|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI
Levantadores
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem é hoje o melhor levantador do mundo? A imprensa cubana levantou essa questão
na última semana e logo enumerou três candidatos ao cargo: o
norte-americano Lloy Ball, o iugoslavo Nikola Grbic e o brasileiro Maurício, indicado pelas estatísticas o melhor na posição no
Mundial da Argentina.
O artigo, assinado por Renier
González Perez, do jornal cubano
"Trabajadores", não chega a uma
conclusão. Ele mantém apenas a
pergunta no ar, mas faz uma
análise das qualidades e defeitos
dos três levantadores.
Grbic, que comandou a Iugoslávia na conquista da medalha de
ouro nos Jogos de Sydney, em
2000, seria uma extensão do técnico em quadra pela aplicação
como coloca em prática o plano
tático. Os outros pontos fortes destacados são a precisão no levantamento e o saque potente.
Ball, de 2,03 m, é o mais alto dos
três. Grbic tem 1,94 m e Maurício,
1,84 m. Com vantagem na estatura, ele é apontado como o melhor
bloqueador. Maurício, o mais
baixo, é o que dá mais prejuízo na
rede, mas tem a melhor defesa.
Outra qualidade destacada em
Ball é a liderança. Não por acaso,
há mais de seis anos é capitão da
seleção dos EUA. É elogiado pela
distribuição de bolas, mas é considerado menos criativo do que
Grbic. É dono também de um saque potente. Como o iugoslavo, a
defesa é indicada como o seu ponto falho.
Maurício é o mais experiente
dos três: está com 34 anos. Ball
tem 30 anos e Grbic, 29. É considerado, e com justiça, o levantador mais criativo da última década. Mas eu completaria que, nas
duas últimas temporadas, ele
também tem jogado muito no
Minas, com o técnico Cebola, e na
seleção, com Bernardinho.
No Mundial da Argentina,
Maurício fez grandes jogos e,
quando não esteve tão bem, contou com um reserva talentoso, o
canhoto Ricardinho, que deu conta do recado. Com muita velocidade nas mãos, precisão e ousadia, Maurício é o melhor levantador que já vi em quadra.
De todas as suas jogadas, ele
tem talvez só uma que é totalmente previsível: quando o jogador erra o ataque, pode conferir,
ele repete a jogada seguinte sempre com o mesmo atleta.
Talvez seja um gesto de generosidade de Maurício para dar uma
força ao companheiro. Ou talvez
um sinal de perfeccionismo de alguém que procura sempre a jogada certa. O certo é que, para felicidade geral da nação, ele já faz
planos para disputar os Jogos de
Atenas, em 2004.
Uma curiosidade: Maurício,
eleito o melhor levantador do
Mundial, e André Nascimento, o
melhor atacante, vão distribuir
metade do prêmio de U$ 100 mil
dólares que vão receber da federação internacional com o restante do time. O acordo já havia sido
feito antes do início do torneio.
Quem ganhasse, dividiria.
No feminino, não houve esse
acerto. Marcelle, eleita a melhor
levantadora na Alemanha, vai
receber o prêmio integral e está
correta em seguir o que foi combinado bem antes do Mundial.
Mas esse exemplo é revelador:
no masculino, desde o início, o
que se viu foi um time unido, e a
equipe chegou ao título.
No feminino, a harmonia não
foi a mesma e o caminho foi conturbado: cinco titulares pediram
dispensa (Fofão, Raquel, Érika,
Walewska e Virna) e o time, renovado, ficou em sétimo lugar.
Estréia vitoriosa
O atacante André Nascimento, que nesta temporada deixou o Minas, estreou com vitória em seu novo time, o Panathinaikos, da
Grécia. A sua equipe derrotou o Ancona, da Itália, na final do torneio Memorial Anna Spadoni, em Roma. O Macerata, ainda desfalcado de suas principais estrelas como o atacante brasileiro Nalbert, terminou na terceira colocação. O atacante Cléber, ex-Suzano
e que também joga no Panathinaikos, foi eleito o melhor jogador
da competição italiana.
Italiano
Esta semana começa também o Campeonato Grego. O time de André Nascimento terá já na quarta-feira um clássico pela frente: o
Olympiakos, o maior adversário do Panathinaikos. Já os cinco atacantes brasileiros que vão disputar o Campeonato Japonês (Anderson, Gílson, Max, Bruno e Kalé) terão um período maior de folga. O torneio só vai começar dia 14 de dezembro.
E-mail cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: São Caetano e Osasco decidem o Paulista Próximo Texto: Futebol - José Geraldo Couto: Mercadores de ilusões Índice
|