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Fim do isolamento atormenta Dunga
Caso retornem a Johannesburgo, brasileiros devem deixar Fairway e ficar em um hotel escolhido pela Fifa
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
A fortaleza criada por Dunga para isolar a seleção brasileira vai chegar ao fim.
O hotel Fairway, em Johannesburgo, casa do time
brasileiro blindada a torcedores, jornalistas, agentes,
cartolas e qualquer um de fora da delegação, vai se despedir dos brasileiros amanhã,
para lamento do técnico.
Na quarta-feira, o Brasil
embarca para Port Elizabeth,
onde enfrentará a Holanda
dois dias depois, pelas quartas de final. Se avançar às semifinais, a seleção de Dunga
atuará na Cidade do Cabo.
A final da Copa-2010, no
dia 11 de julho, será no Soccer
City, na cidade do hotel escolhido pela seleção brasileira.
O Fairway, porém, não deverá mais poder ser utilizado
como concentração. A partir
de agora, de acordo com a
CBF, o Brasil terá de se hospedar em hotéis credenciados e escolhidos pela Fifa.
A não ser que haja um entendimento da CBF com a organizadora da Copa do Mundo para alterar essa decisão,
o que desagradou a Dunga.
"Interfere porque a gente
estava bem habituado ao hotel, tranquilo, com bom treinamento, alimentação. Agora a gente vai ter de conviver
em hotéis com gente, mais
confusão", disse o técnico.
"Para nós, seria melhor ficar onde estamos porque lá
os atletas estão focados, só
pensando em futebol. Agora
vamos passar para outra realidade", completou ele.
O treinador escolheu com
muito critério o local de confinamento da equipe. Antes
do Mundial, fez várias viagens à África do Sul para
acompanhar as obras de
construção do hotel, inaugurado às pressas justamente
para receber a seleção.
Ontem, o supervisor da seleção brasileira, Américo Faria, demonstrou contrariedade ao falar sobre a mudança
da delegação. "É hotel Fifa, é
hotel Fifa", repetia ele.
Mesmo demonstrando insatisfação com a mudança de
local, Dunga voltou a falar
ontem, por várias vezes, em
comprometimento.
"É a satisfação e o prazer
do nosso trabalho, dos jogadores. Quando falei em comprometimento, muitos não
entenderam", afirmou Dunga, citando Daniel Alves.
"Ele é um jogador versátil
e o colocamos em diversas
posições. Ele me falou que
jogaria em qualquer posição,
menos no gol. Eu gosto de jogador assim", declarou.
O treinador gaúcho qualificou o triunfo de ontem contra os chilenos como uma
"vitória bonita". E elogiou o
entrosamento do grupo
atual, que começou a ser formado há três anos e meio.
"O mais importante é que
eles têm liberdade para falar
com a gente. Esse jogo de hoje [ontem] é de três anos e
meio. E o próximo será a mesma coisa. Porque, se não,
não vale nada. Então, a pressão só aumenta a cada jogo",
concluiu Dunga.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO
COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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