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Salvador de Dunga, Júlio César joga hoje por feito
Fora de campo, atitudes e declarações ajudam goleiro a ter confiança do técnico
Se camisa 1 não sofrer gol contra o Equador, seleção pela primeira vez terá meta intacta 6 vezes seguidas em partidas pelas eliminatórias
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GUAYAQUIL
O paradigma e também o dono das melhores marcas da nova era Dunga na seleção brasileira joga com as mãos.
Aos 29 anos, o goleiro Júlio
César virou um líder, mesmo
sem a tarja de capitão, e se especializou em salvar o chefe em
momentos críticos, como no jogo contra o Uruguai, no Morumbi, pelas eliminatórias.
Performances que o colocam
em um patamar inédito. Segundo dados oficiais da Confederação Brasileira de Futebol, Júlio
César é, entre os goleiros que
defenderam a seleção por pelo
menos 20 jogos, o dono da menor média de gols sofridos.
Ele foi vazado só 19 vezes nas
30 em que esteve debaixo das
traves nacionais, uma média de
0,63 por partida. Marca que
surpreende o próprio atleta e
ainda é mais impressionante
sob o comando de Dunga.
O jogador da Inter de Milão
foi o goleiro brasileiro em 19
partidas com o treinador gaúcho no banco. Nessas ocasiões,
ele só levou nove gols, ou média
de apenas 0,47 por jogo.
Quando ele não entrou em
campo, Dunga viu seu time
buscar a bola no fundo do seu
gol num ritmo bem maior -sua
seleção sofreu 0,82 tento por
confronto sem Júlio César.
Hoje, em Quito, o jogador revelado no Flamengo e que nasceu em Duque de Caxias tem a
chance de bater outro recorde.
Se o Brasil não for vazado
diante do Equador, será a primeira vez na história que o time nacional acumulará seis
partidas seguidas por eliminatórias com sua meta intacta.
Nos cinco jogos que compõem a série até agora (contra
Argentina, Chile, Bolívia, Venezuela e Colômbia), quem atuou
foi Júlio César, que ainda foi o
principal responsável pelo Brasil ter batido a Itália em amistoso no mês passado, em Londres, sem sofrer gols.
Mas não é só pelo que faz
dentro de campo que o goleiro
virou um dos xodós de Dunga.
Suas declarações quase sempre
encaixam como uma luva com a
forma de pensar do técnico.
Antes da Olimpíada, mesmo
sem estar cotado para ocupar
uma das três vagas destinadas a
jogadores com mais de 23 anos,
Júlio César dizia que, se convocado, iria lutar até o último momento por sua liberação com a
Inter de Milão. Isso enquanto
astros como Kaká aceitaram,
sem espernear, o veto do clube.
Júlio César, que no tal jogo
contra o Uruguai calou a torcida, que pedia Marcos ou Rogério (nomes que nunca foram os
de preferência do técnico), ainda atacou o presidente Lula
após o petista elogiar a Argentina e criticar o Brasil, coisa que
Dunga não fez publicamente
com ênfase, mas que era sua
forma de pensar sobre o caso.
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