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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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FUTEBOL

Time usa cabeça para evitar derrota e segue com campanha irregular

Corinthians justifica fama, mas só empata com o Fla

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians justificou a fama de "rei da cabeçada", ontem, no Pacaembu, no empate de 1 a 1 com o Flamengo.
Pelo alto, o clube do Parque São Jorge, que chegou a seu sexto ponto no Nacional, evitou a derrota em casa e quase virou o jogo.
A equipe do técnico Geninho utilizou muito os cruzamentos para ameaçar o gol flamenguista. As melhores chances de marcar, além do gol (o oitavo assinalado pelo clube dessa maneira), foram em jogadas pelo alto -de suas 21 finalizações, sete foram de cabeça.
O time do Rio, outro especialista no jogo aéreo, não foi tão eficiente nesse tipo de jogada, mas contou, e muito, com as atuações destacadas de seus convocados para a seleção brasileira.
O lateral-esquerdo Athirson e o goleiro Júlio César foram os melhores atletas do Flamengo.
O primeiro, por aproveitar falha de Doni e abrir o placar, além de armar as jogadas mais perigosas de seu time. O segundo, ao evitar que o Corinthians marcasse mais um gol, com pelo menos três grandes defesas na etapa inicial e um "milagre" no fim da partida.
"Jogar aqui é muito difícil. Foi uma pressão do caramba. Estou até tonto", afirmou o goleiro flamenguista, que saiu de campo com o nariz sangrando.
O time paulista dominou as ações na primeira etapa, mas foi o Flamengo que levou mais perigo à meta guardada por Doni. O goleiro corintiano fez duas boas defesas, mas, na jogada que originou o gol do adversário, aos 37min, cometeu uma falha grotesca.
Num contra-ataque armado por Athirson, que lançou a bola para o atacante Jean entrar na área pela direita e chutar cruzado, Doni rebateu para a frente, nos pés do lateral do Flamengo, que ainda demorou para tocar a bola para o fundo da rede corintiana.
A partir de então, os cariocas, que utilizavam bem o contra-ataque, passaram a atuar melhor. Tiveram uma chance aos 47min de ampliar o placar. Andrezinho recebeu cruzamento da direita e tocou para a rede, mas Rogério salvou em cima da linha.
Antes disso, no entanto, o Corinthians chegara na cara do gol flamenguista em três oportunidades, aos 41min, 43min e 44min. Foi aí que apareceu Júlio César, evitando que os paulistas igualassem o marcador.
Na saída para o intervalo, o atacante Liedson reclamou de seus companheiros de ataque. "Precisamos passar mais a bola."
Mas a bronca maior dos corintianos era com o árbitro Luciano Almeida -os jogadores reclamaram de um pênalti cometido pelo Flamengo quando a partida ainda estava 0 a 0.
No segundo tempo, o Corinthians voltou com uma alteração -Leandro deu lugar a Renato- que fez o meia Jorge Wagner jogar mais próximo do ataque. Com isso, o time de Geninho passou a atacar de maneira mais incisiva, usando o que melhor sabe fazer: cruzar e cabecear para o gol.
Foi dessa maneira que o Corinthians empatou o jogo, aos 10min. Jorge Wagner, cobrando falta pela esquerda, colocou a bola na cabeça de Liedson.
Como havia prometido, o atacante não deixou de comemorar o gol contra seu ex-time e até beijou a camisa do Corinthians.
Seis minutos depois, o Corinthians, novamente em cruzamento e finalização de cabeça, chegou ao segundo gol. Mas o árbitro anulou o tento, alegando que Fábio Luciano estava impedido.
O time do Parque São Jorge, sempre com finalizações de cabeça, ainda colocou uma bola na trave e só não anotou seu gol, aos 37min, porque Júlio César defendeu um arremate de Renato, que cabeceou forte, para baixo, no canto direito do goleiro.
Ao fim do confronto, o Flamengo saiu festejando o resultado, e o Corinthians, com a cabeça inchada, insatisfeito com o empate.


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