São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Documentário sobre ex-jogador terá versão internacional editada, sem os temas polêmicos do original brasileiro

"Pelé Forever" vai retocar "Pelé Eterno"

FÁBIO VICTOR
DO PAINEL FC

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O longa-metragem "Pelé Eterno", que estréia nos cinemas brasileiros em 25 de junho, terá uma versão internacional reduzida, sem incluir alguns dos poucos aspectos espinhosos abordados na fita pelo ex-jogador.
Segundo o diretor Anibal Massaini Neto, o documentário que os brasileiros verão, com duas horas de duração, trará uma autocrítica de Pelé sobre sua carreira empresarial. "Ele diz, no filme, que não foi bem nos negócios. Esse comentário não vai ter na versão internacional. No exterior ninguém se interessa por esse assunto", disse Massaini ontem, após entrevista coletiva em São Paulo para promover o longa -que em inglês se chama "Pelé Forever".
Genial com a bola nos pés, Pelé acumulou fracassos e escândalos como homem de negócios. Desativou recentemente a empresa de marketing esportivo Pelé Pro.
Na versão brasileira, o ex-jogador vai ainda reconhecer a paternidade de duas filhas fora do casamento, Sandra Regina e Flávia Christina. É outro assunto que Pelé evitou por anos e que, por não ter tanta visibilidade ao redor do planeta, corre o risco de ser suprimido da versão internacional.
A edição deve deixar a adaptação estrangeira com cerca de 15 minutos a menos que a original.
Pelos cálculos de Massaini e da United International Pictures, que fará a distribuição internacional para cinemas (em vídeo e DVD será distribuído pela Universal Pictures), o filme estréia na América Latina até o final deste ano. Europa, EUA e Ásia devem recebê-lo no início de 2005.
Com roteiro de José Roberto Torero e texto de Armando Nogueira, "Pelé Eterno" mostra 450 gols dos mais de 1.200 que ele fez.
Dois lances -lendários, mas dos quais não se encontraram registros- foram reconstituídos por computação gráfica: o gol marcado em jogo do Santos contra o Juventus, em 1959, após seqüência de chapéus nos adversários, e outro de 1961, sobre o Fluminense, uma arrancada repleta de dribles, pelo qual o craque ganharia uma placa no Maracanã.
Alegando que "o cinema é uma caixinha de surpresas", Massaini evitou previsões sobre a arrecadação do filme, que tem orçamento de R$ 6 milhões e deve virar série de TV em 2006. Mas disse que há expectativa de, no mercado de DVD e vídeo, dobrar a vendagem de 250 mil unidades do fenômeno "Maria, a Mãe do Filho de Deus", com o padre Marcelo Rossi.


Texto Anterior: Futebol - Mário Magalhães: O tedioso futebol feminino
Próximo Texto: Ex-craque diz que tirou do Brasil "cobra na rua"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.