Vila vê duelo de ataque santista e defesa de Mano

Clássico irá colocar frente a frente o produtivo ataque do Santos e o sólido sistema defensivo do Corinthians

Técnico santista disse que aguarda um rival ofensivo; para o meia Tcheco, jogo será uma prova de fogo para a elogiada zaga corintiana

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

O Santos é o time que mais chuta a gol neste Campeonato Paulista. O Corinthians é a equipe que mais impede os chutes a gol. Os santistas são os que mais driblam. Os corintianos, os que menos faltas fizeram em todo o Estadual. O Santos tem o melhor ataque. O Corinthians, a melhor defesa.
O tão falado time de Dorival Jr., dono do futebol mais elogiado deste início de temporada no futebol brasileiro, terá hoje seu maior desafio. Em seu 12º jogo do ano, enfrentará a famosa retranca do técnico corintiano Mano Menezes.
Se o futebol fosse uma ciência exata, Santos e Corinthians protagonizariam hoje um jogo de ataque contra defesa.
Os números são do Datafolha. Em dez jogos no Paulista, o Santos marcou 27 gols. Se anotar hoje, igualará a campanha de toda a primeira fase do Estadual do ano passado, quando, em 19 jogos, fez 28 gols.
E ninguém chuta tanto a gol como os novos "Meninos da Vila": são 19,6 finalizações, em média, por partida. Para sorte do Corinthians, Robinho não jogará. Em quatro atuações no Estadual, já é o vice-líder em finalizações, com média de 4,8 chutes por confronto.
O time da Vila Belmiro também é o que mais dribla: em média, 19,7 fintas por partida. O garoto Neymar, que comandará o ataque do time hoje, ao lado de André, lidera o ranking, com 6,8 dribles por jogo.
Já o Corinthians, nos mesmos dez jogos, sofreu apenas sete gols -a melhor zaga, ao lado da do Botafogo. As estatísticas, novamente, ajudam a explicar. O forte sistema defensivo de Mano impede que os atacantes rivais ataquem. O goleiro corintiano Felipe sofre apenas 10,7 chutes por partida. É a melhor média do campeonato.
E tudo isso sem apelar para as faltas. É o clube que menos as comete, com média de 13,6 infrações por jogo.
Mas, para o técnico Dorival Jr., tudo isso pouco importa.
"É difícil definir como será um jogo analisando características que ocorrem ao longo do campeonato. Não acho que o Corinthians deixará de atacar", disse Dorival, que não vê o Santos como o "time a ser batido".
"O Santos vem conquistando seu espaço no campeonato por méritos, mas não vejo uma posição consolidada", disse. Sempre polido, Dorival destacou a "força coletiva" do rival. "O Corinthians está numa crescente, tem um meio-campo muito forte, com boa movimentação."
A força corintiana de Mano não é recente. Quando Corinthians e Santos, então comandado por Vágner Mancini, se encontraram na decisão do Paulista de 2009, o cenário era totalmente favorável ao time de Mano. Em relação ao Santos, o ataque e a defesa do Corinthians eram mais eficientes. O time também chutava mais. Só perdia no total de dribles.
Como não espera que o confronto seja um jogo de ataque contra defesa, Dorival disse que sua expectativa é que os times façam um "belo espetáculo".
O momento de ambos pode favorecer isso. O Santos é o líder do campeonato, um ponto à frente do Santo André, o segundo colocado, e com seis a mais do que o próprio Corinthians. Uma derrota hoje seria apenas a segunda de Dorival nesta temporada, e pouco atrapalharia o andamento do time.
Já o time do Parque São Jorge praticamente só tem olhos para a Taça Libertadores. Mesmo assim, faz boa campanha no Paulista e não vê o clássico de hoje como decisivo.
O meia Tcheco, do Corinthians, leva em consideração os números do clássico e sabe o que vem pela frente. "Talvez seja uma prova de fogo para nosso sistema defensivo, que vem bem até agora. Mas podemos também apresentar uma maior alternativa de ataque", disse.


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