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FUTEBOL
Time usa cabeça para evitar derrota e segue com campanha irregular
Corinthians justifica fama, mas só empata com o Fla
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians justificou a fama
de "rei da cabeçada", ontem, no
Pacaembu, no empate de 1 a 1
com o Flamengo.
Pelo alto, o clube do Parque São
Jorge, que chegou a seu sexto
ponto no Nacional, evitou a derrota em casa e quase virou o jogo.
A equipe do técnico Geninho
utilizou muito os cruzamentos
para ameaçar o gol flamenguista.
As melhores chances de marcar,
além do gol (o oitavo assinalado
pelo clube dessa maneira), foram
em jogadas pelo alto -de suas 21
finalizações, sete foram de cabeça.
O time do Rio, outro especialista no jogo aéreo, não foi tão eficiente nesse tipo de jogada, mas
contou, e muito, com as atuações
destacadas de seus convocados
para a seleção brasileira.
O lateral-esquerdo Athirson e o
goleiro Júlio César foram os melhores atletas do Flamengo.
O primeiro, por aproveitar falha
de Doni e abrir o placar, além de
armar as jogadas mais perigosas
de seu time. O segundo, ao evitar
que o Corinthians marcasse mais
um gol, com pelo menos três
grandes defesas na etapa inicial e
um "milagre" no fim da partida.
"Jogar aqui é muito difícil. Foi
uma pressão do caramba. Estou
até tonto", afirmou o goleiro flamenguista, que saiu de campo
com o nariz sangrando.
O time paulista dominou as
ações na primeira etapa, mas foi o
Flamengo que levou mais perigo à
meta guardada por Doni. O goleiro corintiano fez duas boas defesas, mas, na jogada que originou o
gol do adversário, aos 37min, cometeu uma falha grotesca.
Num contra-ataque armado
por Athirson, que lançou a bola
para o atacante Jean entrar na
área pela direita e chutar cruzado,
Doni rebateu para a frente, nos
pés do lateral do Flamengo, que
ainda demorou para tocar a bola
para o fundo da rede corintiana.
A partir de então, os cariocas,
que utilizavam bem o contra-ataque, passaram a atuar melhor. Tiveram uma chance aos 47min de
ampliar o placar. Andrezinho recebeu cruzamento da direita e tocou para a rede, mas Rogério salvou em cima da linha.
Antes disso, no entanto, o Corinthians chegara na cara do gol
flamenguista em três oportunidades, aos 41min, 43min e 44min.
Foi aí que apareceu Júlio César,
evitando que os paulistas igualassem o marcador.
Na saída para o intervalo, o atacante Liedson reclamou de seus
companheiros de ataque. "Precisamos passar mais a bola."
Mas a bronca maior dos corintianos era com o árbitro Luciano
Almeida -os jogadores reclamaram de um pênalti cometido pelo
Flamengo quando a partida ainda
estava 0 a 0.
No segundo tempo, o Corinthians voltou com uma alteração
-Leandro deu lugar a Renato-
que fez o meia Jorge Wagner jogar
mais próximo do ataque. Com isso, o time de Geninho passou a
atacar de maneira mais incisiva,
usando o que melhor sabe fazer:
cruzar e cabecear para o gol.
Foi dessa maneira que o Corinthians empatou o jogo, aos 10min.
Jorge Wagner, cobrando falta pela
esquerda, colocou a bola na cabeça de Liedson.
Como havia prometido, o atacante não deixou de comemorar o
gol contra seu ex-time e até beijou
a camisa do Corinthians.
Seis minutos depois, o Corinthians, novamente em cruzamento e finalização de cabeça, chegou
ao segundo gol. Mas o árbitro
anulou o tento, alegando que Fábio Luciano estava impedido.
O time do Parque São Jorge,
sempre com finalizações de cabeça, ainda colocou uma bola na trave e só não anotou seu gol, aos
37min, porque Júlio César defendeu um arremate de Renato, que
cabeceou forte, para baixo, no
canto direito do goleiro.
Ao fim do confronto, o Flamengo saiu festejando o resultado, e o
Corinthians, com a cabeça inchada, insatisfeito com o empate.
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