São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2010

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Paraguai e Japão fazem jogo do suor

Com qualidade ofensiva precária, times usam fôlego para compensar

DO ENVIADO A PRETÓRIA

Surpresas em seus grupos na primeira fase, Paraguai e Japão protagonizam as oitavas de final dos dois times com a menor qualidade ofensiva entre os 16 classificados.
Compensam a falta de eficiência no ataque com correria, do lado japonês, e marcação forte, do paraguaio.
Essa é a mais provável tônica da partida de hoje no Loftus Versfeld, que definirá o adversário de Portugal ou Espanha nas quartas.
Em nove fundamentos ofensivos analisados pelo Datafolha, até o final da primeira fase, Japão e Paraguai aparecem entre os dez primeiros em apenas uma ocasião. Na maior parte das vezes, estão no final da tabela.
Controlar a bola, por exemplo, é uma dificuldade nos dois lados. O Japão tem o 29º melhor índice de acerto de passes, e o Paraguai, o 30º. Ambos dão em torno de 75% de toques corretos.
Ou seja, a tendência é que haja um perde e ganha no tocante à posse de bola.
É provável também uma partida com poucas chances de gol. Ambas as equipes pouco lançam, driblam, cruzam ou dão assistências.
Resultado: quase não finalizam a gol. O Japão conclui 8,7 vezes por jogo, e o Paraguai, 11. Também não estão nem entre os 20 primeiros times nesse fundamento.
O técnico japonês Takeshi Okada reconhece as limitações de sua equipe.
"Tenho um ideal de futebol. Mas, como técnico do Japão, só foco em ganhar. Só times de primeira linha podem escolher o estilo dos jogadores que vão escalar. Nós só podemos escolher os melhores para vencer", admitiu.
Sua arma são as bolas paradas, com as quais Honda e Endo fizeram dois gols na vitória sobre a Dinamarca.
Por isso, o Japão tinha a melhor pontaria da Copa na primeira fase, único item ofensivo em que se destaca.
Os paraguaios contam com atacantes com bom histórico de artilharia na Europa. Barrios fez 19 gols pelo Borussia Dortmund, e Cardozo, 26 pelo Benfica na última temporada. Santa Cruz é reserva no Manchester City, mas tem prestígio no futebol europeu. Nenhum deles fez gol até agora neste Mundial.
"Nosso trabalho vai além de fazer gols", afirmou Santa Cruz. "Temos que garantir que a defesa [rival] não terá muito espaço para jogar."
De fato, o Paraguai, comandado pelo treinador argentino Gerardo Martino, tem se destacado mais pelo setor defensivo. É o time que mais marca na Copa, com média de 155 desarmes por partida. Sofreu só um gol.
Do lado dos japoneses, uma característica é a correria. Não por acaso é o segundo time que mais distância percorreu na primeira fase da Copa sul-africana, com um total de 331 quilômetros.
Resumo: Pretória deve ter hoje um jogo marcado pela disposição física dos dois lados. (RODRIGO MATTOS)


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