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retiro
Cartolas trocam "golpe" por pijama
Poderosos que tentaram tomar poder da CBF no futebol no início da década perdem poder e hoje vivem de criticar rivais
Eduardo José Farah, Alberto Dualib, Mustafá Contursi e Eurico Miranda dizem ter
deixado seus cargos apenas
porque queriam sair de cena
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Eduardo José Farah, ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, em seu escritório de advocacia, nos Jardins, em São Paulo
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Outubro de 2001. Numa luxuosa casa na avenida Brasil,
área nobre da capital paulista,
Eduardo José Farah, 74, então
presidente da federação paulista, dava o passo considerado
por ele como fundamental para
dominar o futebol brasileiro.
O objetivo era enfraquecer a
CBF e concentrar o poder do
futebol nacional nos dois mais
importantes Estados do país.
Ao lado de Farah, os também
poderosos presidentes Alberto
Dualib, do Corinthians, Mustafá Contursi, do Palmeiras e Eurico Miranda, do Vasco.
O sonho de Farah, que àquela
altura comandava a FPF fazia
12 anos, durou pouco. No ano
seguinte, a CBF acabou com o
Torneio Rio-SP. Em 2003, ele
deixou a FPF e iniciou o processo de derrocada de outros
que se perpetuaram no poder.
"Fui eleito para um novo
mandato de 3 anos no dia 10 de
janeiro de 2003. No dia 12, pedi
licença de meu cargo. Nunca
mais voltei. Assinei meu pedido
de afastamento definitivo em
agosto de 2003", declarou ele,
negando que saiu por conta de
uma manobra engendrada pelo
atual presidente da FPF, Marco
Polo del Nero, e pelo vice, Reinado Carneiro Bastos.
"Deixei o futebol por pura
falta de motivação. Fiz tudo o
que um dirigente poderia fazer.
Não tinha mais desafios", falou
o cartola à Folha.
Em 2005, foi a vez de Contursi, 68, deixar o Palmeiras
após 12 anos à frente do clube,
fazendo o sucessor, Affonso della Monica, de quem se tornaria
inimigo político. "Poderia descansar mais, só que o Della Monica não me deixa", diz Contursi, que ainda participa ativamente da política do clube.
No ano passado, após 14 anos
comandando o Corinthians,
Alberto Dualib, 89, renunciou à
presidência em meio a escândalo envolvendo sua administração e a parceria com a MSI,
alvo de processo na Justiça.
"Havia muito tempo eu queria sair, mas o pessoal não deixava. Diziam que se eu saísse, o
clube explodiria", diz Dualib.
Neste ano, o vascaíno Eurico
Miranda, 64, que deu as cartas
no clube nas últimas duas décadas, pressionado, decidiu
não concorrer à presidência
contra Roberto Dinamite.
"Ninguém me tirou do Vasco.
Saí de lá só porque quis."
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