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Paraguai e Japão fazem jogo do suor
Com qualidade ofensiva precária, times usam fôlego para compensar
DO ENVIADO A PRETÓRIA
Surpresas em seus grupos
na primeira fase, Paraguai e
Japão protagonizam as oitavas de final dos dois times
com a menor qualidade ofensiva entre os 16 classificados.
Compensam a falta de eficiência no ataque com correria, do lado japonês, e marcação forte, do paraguaio.
Essa é a mais provável tônica da partida de hoje no
Loftus Versfeld, que definirá
o adversário de Portugal ou
Espanha nas quartas.
Em nove fundamentos
ofensivos analisados pelo
Datafolha, até o final da primeira fase, Japão e Paraguai
aparecem entre os dez primeiros em apenas uma ocasião. Na maior parte das vezes, estão no final da tabela.
Controlar a bola, por
exemplo, é uma dificuldade
nos dois lados. O Japão tem o
29º melhor índice de acerto
de passes, e o Paraguai, o
30º. Ambos dão em torno de
75% de toques corretos.
Ou seja, a tendência é que
haja um perde e ganha no tocante à posse de bola.
É provável também uma
partida com poucas chances
de gol. Ambas as equipes
pouco lançam, driblam, cruzam ou dão assistências.
Resultado: quase não finalizam a gol. O Japão conclui
8,7 vezes por jogo, e o Paraguai, 11. Também não estão
nem entre os 20 primeiros times nesse fundamento.
O técnico japonês Takeshi
Okada reconhece as limitações de sua equipe.
"Tenho um ideal de futebol. Mas, como técnico do Japão, só foco em ganhar. Só times de primeira linha podem
escolher o estilo dos jogadores que vão escalar. Nós só
podemos escolher os melhores para vencer", admitiu.
Sua arma são as bolas paradas, com as quais Honda e
Endo fizeram dois gols na vitória sobre a Dinamarca.
Por isso, o Japão tinha a
melhor pontaria da Copa na
primeira fase, único item
ofensivo em que se destaca.
Os paraguaios contam
com atacantes com bom histórico de artilharia na Europa. Barrios fez 19 gols pelo
Borussia Dortmund, e Cardozo, 26 pelo Benfica na última
temporada. Santa Cruz é reserva no Manchester City,
mas tem prestígio no futebol
europeu. Nenhum deles fez
gol até agora neste Mundial.
"Nosso trabalho vai além
de fazer gols", afirmou Santa
Cruz. "Temos que garantir
que a defesa [rival] não terá
muito espaço para jogar."
De fato, o Paraguai, comandado pelo treinador argentino Gerardo Martino,
tem se destacado mais pelo
setor defensivo. É o time que
mais marca na Copa, com
média de 155 desarmes por
partida. Sofreu só um gol.
Do lado dos japoneses,
uma característica é a correria. Não por acaso é o segundo time que mais distância
percorreu na primeira fase da
Copa sul-africana, com um
total de 331 quilômetros.
Resumo: Pretória deve ter
hoje um jogo marcado pela
disposição física dos dois lados.
(RODRIGO MATTOS)
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