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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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FUTEBOL

Desastre em Belém

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O Papão fez jus ao apelido e engoliu o São Paulo. O time tricolor havia prometido cautela contra o Paysandu, mas não cumpriu a promessa. Começou no ataque, bobeou na defesa e, quando viu, já estava 3 a 0.
O desastre são-paulino foi fruto de dois problemas: as sucessivas mudanças de escalação, provocadas sobretudo por contusões, e a crônica desorganização defensiva. O problema não é de falta de defensores. Nos gols do Paysandu havia uma porção de tricolores na defesa -todos mal colocados.
O Paysandu, por sua vez, está mostrando que a conquista da Copa dos Campeões, no ano passado, não foi um acidente.
Depois de vencer o Boca Juniors lá em Buenos Aires, em Belém massacrou sem dó o outrora imbatível São Paulo.
 
Corinthians 1 x 1 Flamengo foi um jogo mediano -para não dizer medíocre- com um final eletrizante.
Nos últimos minutos, o time alvinegro quase conseguiu concretizar uma virada, em seu melhor estilo. Mas ficou no quase.
O Corinthians teve a iniciativa e atacou mais, mas no primeiro tempo foi o Flamengo que teve as melhores chances de gol.
Numa delas, numa falha do goleiro Doni, abriu o placar. O time de Geninho tentou reagir, mas não mostrou muita criatividade. Parecia a Inglaterra dos velhos tempos: só bola alçada na área inimiga.
O Flamengo, sem poder de criação devido ao desfalque de Felipe, resistiu bem e soube aproveitar os erros corintianos.
O resultado final, se não foi justo, pelo menos serviu como um alerta para Geninho e seus comandados. É preciso encontrar (ou aprimorar) outras maneiras de chegar ao gol.
No Flamengo, Athirson jogou com a alma de sempre, e Júlio César provou que é um grande goleiro. Sua defesa de uma cabeçada de Renato para baixo, bem no cantinho, foi uma das mais belas do campeonato até agora.
 
Os mineiros decepcionaram na rodada e caíram juntos da liderança do campeonato, contradizendo a máxima (atribuída a Otto Lara Resende) de que "o mineiro só é solidário no câncer".
Foram dois jogos bem distintos. No Mineirão, o Atlético foi surpreendido por dois gols de bola parada e não teve competência (ou imaginação) para furar o eficiente bloqueio do Coritiba.
Em Campinas, o Cruzeiro não conseguiu reeditar o toque de bola dos jogos anteriores e chegou poucas vezes ao gol do Guarani.
O time mineiro foi buscar o empate no final, mas merecia perder, pois o Bugre teve mais oportunidades de gol.
Na verdade, o jogo foi muito desarticulado. Todos os lances de perigo surgiram de erros defensivos, não de acertos ofensivos. A partida ficou aquém daquilo que os dois times podem dar.
E o Inter, com seu futebol feijão-com-arroz, chegou ao topo surpreendendo todo mundo.

Águas passadas
O empate fora de casa, na estréia palmeirense na Série B, acabou tendo sabor de vitória, ou pelo menos de alívio. Afinal de contas, o estrago dos 7 a 2 para o Vitória, na semana passada, parece ter sido absorvido. Nada como um longo torneio pela frente para esquecer as agruras do passado. Como consolo suplementar, os palmeirenses viram o algoz Vitória perder em casa para o Inter por 3 a 0. Futebol é uma contínua dança das cadeiras.

Dever de casa
Com a goleada sobre o Fortaleza, o Santos não apenas fez o dever de casa -algo que não tem sido assim tão fácil neste Brasileirão-, como ganhou embalo para lutar pelas primeiras colocações. Resta saber se é fogo de palha ou vai durar.

E-mail jgcouto@uol.com.br


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