São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Fim do isolamento atormenta Dunga

Caso retornem a Johannesburgo, brasileiros devem deixar Fairway e ficar em um hotel escolhido pela Fifa

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

A fortaleza criada por Dunga para isolar a seleção brasileira vai chegar ao fim.
O hotel Fairway, em Johannesburgo, casa do time brasileiro blindada a torcedores, jornalistas, agentes, cartolas e qualquer um de fora da delegação, vai se despedir dos brasileiros amanhã, para lamento do técnico.
Na quarta-feira, o Brasil embarca para Port Elizabeth, onde enfrentará a Holanda dois dias depois, pelas quartas de final. Se avançar às semifinais, a seleção de Dunga atuará na Cidade do Cabo.
A final da Copa-2010, no dia 11 de julho, será no Soccer City, na cidade do hotel escolhido pela seleção brasileira.
O Fairway, porém, não deverá mais poder ser utilizado como concentração. A partir de agora, de acordo com a CBF, o Brasil terá de se hospedar em hotéis credenciados e escolhidos pela Fifa.
A não ser que haja um entendimento da CBF com a organizadora da Copa do Mundo para alterar essa decisão, o que desagradou a Dunga.
"Interfere porque a gente estava bem habituado ao hotel, tranquilo, com bom treinamento, alimentação. Agora a gente vai ter de conviver em hotéis com gente, mais confusão", disse o técnico.
"Para nós, seria melhor ficar onde estamos porque lá os atletas estão focados, só pensando em futebol. Agora vamos passar para outra realidade", completou ele.
O treinador escolheu com muito critério o local de confinamento da equipe. Antes do Mundial, fez várias viagens à África do Sul para acompanhar as obras de construção do hotel, inaugurado às pressas justamente para receber a seleção.
Ontem, o supervisor da seleção brasileira, Américo Faria, demonstrou contrariedade ao falar sobre a mudança da delegação. "É hotel Fifa, é hotel Fifa", repetia ele.
Mesmo demonstrando insatisfação com a mudança de local, Dunga voltou a falar ontem, por várias vezes, em comprometimento.
"É a satisfação e o prazer do nosso trabalho, dos jogadores. Quando falei em comprometimento, muitos não entenderam", afirmou Dunga, citando Daniel Alves.
"Ele é um jogador versátil e o colocamos em diversas posições. Ele me falou que jogaria em qualquer posição, menos no gol. Eu gosto de jogador assim", declarou.
O treinador gaúcho qualificou o triunfo de ontem contra os chilenos como uma "vitória bonita". E elogiou o entrosamento do grupo atual, que começou a ser formado há três anos e meio.
"O mais importante é que eles têm liberdade para falar com a gente. Esse jogo de hoje [ontem] é de três anos e meio. E o próximo será a mesma coisa. Porque, se não, não vale nada. Então, a pressão só aumenta a cada jogo", concluiu Dunga. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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