DA REPORTAGEM LOCAL
DO PAINEL FC

Em seu primeiro ano após 14 como presidente do Corinthians, Alberto Dualib, 89, gaba-se de ter tempo para assistir à novela com sua mulher, Elvira, com quem é casado há 68 anos, e aos jogos do Manchester United, clube que diz adorar e, agora, mais ainda, "por causa do Carlitos [Tevez]".
Mas Dualib não esconde o baque sofrido por ter sido obrigado a se aposentar como cartola: "Sinto falta de tudo aquilo, é racional. Não vou mentir", afirma o ex-poderoso.
"O que mais sinto falta é de ganhar títulos", completa. "Estava havia 30 anos no clube e não podia conviver com a minha mulher. Ela se queixava de que eu não a acompanhava em nada. De manhã, assumia compromissos fora do clube. Sempre tinha uma reunião do Clube dos 13, da FPF, com algum patrocinador ou as homenagens. Eu sempre recebia homenagens", relembra, saudoso.
Dos tempos de poderoso dirigente, quando "nunca almoçava em casa" por causa dos compromissos, Dualib afirma ter guardado amigos que ainda lhe telefonam.
"Eu recebia mais de 100 telefonemas por dia. Era 1h30 da manhã, e tinha gente do clube me ligando. Hoje, me ligam bastante também. Tenho muito amigo. O diferente daquela época é que quem se aproximava era porque eu era presidente do Corinthians", afirma.
De resto, a rotina de Dualib mudou bastante. Trocou a jornada diária das 13h às 22h30 no clube pelo trabalho, que também começa à tarde, em seus escritórios, de onde "administra" seus bens. "Dá um trabalho administrar bens", diz Dualib, que agora chega em casa às 19h e acorda cedo todos os dias. "É que a Elvira acorda às 6h."
Ele não tem mais algumas mordomias das quais desfrutava quando era presidente corintiano, como celular, cartão de crédito corporativo e seguranças particulares, tudo pago pelo clube. Em compensação, não vê mais sua casa ser alvo de furiosos corintianos a cada fase ruim do time. (EAR, PGA E RP)


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