São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2006

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Confronto de nanicos define hoje o rival do Botafogo na final no Rio

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

No Maracanã praticamente vazio, o Madureira vai tentar "por acaso" conquistar hoje pela primeira vez a Taça Rio. Às 21h45, o tricolor do subúrbio carioca enfrenta o Americano na final do segundo turno do Estadual do Rio.
A partir do domingo, o vencedor da partida de hoje decide com o Botafogo, que ganhou a Taça Guanabara, o título do campeonato. O Estadual fluminense completa 100 anos nesta edição.
"O futebol profissional nunca foi nossa prioridade. Sempre investimos nas divisões de base. Mas, agora que chegamos, vamos fazer de tudo para conseguir o título", afirma Elias Duba, presidente do Madureira desde 1992.
Hoje à noite, o técnico Alfredo Sampaio vai poder escalar sete atletas revelados pelo clube. Marcelinho Carioca, Evaristo de Macedo, Didi e Jair da Rosa Pinto são alguns dos famosos jogadores que vestiram a camisa do Madureira no início da carreira.
Investindo apenas R$ 100 mil mensais no futebol profissional, o dirigente credita o sucesso da equipe na competição ""aos salários em dia". ""Não prometemos grandes salários, mas conseguimos pagar os jogadores todo dia 5", declara Duba. O salário médio dos jogadores é de R$ 1.500. O maior salário é do meia Djair, ex-Fluminense e São Paulo, que ganha cerca de R$ 10 mil.
Fundado em 1914, o Madureira sempre foi um coadjuvante no futebol carioca. Até agora, a melhor campanha da equipe foi a conquista do vice-campeonato do Rio, 70 anos atrás.
O clube é a maior surpresa do segundo turno. Na Taça Guanabara, fracassara -ficou em último lugar no seu grupo. Já na Taça Rio, a equipe, sob o comando de Sampaio, reagiu e terminou em segundo lugar. No último domingo, o time se classificou para a final do segundo turno ao passar pela Cabofriense nos pênaltis.
"O nosso sucesso se deve ao jogo ofensivo. No início, a diretoria estranhou muito, mas os resultados mostraram que estamos no caminho certo", disse Sampaio, que assumiu o comando na estréia na Taça Rio. O treinador, que é o presidente do sindicato dos jogadores do Rio, sempre escala a equipe com três atacantes. Com esse esquema, derrotou o Flamengo e o Fluminense.
O Americano, o outro finalista, vai tentar conquistar pela segunda vez a Taça Rio. A primeira foi em 2002. O time deverá contar com a torcida de Eduardo Viana, presidente da Ferj, a federação de futebol do Rio, que recuperou o cargo na última semana após ter sido afastado pela Justiça.
A partida de hoje deverá ser a decisão da Taça Rio com menor público da história. Os organizadores crêem que o público não ultrapasse os 10 mil torcedores.


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