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TOSTÃO
O que é e o que quer ser
O Boca Juniors é um time do mundo, e o Fluminense quer e pode ser. São times com várias semelhanças e diferenças
BOCA JUNIORS e Fluminense
são duas equipes que, quando
jogam bem, jogam bonito.
Os dois times possuem dois meias
habilidosos e criativos. Riquelme
atua livre, entre o meio-campo e o
ataque. Joga como se enxergasse a
partida da arquibancada. Sua única
função tática é não ter nenhuma
função. De vez em quando, dá uma
mãozinha na marcação para não dizerem que ele não é um jogador de
conjunto.
O outro meia, Dátolo, marca ao lado dos dois volantes e, quando o time recupera a bola, avança com
muita habilidade pela esquerda.
Thiago Neves e Conca, que fez
parte da minha seleção do Brasileiro
de 2007, quando jogava pelo Vasco,
atuam na mesma posição de Riquelme. Não participam também da
linha de marcação do meio-de-campo. Os dois volantes ficam sobrecarregados. Por isso, Cícero deve jogar
mais atrás, ficando Dodô no banco.
Na segunda partida contra o São
Paulo, Cícero foi um segundo atacante.
Palermo e Washington são muito
parecidos. Ambos são altos, fortes,
goleadores, excepcionais nas jogadas aéreas e lentos. Raramente driblam. Às vezes, pisam na bola. Já o
outro atacante do Boca, Palacio, movimenta-se com talento e velocidade nas costas dos laterais ou entre o
lateral e o zagueiro.
O Boca varia na postura tática,
sem trocar de jogadores. Quando
atua em casa ou precisa da vitória no
campo do adversário, marca por
pressão e está sempre perto do gol,
como fez contra o Cruzeiro, em Buenos Aires, e contra o Atlas, no México. Fora da Bombonera, a pressão
deve ser menor.
Quando joga fora de casa e já tem
uma vantagem, como na partida
contra o Cruzeiro, no Mineirão, o
Boca marca mais atrás, forma uma
linha de quatro zagueiros e outra de
três armadores e atrai o adversário
para contra-atacar.
O Fluminense não deveria jogar
muito atrás. Facilita a pressão do
Boca e dificulta o contra-ataque. Na
marcação sobre Riquelme, prefiro a
marcação mais de perto e por zona,
sem um jogador específico para
acompanhá-lo por todo o campo.
O Fluminense não tem um craque
como Riquelme, não tem dois atacantes que se completam, possui
menos eficiência tática, mas tem
vários excelentes jogadores, zagueiros melhores do que os do Boca, dois
laterais que apóiam bem -em certos momentos isso é ruim- e uma
grande vontade de fazer história,
de ser um time do mundo, que o Boca Juniors já é.
Copa do Brasil
A emoção está em vários lugares
nesta quarta-feira. São quatro semifinalistas com a mesma qualidade técnica. Sport e Botafogo saíram
na frente de Vasco e Corinthians.
Quem serão os finalistas? Não sei.
Propaganda
Vi pela televisão um comercial da
Timemania e da Caixa Econômica
Federal. Pelé é o garoto-propaganda. Apareço de costas em um lance
da Copa de 1970, perto de Pelé.
Sei o meu lugar e que a intenção
não é explorar meu nome, mas tinham obrigação de pedir minha
autorização. Se pedissem, não daria, por dinheiro nenhum.
Não sou garoto-propaganda nem
sou a favor da Timemania. Peço
que retirem o anúncio.
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