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BELO HORIZONTE
Inventores do futebol geram frustrações
DA REPORTAGEM LOCAL
Cercada de expectativa, a primeira participação dos inventores do futebol numa Copa era
o principal atrativo da partida
entre Inglaterra e EUA, em Belo Horizonte. Mas o nível técnico deixou a desejar.
A avaliação é do aposentado
José Emydio Duarte, 75, que
percorreu os quase 100 km entre Pará de Minas e a capital do
Estado, pelo futebol inglês.
"O futebol brasileiro naquele
tempo era só ataque, era com
isso que estávamos acostumados. E era o que esperávamos
dos ingleses. Fomos ver, no mínimo, uns 3, 4 a 0, até porque os
EUA tinham um time bem fraco tecnicamente", conta ele.
Segundo sua lembrança, as
duas equipes recuadas e as raras jogadas de efeito tornaram
o confronto desinteressante.
"Estava aquele jogo ruim, feio
mesmo, então comecei a conversar com os amigos, quando
saiu o gol dos EUA", diz Duarte,
que se recorda apenas da bola
na rede, não da jogada.
"Nem a desvantagem no placar empolgou os ingleses, que
continuaram recuados até o
fim. Assim, a torcida que foi para apoiá-los acabou encampando o time dos EUA, que saiu
aplaudido no fim."
Foi uma zebra tão grande que
um diário britânico imaginava
ter recebido a notícia com o resultado da partida errado e estampou que os ingleses haviam
vencido por 10 a 1.
O futebol mostrado naquela
tarde ("bem pior que as apresentações do Botafogo na época") não foi o único foco de reclamação do torcedor.
"O Independência não tinha
condição de receber uma Copa.
Era um estádio desconfortável,
com poucos lugares cobertos e
sem cadeira nem nada, só uma
bancada de cimento. Foi uma
obra "de carregação" e não estava concluída. Os banheiros não
estavam prontos e não tinha
lanchonete", diz Duarte. (LF)
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