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VÔLEI
Vitórias arrasadoras nas semifinais ratificam favoritismo de Brasil e Itália nos Jogos
Com sobras e contra o maior rival, seleção volta à decisão após 12 anos
LUÍS CURRO
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADOS ESPECIAIS A ATENAS
Doze anos depois, o vôlei do
Brasil está novamente em uma final dos Jogos Olímpicos.
Medalha de ouro em Barcelona-92, sob o comando de José Roberto Guimarães, a seleção terá amanhã, contra a Itália, a oportunidade de repetir o feito, agora com
Bernardinho no banco.
Mas, desta vez, chega em busca
do título com a responsabilidade
de ratificar seu favoritismo na
partida contra seu maior rival na
era Bernardinho. Na Espanha,
brasileiros e holandeses eram
considerados zebras.
Agora, os finalistas chegam à
decisão com sobras. A mostra
desta superioridade foi dada nas
semifinais. O Brasil, que havia
perdido na fase de classificação
com um time misto, teve uma vitória tranqüila sobre os EUA: 3
sets a 0 (25/16, 25/17 e 25/ 23).
Os italianos foram ainda mais
arrasadores. Devolveram a derrota da primeira fase e eliminaram a
Rússia por 25/16, 25/17 e 25/16.
Seu outro revés na campanha
olímpica havia sido para o Brasil:
3 sets a 2 em um tie-break emocionante, fechado em 33 a 31.
"Mostramos que estamos bem
preparados, foi uma vitória consistente. Mas a Itália também está
em grande forma. O jogo será dificílimo", avaliou o meio Gustavo,
que atua no vôlei italiano.
O exigente Bernardinho, que
desde que assumiu a seleção, em
2001, obteve 11 títulos em 14 torneios -sendo duas Ligas Mundiais diante dos italianos-, mais
uma vez disse estar satisfeito com
a performance de seus comandados. Não só técnica e tática mas,
sobretudo, psicologicamente.
"O nosso melhor jogo foi contra
a Rússia, mas a vitória sobre os
EUA foi muito importante, porque havia um fator emocional
muito forte. Valia vaga na final,
era um jogo em que a equipe poderia se perder. E eles [os atletas]
se comportaram muito bem."
Nas três parciais, o volume de
jogo brasileiro foi impressionante: saque forte e preciso (foram
cinco aces, contra nenhum dos
EUA), bloqueio eficaz (9 a 5), ataques matadores (45 a 38) e menos
erros cometidos (13 a 16).
Stanley, principal atacante americano, esteve muito bem marcado e fez só seis pontos.
Em um tempo técnico no primeiro set, o oposto reserva Anderson deu o tom de como a seleção jogava. "Tá bom demais", dizia aos colegas, sorriso aberto.
Tudo deu tão certo para a equipe brasileira ontem que, no terceiro set, o mais equilibrado, um lance inusitado aconteceu.
Num contra-ataque, o líbero Escadinha fez inveja ao levantador
Ricardinho ao erguer de costas
uma bola perfeita para o ponta
Giba assinalar 24/22. Dois lances
depois, o ponta Dante cravou para pôr o Brasil na final.
Terminada a partida, os jogadores se reuniram em círculo na
meia-quadra brasileira por cerca
de um minuto, em uma corrente.
Amanhã, às 8h30, a seleção volta à quadra. Dono de duas medalhas de bronze no comando da seleção feminina, Bernardinho busca seu mais importante ouro com
o time masculino -foi campeão
Mundial, em 2002, e tri da Liga
Mundial, em 2001, 2003 e 2004.
Já assegurou para si o feito de
conquistar medalhas por duas
equipes diferentes como treinador. Zé Roberto, dono do único
ouro olímpico do país, pode se
juntar a ele hoje, se mantiver a tradição de Bernardinho de colocar a
seleção feminina no pódio.
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