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Conmebol racha e debate Libertadores
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão da Fifa de proibir
jogos de futebol acima de
2.500 metros de altitude dividiu os países da América do
Sul. Dirigentes discutirão se
a norma será aplicada na Libertadores e se haverá um
questionamento à medida.
O movimento para vetar
partidas em lugares altos foi
liderada por Brasil e Argentina. Países com estádios acima do limite da Fifa, Bolívia,
Equador, Peru e Colômbia
tentam anular a decisão.
Haverá uma reunião no
dia 15 de junho de cartolas da
Conmebol para falar sobre
sobre o tema. Já é certo que
as eliminatórias da Copa serão afetadas. No encontro será definido se a norma será
válida para a Libertadores
-cerca de dez sedes do atual
torneio excedem o limite.
"A Conmebol tem autonomia na Libertadores. Mas é
uma norma da Fifa, que é a
entidade maior do futebol",
afirmou o porta-voz da entidade, Nestor Benítez.
Ainda há a possibilidade de
pedir à Fifa que reveja a posição, se houver consenso. Por
isso, haverá uma reunião de
médicos da Conmebol.
Foi em um encontro como
esse que iniciou-se o movimento para implantar o veto.
Em março, médicos da CBF e
do Flamengo levaram estudo
sobre os riscos da altitude a
congresso médico na Argentina. O trabalho indicava risco de edemas pulmonares e
cerebrais, que podem matar.
Isso devido à redução da capacidade de obter oxigênio.
Uma adaptação de cinco semanas evitaria os efeitos.
"Não dá para esperar uma
morte", falou o médico Serafim Borges, autor do estudo.
No trabalho, há imagens e
depoimentos de atletas do
Flamengo em Potosí (a
4.000 m), em jogo com o time local pela Libertadores.
Eles usaram tubos de oxigênio. A diretoria do clube disse que o time se recusaria a
jogar de novo na altitude.
No congresso, membros
do Comitê Médico da Fifa,
Jiri Dvorak (Suíça) e Raul
Madero (Argentina), concordaram com o resultado da
pesquisa. O médico equatoriano foi contra -não havia
bolivianos presentes.
A partir disso, o Comitê
Executivo da Fifa vetou, anteontem, os jogos acima de
2.500 m. O presidente Joseph Blatter admitiu que haveria oposição. O Peru acusa
a Fifa de beneficiar Argentina, Brasil e Uruguai na disputa por vagas no Mundial.
O racha entre cartolas repete-se entre os atletas. "Cada um puxa a sardinha para
seu lado. Bolivianos acham
um absurdo a proibição",
afirmou Rinaldo Martorelli,
da Federação Nacional de
Atletas do Brasil, que já vinha pedindo à Conmebol o
veto à altitude, sem sucesso.
Pelé, que participou de
evento em São Paulo, elogiou
a medida. "Não sei por que
levaram tanto tempo."
Colaborou EDUARDO OHATA,
da Reportagem Local
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