São Paulo, sexta-feira, 29 de maio de 2009

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perigo

Palmeiras se atrapalha e fica por um fio

Time empata em casa contra o Nacional e terá de buscar triunfo ou igualdade com dois gols para seguir na Libertadores

Paulo Whitaker/Reuters
O meio-campista Diego Souza, autor do gol do Palmeiras, lamenta chance desperdiçada durante o empate contra o Nacional do Uruguai, em partida de ida pelas quartas de final da Libertadores

Palmeiras 1
Nacional 1

RENAN CACIOLI
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Com os nervos à flor da pele, o Palmeiras abriu o placar. Com eles no lugar, levou o empate do Nacional e se complicou nas quartas de final da Taça Libertadores da América.
O resultado no Parque Antarctica obriga os brasileiros a vencerem o jogo de volta, no dia 17 de junho, em Montevidéu.
Empate sem gols classifica o conjunto uruguaio. Um resultado igual ao de ontem leva a decisão para os pênaltis. Igualdade de dois gols em diante classifica o Palmeiras.
"Não é o resultado que a gente esperava. Mas, da mesma forma que eles fizeram um gol aqui, temos condições de marcar lá", disse o goleiro Marcos.
As duas substituições feitas pelo técnico Vanderlei Luxemburgo antes de 30 minutos de partida são um dos indícios do quão horroroso foi o primeiro tempo do Palmeiras diante de seus impacientes torcedores.
Torcida que, dois minutos antes de ser atendida pelo treinador, já gritava por Obina. O atacante entrou na vaga de Souza. Marquinhos substituiu o lateral Fabinho Capixaba.
Luxemburgo, na verdade, não tinha outra alternativa vendo uma defesa afoita, que só rebatia, um meio-campo nulo, incapaz de armar qualquer trama com mais de três toques, e um ataque apagado.
O pior é que o Nacional, que também iniciara o duelo extremamente nervoso, acalmou-se, tocou a bola e passou a dominar a equipe anfitriã. Criou, inclusive, as melhores chances de fazer o primeiro gol do jogo.
Pelo alto, um dos pontos fracos da defesa palmeirense, o perigo se fez presente em dois escanteios cobrados pelo meia Lodeiro, o melhor homem do conjunto uruguaio.
Aos 13min, Coates concluiu o cruzamento com uma cabeçada no chão, mas Marcos salvou. Aos 25min, o goleiro brasileiro só torceu para que a bola desviada por Arismendi passasse por cima do travessão.
Com as alterações, Luxemburgo buscou fortalecer a saída de bola do time. Cleiton Xavier, atuando mais recuado, deu qualidade ao passe. E impediu o zagueiro Marcão, que quase levou o seu técnico à loucura com chutões insistentes, de continuar tentando esse lance.
Obina, apesar de quase não ter tocado na bola, foi o responsável por iniciar a jogada mais perigosa do Palmeiras, apenas aos 41min, que Keirrison desperdiçou ao bater para fora.
"Tem que ter mais paciência, ter tranquilidade, fazer a bola girar", pediu o volante Pierre, no intervalo do confronto.
Quando ainda mostrava sinais de nervosismo, o Palmeiras chegou à vantagem.
Em troca de passes que começou com Cleiton Xavier e passou por Keirrison, Diego Souza encheu o pé de fora da área, contou com a colaboração do goleiro Muñoz e incendiou o Parque Antarctica.
Com a bola mais tempo nos pés, os brasileiros passaram a administrar o placar e viram o rival dar sinais de cansaço.
Com a entrada de Jumar no lugar de Keirrison, Luxemburgo buscou compactar a marcação no meio-campo. Pelo menos, essa era a teoria.
Na prática, o time relaxou e passou a aceitar a chegada do Nacional. No único contragolpe que realmente funcionou, os uruguaios foram mortais.
Aos 36min, Morales enfiou para Santiago García, que entrara no lugar de Medina. O atacante bateu de primeira, no canto, e deixou tudo igual.
O Nacional, tricampeão da Libertadores (1971, 1980 e 1988), ainda não perdeu nesta edição do campeonato. Ganhou quatro e empatou três vezes.
A equipe se classificou direto para as quartas de final beneficiada pela desistência dos times mexicanos devido à polêmica gerada pela gripe suína.


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