São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010

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Fraude para produzir doce originou termo

PASQUALE CIPRO NETO
COLUNISTA DA FOLHA

"Marmelada de banana, bananada de goiabada, goiabada de marmelo..."
Tal qual ocorre na antológica canção de Gilberto Gil, em que a marmelada não é de marmelo, mas de banana, nas fábricas de conservas muitas vezes a marmelada é de chuchu (ou de marmelo e chuchu). Dizem que o chuchu é acrescentado fraudulentamente ao doce para dar liga.
Vem daí o uso de "marmelada" com o sentido de "arranjo entre participantes de uma competição". A vitória de Fernando Alonso com a benevolência de Felipe Massa, por exemplo, é tão legítima quanto uma marmelada de chuchu.
O uso é velho. Na minha infância, na década de 60, a luta livre mobilizava São Paulo. Nas noites de sexta- -feira (ou de sábado, não lembro), era batata: todos diante da TV para ver Aquiles, Ted Boy Marino, Fantomas, entre outros. Ingênuos, não percebíamos os arranjos, as armações, os tombos falsos. Até alguém dizer que aquilo tudo era marmelada. A sensação era igual à de descobrir que Papai Noel não existe. Mas era marmelada mesmo, e das grossas. É isso.


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