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Confronto de nanicos define hoje o rival do Botafogo na final no Rio
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
No Maracanã praticamente vazio, o Madureira vai tentar "por
acaso" conquistar hoje pela primeira vez a Taça Rio. Às 21h45, o
tricolor do subúrbio carioca enfrenta o Americano na final do segundo turno do Estadual do Rio.
A partir do domingo, o vencedor da partida de hoje decide com
o Botafogo, que ganhou a Taça
Guanabara, o título do campeonato. O Estadual fluminense completa 100 anos nesta edição.
"O futebol profissional nunca
foi nossa prioridade. Sempre investimos nas divisões de base.
Mas, agora que chegamos, vamos
fazer de tudo para conseguir o título", afirma Elias Duba, presidente do Madureira desde 1992.
Hoje à noite, o técnico Alfredo
Sampaio vai poder escalar sete
atletas revelados pelo clube. Marcelinho Carioca, Evaristo de Macedo, Didi e Jair da Rosa Pinto são
alguns dos famosos jogadores que
vestiram a camisa do Madureira
no início da carreira.
Investindo apenas R$ 100 mil
mensais no futebol profissional, o
dirigente credita o sucesso da
equipe na competição ""aos salários em dia". ""Não prometemos
grandes salários, mas conseguimos pagar os jogadores todo dia
5", declara Duba. O salário médio
dos jogadores é de R$ 1.500. O
maior salário é do meia Djair, ex-Fluminense e São Paulo, que ganha cerca de R$ 10 mil.
Fundado em 1914, o Madureira
sempre foi um coadjuvante no futebol carioca. Até agora, a melhor
campanha da equipe foi a conquista do vice-campeonato do
Rio, 70 anos atrás.
O clube é a maior surpresa do
segundo turno. Na Taça Guanabara, fracassara -ficou em último lugar no seu grupo. Já na Taça
Rio, a equipe, sob o comando de
Sampaio, reagiu e terminou em
segundo lugar. No último domingo, o time se classificou para a final do segundo turno ao passar
pela Cabofriense nos pênaltis.
"O nosso sucesso se deve ao jogo ofensivo. No início, a diretoria
estranhou muito, mas os resultados mostraram que estamos no
caminho certo", disse Sampaio,
que assumiu o comando na estréia na Taça Rio. O treinador,
que é o presidente do sindicato
dos jogadores do Rio, sempre escala a equipe com três atacantes.
Com esse esquema, derrotou o
Flamengo e o Fluminense.
O Americano, o outro finalista,
vai tentar conquistar pela segunda vez a Taça Rio. A primeira foi
em 2002. O time deverá contar
com a torcida de Eduardo Viana,
presidente da Ferj, a federação de
futebol do Rio, que recuperou o
cargo na última semana após ter
sido afastado pela Justiça.
A partida de hoje deverá ser a
decisão da Taça Rio com menor
público da história. Os organizadores crêem que o público não ultrapasse os 10 mil torcedores.
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