São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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Copa 2006

Brasil pega maior moleza do Mundial

Com dois amistosos contra times inexpressivos, preparação é a mais fácil entre as 32 equipes que jogarão na Alemanha

Parreira diz que treino é a prioridade, e seleção enfrenta equipe suíça na terça e a Nova Zelândia no próximo domingo

PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
EDUARDO VIEIRA DA COSTA
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

A seleção brasileira exagerou. Nenhum dos outros times que vai disputar a Copa a partir do próximo dia 9 levou tão a sério a máxima que antes de uma competição como essa é melhor enfrentar galinhas mortas para evitar derrotas e crises desnecessárias.
Entre março e a abertura do Mundial, o período permitido pela Fifa para a realização de amistosos entre times nacionais, o Brasil, que ainda treina na Suíça com arquibancadas lotadas e um gramado sem condições ideais, não vai fazer nenhum jogo contra um rival que também vai estar no Mundial.
Só Inglaterra e Suécia estão na mesma situação, mas tiveram oponentes menos frágeis.
A Rússia, que desafiou o Brasil na gélida Moscou em março, é hoje a 37ª colocada no ranking da Fifa. Rival com colocação pior entre os amistoso top dos finalistas do Mundial só teve a Tunísia -a Sérvia, que no entanto está também na Copa e é temida por muitos.
A Nova Zelândia, adversário no último amistoso antes da estréia na Copa, é a 118ª.
O Brasil ainda vai fazer, contra um time suíço, um jogo não reconhecido pela Fifa.
"Nossa prioridade é treinar e não jogar", disse o técnico Carlos Alberto Parreira, que vai encontrar na primeira fase adversários que optaram por preparações bem diferentes.
Croácia, Japão e Austrália estão entre os times que apostaram em rivais que também vão estar na próxima Copa do Mundo para se aquecerem.
Os europeus, adversários dos brasileiros na estréia, foram os mais radicais nessa tática.
Enquanto o Brasil vai para a Copa com três jogos diante de times fracos, os croatas vão somar cinco partidas, sendo que quatro com times que vão estar também na Alemanha e dois deles contra equipes de primeira linha (Argentina e Espanha).
No mesmo dia em que o Brasil pega um clube suíço, o Japão vai enfrentar a Alemanha. A Austrália se despediu do seu torcedor enfrentando a Grécia, campeã européia, e ainda vai pegar a Holanda, já na Europa.
Antes dos amistosos, o Brasil faz um aquecimento morno em Weggis. Com treinos curtos (ontem os titulares venceram os reservas por 4 a 1 e hoje há um jogo-treino contra um time formado por juvenis e juniores), o Brasil tenta driblar o gramado fofo -culpa da chuva que cai dia sim dia não. Com ingressos vendidos para todas as partidas e práticas exibidas ao vivo pela TV e internet, treinar jogadas ensaiadas nem pensar.
Os amistosos do Brasil em 2006 antes da Copa passam por interesses dos patrocinadores da CBF. O jogo contra a Rússia era o que a AmBev tem direito a marcar em cada temporada. Os duelos contra o Lucerna e a Nova Zelândia serão explorados pela Kentaro, a agência que trouxe o time para Weggis.


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